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Leilão das celebridades arrecada 4 milhões de reais para escola de Paraisópolis

Homem mais rico do Brasil, empresário Eike Batista arremata e coloca peças novamente no leilão, doando sozinho, mais de 2 milhões

Por João Batista Jr.
Atualizado em 5 dez 2016, 18h38 - Publicado em 21 ago 2010, 01h13

Contrariando a máxima de que, quanto mais importante (e mal-educada), mais atrasada a pessoa chega aos eventos, o empresário Eike Batista foi um dos primeiros convidados a pisar no restaurante Buddha Bar, dentro da Daslu, na última segunda (16). Chegou quinze minutos depois do início oficial do Leilão das Celebridades, evento dedicado a arrecadar fundos para a Escola do Povo, de Paraisópolis, marcado para as 20 horas. Acostumados a clicar artistas dos mais diversos tipos, os fotógrafos a postos não reconheceram o homem mais rico do país — e oitavo do mundo, segundo a revista Forbes —, cuja fortuna é estimada em 27 bilhões de dólares. Sorte dele, pois estava apertado. Entrou perguntando onde ficava o banheiro. Ufa! Pouco depois, seguiu a caminho de sua mesa até ser interceptado por um feixe de luz. Era a equipe do apresentador Amaury Jr. com aparato de iluminação e câmera ligados. “Vim a São Paulo especialmente para a ocasião”, disse o bilionário, morador do Rio de Janeiro. Batista logo desmentiu que seu namoro com a advogada Flavia Sampaio estivesse tão sólido quanto as areias dos lençóis maranhenses, que ficam no estado onde ele descobriu reservas de gás natural. “Estamos juntos”, afirmou, embora ela mesma tenha declarado que os dois haviam brigado.

O evento foi organizado por Wanderley Nunes. Conhecido pela língua afiada, o cabeleireiro passou o chapéu entre os amigos com o objetivo de arrecadar peças variadas. “Já vendi coxinha para sobreviver”, contou ele, que hoje cobra 350 reais por um corte. “Quero ajudar na alfabetização de jovens carentes.” Luciana Gimenez doou uma jaqueta Gucci e uma guitarra que pertenceu ao rolling stone Mick Jagger, Ana Botafogo deu sapatilhas e Carlos Alberto de Nóbrega mandou o banco usado no cenário do programa A Praça É Nossa… Ao todo, as prendas renderam 54 lotes. O título de madrinha do evento ficou com a cliente mais famosa de Nunes: a primeira dama Marisa Letícia, que por acaso não doou nada. Com quase uma hora de atraso, a dupla chegou de braços dados à festa. Elegante em um modelo assinado por Reinaldo Lourenço, Marisa despistou a imprensa e seguiu para a mesa principal. Sentou-se ao lado de sua nora Marlene, mulher de Sandro, e de Eike Batista. Simpática, Marlene ficou responsável pelos momentos de tiete da noite. Fez fotos da sogrona e dos amigos em diversas situações. “Fotografar é meu hobby”, contou, segurando uma câmera profissional.

Formado por 300 pessoas, que desembolsaram 500 reais pelo convite, o público da festa era composto de empresários e figuras conhecidas das colunas sociais. Muitos se aglomeraram para o beija-mão da primeira-dama, como a socialite Beth Szafir, que vestia um casaco de pele Dior. “Hoje está tão frio”, contou. “Dá para usar roupas mais pesadas.” Com um casaco Burberry, a atriz Christine Fernandes se deu bem: descolou um lugar no sofá atrás da mesa de Marisa, onde estavam a estilista Gloria Coelho e seu filho, Pedro Lourenço. Christine, claro, virou alvo dos cliques de Marlene. “Dei uma bolsa Marc Jacobs para ser leiloada”, avisou a global.

Mestre de cerimônias, o jornalista Chico Pinheiro convidou Nunes para iniciar os lances. O cabeleireiro se emocionou. “Há quatro horas enterrei meu pai”, contou, com os olhos marejados. Foi aplaudido por amigos como o apresentador Otávio Mesquita e o ex-piloto Emerson Fittipaldi. Ficou a cargo do leiloeiro Luiz Fernando Dutra comandar o esquema de dou-lhe uma daqui, dou-lhe duas dali. Mas encontrou certa dificuldade no início. Os primeiros lotes, em que estavam inclusos chapéu e berrante de Sérgio Reis por lance inicial de 3 000 reais, não despertaram interesse. Rápido, Nunes voltou ao palco para convocar os amigos a botar a mão na carteira. O humorista Tom Cavalcante foi chamado ao palco para tentar vender outras peças. “Quem quer um vestido da Hebe Camargo?”, disse ele. O longo acabou arrematado por 6 000 reais. Um dos mais simpáticos da noite, o apresentador e sorveteiro Edu Guedes arrematou dois capacetes de Fórmula Indy: um de Helio Castroneves (13 000 reais) e outro de Tony Kanaan (12 000 reais).

Os ânimos esquentaram mesmo quando o homem mais rico do Brasil entrou na brincadeira. A primeira movimentação dele foi desembolsar 100 000 reais por um jogo de utensílios domésticos — incluía doma de chef, fogão, batedeira, TV e faqueiro. Mas devolveu o lote para ser leiloado novamente. Assim, o apresentador e empresário João Doria Jr. arrematou as peças por outros 100 000 reais. Eike deu 25 000 reais por um vestido de paetê dourado usado por Gisele Bündchen em um desfile da Colcci em 2007, mas mandou-o de volta para ser releiloado — o que fez com que a peça de roupa tenha rendido, no total, 53 000 reais. Custava 600 reais nas lojas da grife. Eike também comprou por 55 000 reais um uniforme de Kaká, do Real Madrid, por 10 000 um vinho branco Château d’Yquem safra 2003, por 80 000 um Rolex de ouro doado por Faustão e por 500 000 o terno usado por Lula na posse de seu primeiro mandato no Palácio do Planalto, em 2003. A aquisição foi imediatamente doada ao acervo do presidente. Por fim, o empresário finalizou a gastança dobrando o valor total arrecadado no leilão, de 2 milhões de reais. Ou seja, Eike deu outros 2 milhões de reais à escola de Paraisópolis. “Vim aqui para colaborar”, disse ele. E para causar bochicho também. Muitos presentes pensaram que seu cabelo, imexível e sem brilho, era peruca. Não é o caso. “Na verdade, o cabelo do meu cliente passou por uma revitalização”, afirmou Alessandro Corona, dono de uma empresa de estética. Sim, ele disse revitalização. O que seria? “Um processo de tratamento com produtos que reconstroem os fios.” Então, tá.

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