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Cartas sobre a edição 2226

Por Da Redação
Atualizado em 5 dez 2016, 17h54 - Publicado em 23 jul 2011, 00h50


Acidente

Não pude conter as lágrimas ao ler a reportagem de capa (“Perda total”, 20 de julho). Uma jovem advogada, cheia de planos e realizações, tem sua vida ceifada por um irresponsável e ainda a culpam por avançar o sinal vermelho? Que atire a primeira pedra quem nunca cruzou o semáforo na angústia de ser assaltado. Infelizmente, somos reféns daqueles para quem a vida alheia não tem valor. Meus sentimentos aos pais e familiares de Carolina Santos.

GABRIELA BARBOZA CUNHA

Aos meus 47 anos, esforço-me para alcançar um sonho: comprar meu primeiro imóvel. O senhor que dirigia aquele Porsche jogou no lixo 500.000 reais. E, como se não bastasse, tirou a vida de uma jovem. O que será que ele pensava naquele momento?

REGINA LUCIA RODRIGUES

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A impunidade impera neste país. Quase não se tem notícia de pessoas que acabam condenadas por morte no trânsito. Matar um pássaro ou um gambá da nossa fauna dá prisão e é crime inafiançável. Paga-se barato por uma vida humana.

EDUARDO ZAGO

Fiquei extremamente sensibilizada com a morte da linda Carolina Santos no acidente com o Porsche. Como mãe que quer ver o casamento das filhas, expresso meu desejo de que acionem o irresponsável. A vida dela não tem preço, mas a única maneira de ele entender seu valor é mexer nos alicerces financeiros que garantiram uma compra fútil.

ANA PAULA REDONDO

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Estou indignado com a forma como o assunto vem sendo tratado. O engenheiro envolvido tem responsabilidade parcial pelo acidente, mas precisamos refletir sobre alguns pontos. A motorista do Tucson não verificou que um veículo em alta velocidade se aproximava? Por que ela parou o carro em cima da faixa de segurança e avançou mesmo com o farol fechado? Foi avaliado se ela havia consumido bebidas alcoólicas? A minha preocupação é que o engenheiro não seja julgado somente pela alta velocidade, mas também por seu poder aquisitivo, por pressão política e pela exposição que os acusadores podem conquistar com o episódio. Os dois condutores, em igualdade de condição, assumiram riscos.

PAULO BITAR

Nossos parlamentares deveriam fazer um projeto de lei que obrigasse fabricantes e importadores a instalar limitadores de velocidade nos veículos novos. Como o sistema de injeção eletrônica já existe, essa tecnologia não acarretaria maiores custos ao consumidor. Pelo contrário, só traria vantagens: os carros passariam a ser mais econômicos, poluiriam menos e, é claro, não se envolveriam em acidentes de tamanha gravidade.

MARCELO PIZANI

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Todo mundo que mora ou conhece o Itaim Bibi sabe que é improvável andar a 150 quilômetros por hora na Rua Tabapuã. O que passa pela cabeça de uma pessoa ao dirigir em tão alta velocidade? Espero que o advogado que defende a inocência de Marcelo Alves de Lima e a juíza que lhe concedeu a liberdade sob fiança não cruzem com esse rapaz de madrugada, a bordo de um carro potente nas ruas de São Paulo. Meus sentimentos à família de Carolina e a todas as famílias que perderam seus entes queridos em acidentes causados por motoristas imprudentes.

KATIA FARIAS DOS SANTOS

A imprudência termina ao começar o dolo eventual, que se caracteriza quando o agente assume os riscos de produzir o resultado. Nossa consciência jurídica empobrecida está impregnada da falsa noção de que todos os acidentes automobilísticos são meramente culposos, derivados de imprudência, negligência ou imperícia. A colisão que provocou uma morte no Itaim Bibi foi produto dessa modalidade de dolo e deve ser considerada pela Justiça como tal.

AMADEU R. GARRIDO DE PAULA

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O real causador da tragédia é o falido sistema judiciário brasileiro. A colisão somente ocorreu porque Carolina passou o sinal vermelho, prática comum em razão da insegu- rança pública, criada pela inexistência de punição rápida e correta aos criminosos. A morte de uma inocente e a destruição da vida de outro jovem poderiam servir, pelo menos, para a melhoria da segurança em todas as cidades do país.

CLAUDIA SILVA

Não devemos julgar as pessoas pela roupa que vestem, posição social que ocupam ou carro que utilizam. Os dois motoristas cometeram infrações gravíssimas. Se no lugar do Porsche viesse um carro popular, a 60 quilômetros por hora, com uma família a bordo, quem teria sido a vítima? E quem levaria a pecha de vilão?

