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Carlos Apolinário: “Vivemos uma ditadura gay”

Vereador do DEM fala sobre a aprovação do projeto do Dia do Orgulho Heterossexual pela Câmara Municipal de São Paulo

Por Anna Carolina Oliveira
Atualizado em 5 dez 2016, 17h52 - Publicado em 5 ago 2011, 19h05

Após causar polêmica ao propor o Dia do Orgulho Heterossexual, o vereador Carlos Apolinário (DEM) volta ao palco da controvérsia com a aprovação do projeto pela Câmara Municipal de São Paulo, na última terça (2). A nova data, agora, só depende da sanção do prefeito Gilberto Kassab.

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Em entrevista, Apolinário conta o que pensa sobre as reações contrárias à sua ideia.

VEJINHA.COM — Com a aprovação do Dia do Orgulho Heterossexual pela Câmara Municipal, o senhor está mais confiante na sanção do prefeito Gilberto Kassab?
Carlos Apolinário —
Não faço uma avaliação da situação ou tento descobrir o que o prefeito irá ou não decidir. Eu poderia ligar para ele e tentar convencê-lo, mas não quero constrangê-lo. Essa é uma decisão que deve vir da consciência do prefeito. Principalmente depois da aprovação na Câmara, os gays intensificaram a campanha contra mim e o meu projeto. Poderia também organizar uma campanha na internet, tenho um enorme cadastro de pessoas que pensam como eu. Mas não quero contribuir para esse clima.

VEJINHA.COM — Acredita que o projeto pode ser vetado por conta das manifestações contrárias?
Carlos Apolinário —
Acho que os gays e outras pessoas contrárias não entenderam o conceito do meu projeto. Eles estão agindo como se o Dia do Orgulho Heterossexual fosse proibir a homossexualidade, como se eu fosse contra outras opções sexuais. Não é nada disso! A ideia é criar um dia em que as pessoas reflitam sobre os privilégios para os homossexuais. Usar o dinheiro público para entregar camisinha e outras coisas durante a Parada Gay, por exemplo, é um excesso para mim. Ser gay é uma escolha, mas tem sido tratado como um privilégio e, se você vai contra isso, é atacado. Vivemos uma ditadura gay. Eu já recebi ameaças no meu gabinete e hoje [quinta] minha página na internet (https://www.carlosapolinario.com.br/) foi hackeada. Dá a impressão de que os gays não aceitam uma opinião contrária a deles.

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VEJINHA.COM — Sancionar o projeto do Dia do Orgulho Heterossexual atrapalharia o trabalho de Gilberto Kassab na prefeitura de São Paulo?
Carlos Apolinário —
Quando a Dilma suspendeu o “kit gay” das escolas, foi taxada de homofóbica e duramente criticada. Tudo para os gays é uma chantagem. Ou você faz do jeito que eles querem ou eles não votam mais em você, retiram o apoio eleitoral, enquanto deveriam ver a política como um todo. Eu, por exemplo, tenho outros projetos, mas todo mundo só me pergunta sobre esse do orgulho hétero. Não acredito que apoiar o projeto vai complicar a vida do prefeito porque os gays não elegem ninguém. Eles são bem ativos, mas não tão numerosos.

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VEJINHA.COM — A instituição do Dia do Orgulho Hétero é uma estratégia eleitoral?
Carlos Apolinário —
Não, porque não serei mais candidato a vereador. Estou fora! Cansei dessa vida política. Além disso, o projeto existe faz tempo, já passei com ele por três períodos eleitorais e isso não me ajudou ou atrapalhou. O projeto visa a reflexão quanto aos excessos e um respeito mútuo entre as diferentes opções sexuais. É até para os próprios gays pensarem que devemos respeitar as opções e opiniões de todos, mesmo dos héteros. Não sou Deus nem juiz da vida de ninguém. Se duas pessoas do mesmo sexo querem morar juntas, o problema é delas. Só não acho certo tratar o tempo todo os homossexuais como se fossem vítimas.

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