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Preço dos aluguéis na cidade sobe 15% em um ano

Situação dos inquilinos é agravada pela diminuição das ofertas de apartamentos e casas para locação

Por Manuela Nogueira
Atualizado em 1 jun 2017, 18h32 - Publicado em 28 Maio 2011, 00h50

No clima de festa motivado pelo crescimento contínuo dos negócios imobiliários da cidade nos últimos anos, um personagem importante do mercado não tem nenhuma razão para comemorar: o inquilino. Há tempos não se via um cenário tão desfavorável para ele. De acordo com um levantamento recente do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi), o preço do aluguel residencial subiu, em média, 15% nos últimos doze meses. Em alguns casos, no entanto, como as residências de quatro dormitórios de bairros nobres da Zona Leste, o aumento chegou a 54%. Para efeito de comparação, o índice de inflação (IPC-Fipe) no mesmo período foi de 6%. Trata-se da maior valorização da locação em pelo menos cinco anos.

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A principal explicação para esse boom é a velha lei da oferta e da procura. “Passamos por um déficit habitacional”, afirma Roseli Hernandes, diretora comercial da Lello, uma das maiores imobiliárias de São Paulo. Um levantamento da empresa revela que, entre 2008 e 2010, o número de inquilinos subiu 27% e a quantidade de imóveis disponíveis diminuiu 25%. De um lado, o fortalecimento econômico faz com que mais executivos e estudantes venham morar temporariamente na cidade. Do outro, os investidores têm preferido aplicar no mercado financeiro. “Antigamente, quando havia o lançamento de um prédio residencial, eles adquiriam muitas unidades para depois colocá-las no mercado de locação”, aponta Roseli. “Hoje, estão comprando menos.” Para suprir a carência de habitações, ela ampliou sua equipe de house hunters, isto é, profissionais que varrem a capital numa caça aos imóveis. Enquanto isso, as filas de espera devem continuar. 

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A bióloga Bruna Rippe está no grupo de pessoas que andam sofrendo para encontrar uma boa oportunidade. Há seis meses ela vasculha a região central em busca de um apartamento de um quarto. Já passou por vinte imobiliárias e não conseguiu resolver o problema. “Visitei muitos locais, mas em cada ocasião tive um problema diferente: o endereço ficava numa rua perigosa, custava além do meu orçamento ou já estava prometido a outro cliente”, diz. Ao mesmo tempo, quem possui um contrato em vigência faz de tudo para prorrogá-lo no momento. Com medo de perder o apartamento onde mora na Vila Madalena, a cientista social Ana Luiza Mendes Borges topou pagar o dobro na hora de renovar recentemente o acordo. “Achei o aumento um absurdo, mas aceitei porque gosto muito de morar aqui”, afirma.

Aluguel - Tatuapé 2219
Aluguel – Tatuapé 2219 ()

Alguns proprietários de imóveis vagos para locação aproveitam a maré favorável para embutir nos contratos novas exigências aos inquilinos, como a apresentação de um fiador com dois imóveis na capital. Uma alternativa a isso é a confecção do seguro-fiança, que, em caso de calote, reembolsa o proprietário dos aluguéis atrasados em trinta dias. Em algumas imobiliárias, como a Liboredo Negócios, na Zona Oeste, metade dos contratos já é fechada com esse tipo de garantia. O inconveniente do negócio é o preço: como o custo do seguro-fiança corresponde ao valor de 1,5 aluguel a cada doze meses, a apólice também ficou bastante inflacionada.

Os imóveis que subiram acima da média no último ano:

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1 dormitório no centro: 29%

2 dormitórios em Higienópolis, Itaim, Jardins e Moema: 30%

3 dormitórios no Butantã e no Jaguaré: 25%

4 dormitórios no Belém, Mooca e Tatuapé: 54%

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