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Silencioso e sem cores, “O Artista” registra os primeiros passos do cinema

Filme narra ascensão e queda de um ator para contar a história da sétima arte

Por Bruno Machado
Atualizado em 5 dez 2016, 17h25 - Publicado em 3 fev 2012, 18h00

Minutos antes de ser exibido em Cannes, “O Artista” não empolgou os críticos. Passados dez minutos de projeção, os semblantes se desanuviaram, embora não houvesse cores ou sons: o filme havia cativado a audiência, e seu protagonista, Jean Dujardin, deixou o festival com a Palma de Ouro em mãos.

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“O Artista”  já colecionou prêmios ao redor do mundo e segue cotado como o vencedor do Oscar de Melhor Filme. O filme parece mesmo ter sido feito sob medida para agradar a Academia: do humor chapliniano aos close-ups de Sergei Eisenstein, passa por referências a Orson Welles e o seu “Cidadão Kane” e à filmografia de Fred Astaire. Ou seja, o longa é uma grande homenagem às raízes do cinema e, a despeito da definição do diretor Michel Hazanavicius e de seu orçamento de US$ 15 milhões, ele nada tem de modesto.

Hazanavicius parte de uma ideia simples e não inédita em Hollywood: narrar, da ascensão à ruina, a trajetória de uma estrela de cinema. O artista do título é George Valentin (Jean Dujardin), um astro do cinema mudo que, enquanto amarga o ostracismo, observa a decolagem de Pepy Miller (Berénice Bejo) rumo ao estrelato nos filmes falados.

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Mais do que reconstruir a época – o longa passeia pelo nascimento dos filmes sonoros, registra a Grande Depressão de 1929 e vai até meados dos anos 30, quando o cinema começa a ganhar a definir sua linguagem, Hazanavicius é rigoroso ao reproduzir a estética cinematográfica da época, embora derrape com soluções fáceis no roteiro, como a inserção de humor nas cenas mais tensas.

O filme vale o ingresso: por seu humor ingênuo, belas atuações e trilha sonora que faz jus ao cinema dos anos 20. E a exibição com mais de uma hora de diálogos pautados por cartelas não é exatamente um problema.

Se o “O Artista” levar o Oscar em 26 de fevereiro, vai realizar um feito histórico. Mas a aposta ainda é arriscada, pois terá de brigar voto a voto com “A Invenção de Hugo Cabret”. Entre a homenagem ao cinema vinda da França e a produzida por Martin Scorsese, a academia pode optar, naturalmente, pela última. Isso não roubará os méritos do filme que apresenta ao espectador uma experiência cinematográfica em estado puro – ou, como já virou chavão entre os críticos, uma carta de amor ao cinema.

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