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Pedro Neschling: “Gosto de trabalhar em família”

Com Pedro Paulo Rangel no elenco, filho de Lucélia Santos estreia "Um Número" nesta sexta (29)

Por Adriano Conter
Atualizado em 5 dez 2016, 17h04 - Publicado em 28 jun 2012, 18h19

Ator, diretor e, ocasionalmente, até DJ, Pedro Neschling estreia nesta sexta (29) no Sesc Belenzinho a peça “Um Número”, com Pedro Paulo Rangel e Pedro Osório no elenco.

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De Caryl Churchill, o drama discute a natureza humana. A história fala sobre um jovem (papel de Osório) que acaba de chegar de um hospital onde descobriu a existência de outros seres idênticos a ele.

Perplexo, o rapaz decide confrontar seu pai (interpretado por Rangel) e fica sabendo que foi gerado a partir de um processo de clonagem de um filho natural, supostamente morto em um acidente.

Em entrevista, o filho da atriz Lucélia Santos conta como foi o processo de criação da montagem, do papel da família em suas produções e de planos para o futuro.

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VEJA SÃO PAULO — Como você chegou ao texto de Caryl Churchill e decidiu dirigir o espetáculo?
Pedro Neschling —
Já havia dirigido Pedro Osório em “A Forma das Coisas”, do Neil Labute, e em “Estragaram Todos os Meus Sonhos, Seus Cães Miseráveis!”, da Daniela Pereira de Carvalho. Estávamos procurando um novo projeto e ele me apresentou esse texto. Fiquei muito excitado com as possibilidades cênicas que encontrei ali, com a temática extremamente contemporânea.

VEJA SÃO PAULO — Com é trabalhar com Pedro Paulo Rangel?
Pedro Neschling —
Tinha trabalhado com o Pepê numa novela em que ele fazia meu pai, “Desejo Proibido”. Nos demos muito bem. Então, quando li “Um Número”, imaginei que ele faria esse papel magistralmente. Liguei e fiz o convite, ele leu e topou. Fiquei extremamente feliz e honrado. A disposição de se permitir trabalhar com um diretor com menos tempo de vida do que você tem de profissão é de uma generosidade sem tamanho.

VEJA SÃO PAULO — Como foi a pesquisa para criar a montagem? Houve influência de outras versões, como a inglesa com Daniel Craig, por exemplo?
Pedro Neschling —
Gosto de construir meus espetáculos em cima dos atores, principalmente quando há um talento como o Pepê em cena. Não tive nenhum acesso às montagens anteriores, nem mesmo ao filme que foi feito.

VEJA SÃO PAULO — Em que aspectos acha que a peça o desafiou como diretor? Já se sente confortável nesta posição?
Pedro Neschling —
O maior desafio foi unir nossas visões sobre o trabalho. Pepê é um monstro sagrado, mas, como seu diretor, tinha que buscar fazê-lo entender minha proposta. E acho que nos demos muito bem nesse sentido. Osório também foi extremamente disponível e nossa intimidade que vem de outros trabalhos ajudou muito no processo. Dirigir para mim é algo muito natural, que faço com muito prazer.

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VEJA SÃO PAULO — A tradução foi feita em parceria com Vitória Frate, sua namorada. Em “Alguém Acaba de Morrer Lá Fora”, ela atuou ao lado de Lucélia Santos. É uma preocupação sua manter uma equipe de nomes familiares? Ajuda ter rostos amigos no palco e na produção?
Pedro Neschling —
Minha equipe inteira é uma família, mesmo. Minha diretora de produção é uma das minhas melhores amigas há muitos anos. Minha iluminadora está comigo em diversos espetáculos há quase dez anos. Meu cenógrafo em “Um Número” foi meu primeiro diretor. Osório é quase um irmão. Vitória e minha mãe são família-família. E, com a admiração que sinto por elas, é natural que sempre as queira por perto também. Para mim, a graça é essa: buscar fazer o melhor, sempre cercado de quem gosto e admiro.

VEJA SÃO PAULO — A respeito da leitura dramática de “Vestido de Noiva”, no Sesi, e sobre o beijo na boca que você daria em sua mãe, alguns veículos levantaram a questão: o que é válido em nome do teatro? Você esperava essa reação?
Pedro Neschling —
Os veículos que repercutiram isso só não atentaram ao fato de ser só uma leitura. Que, aliás, foi uma delícia, assim como tem sido todo o ciclo que o Sesi está realizando sob comando do Marco Antônio Braz. Fiquei muito feliz de ter lido essa obra-prima do Nelson ao lado de uma das suas atrizes favoritas, que tenho a sorte de ter como mãe. Era uma terça-feira à tarde, chuvosa, e o teatro lotou. Bom sinal, ainda há bastante gente interessada.

VEJA SÃO PAULO — E, quanto ao futuro. Algum plano para a TV ou cinema?
Pedro Neschling —
Sim, vários. “Alguém Acaba de Morrer Lá Fora” continua em cartaz no Rio. Em São Paulo, depois de “Um Número”, estreio “Como Nossos Pais”, em outubro, um texto meu em que vou dirigir e atuar, um tremendo desafio. No cinema, sai em agosto “O Diário de Tati” e “Um Homem Qualquer”, dois filmes em que participei como ator. Tenho o projeto de um longa meu, “Super Normal”, começando a tomar forma. E, na TV, devo fazer uma novela no ano que vem.

VEJA SÃO PAULO — Sobre suas empreitadas como DJ, o que tem feito parte de seu set ultimamente?
Pedro Neschling —
Gosto sempre de animar a pista. Quem sai de casa quer se divertir e eu também, por isso, toco o que sinto que a galera quer ouvir. Na FunFarra (versão paulistana de uma balada carioca) é assim. Ninguém fica parado. Cantamos juntos de Spice Girls a The Strokes, passando por Mika e Darwin Deez. Tenho adorado fazer a festa em São Paulo. Em agosto, tem mais.

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