GINO DI DOMIZIO

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Após o choque inicial de ver as imagens do acidente no Itaim Bibi e de me lembrar das inúmeras vezes em que cruzei sinais vermelhos na madrugada, veio a indignação. Discordo do amigo que diz que Marcelo Alves de Lima não é um “moleque irresponsável”. Escapar de um impacto violento exclamando “Acabaram com meu carro” diz muito a respeito de uma pessoa. O senhor Marcelo e seu sonho de consumo acabaram com muito mais que um automóvel.

REGINA CÉLIA BRAGA DA SILVA

Além de mostrarem a imprudência de seus condutores, os acidentes com carrões trazem algo ainda pior: a sensação de impunidade. Com a mudança da lei, paga-se fiança e responde-se ao processo em liberdade. É uma forma legal de fazer prevalecer o “quem pode mais chora menos”.

WAGNER FERNANDES GUARDIA

Tenho algumas questões sobre a colisão na Rua Tabapuã. Quem põe a mão no fogo para afirmar que o engenheiro estava embriagado e a advogada sóbria? Como ela não viu a luz do Porsche se aproximando ao parar? O rapaz estava a 150 quilômetros por hora com faróis de xênon acesos, e não a 500 quilômetros por hora com faróis apagados. Eu veria, com certeza. Não digo que não deva ser imputada pena ao engenheiro, mas não é justo que o crucifiquem como alguém que acordara cedo com a intenção de matar uma pessoa.

RONALDO A. SANTOS

O tempo de reação para o motorista ou para qualquer pessoa que estivesse no caminho daquele Porsche foi mínimo. Em uma rua estreita como a Tabapuã, o efeito de velocidade para o condutor do Porsche quase dobra, assim como para os motoqueiros nos corredores entre os automóveis. Caso se confirme a velocidade indicada inicialmente, o veículo estaria andando a 41,6 metros por segundo. Se enxergarmos um carro nessa velocidade a 100 metros de distância enquanto atravessamos a rua, por exemplo, resta-nos menos de três segundos até ele nos atingir. E se um transeunte fosse atropelado pelo Porsche? Como teria sido a tragédia? O.k., isso é especulação, mas foi mais ou menos o que ocorreu: apesar da proteção do Tucson, a advogada morreu por causa da força de bala de canhão do Porsche que a atingiu.

FERNANDO FIALHO

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Quem passou pela dor de um acidente, pela incerteza da sobrevivência e pelo sofrimento das sequelas, mesmo não tendo culpa, já aprendeu a não tratar os carros como armas e a não esbravejar contra a Lei Seca. Mas até quando vamos aprender pela dor e não pelo amor?

KATYA HONCZARYK

A imprudência no trânsito está intolerável. Em casos como esse, as seguradoras poderiam se recusar a pagar o prêmio. Afinal, o valor não é determinado de acordo com o perfil do condutor? Nada mais justo do que não pagar o carrão em um exemplo de excesso de velocidade como esse. Ora, quer correr? Vá para Interlagos. Não é justo tirar a vida de pessoas por pura inexperiência ao volante.

DAVID PHILO


Urbanismo

Gostaria de parabenizar o jornalista Daniel Salles pela reportagem “Diagnóstico do improviso” (20 de julho). Com certeza, o Plano Diretor é fundamental para as cidades. O de Embu das Artes está sendo discutido atualmente. Propõe-se um modelo de desenvolvimento industrial inadequado e retrógrado, que mataria a vocação turística do município.

MILENA N. FABBRINI


Pedestres

Ao ler a reportagem, lembrei-me de dois episódios separados por mais de setenta anos (“Respeito atropelado”, 29 de junho). Meu avô costumava falar sobre o que me parece ser a primeira faixa de pedestres de São Paulo, implantada pelo então prefeito Prestes Maia, no cruzamento da Rua Xavier de Toledo com o Viaduto do Chá, em 1938. Recentemente, ouvi o desabafo de um guarda municipal. Após um quase atropelamento, ele comentou que as faixas para pedestres só são seguras quando não há carros ou motos passando na rua.

PHILIP TOOSEY


Walcyr Carrasco

Gostei da crônica “Um livro, uma vida” (29 de junho). Walcyr sabe usar as palavras de um modo que todos podem compreendê-las. Sou de uma família letrada, mas só adquiri o hábito de ler quando fiquei mais velha. Na juventude, meu pai me indicava os livros, mas não passava disso. Espero que eu possa recuperar o tempo perdido.

ANA LUISA BUENO

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