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Em cópia restaurada, “Violência e Paixão” volta às telas do CineSesc

Última obra de Luchino Visconti, filme traz temas autobiográficos do diretor no fim da vida

Por Miguel Barbieri Jr.
Atualizado em 5 dez 2016, 18h17 - Publicado em 11 fev 2011, 21h39

 Dois anos antes de morrer, já com a saúde debilitada por causa de um infarto, o diretor italiano Luchino Visconti (1906-1976) criou uma obra-prima. Violência e Paixão é seu filme mais autobiográfico e um dos melhores trabalhos do realizador dos formidáveis “O Leopardo”, “Rocco e Seus Irmãos”, “Morte em Veneza” e “Os Deuses Malditos”. Incontestável cinco-estrelas, o longa-metragem ganha reprise em grande estilo, com cópia restaurada no CineSesc e sessões às 14h30 e 19 horas.

Também um dos três roteiristas, Visconti narra com sua habitual elegância a convulsão afetiva de um professor aposentado, interpretado no ponto exato por Burt Lancaster (1913-1994). Em seu suntuoso apartamento de Roma, esse intelectual maduro reservou para os últimos suspiros a companhia dos livros, dos discos e nada mais. Mas algo tende a mudar o pacífico cenário. Nova inquilina do andar de cima, a marquesa Bianca Brumonti (Silvana Mangano) vai atropelar o cotidiano do vizinho trazendo distúrbios e problemas insistentemente. O amante dela (papel de Helmut Berger), um tipo de boa estampa e comportamento duvidoso, contribuirá da mesma forma para a ruína emocional do protagonista.

Quando se vê uma fita como esta, percebe-se quanto o cinema perdeu da grandiosidade e do intimismo. Sente-se, é claro, algo démodé nos figurinos, nos hábitos e na decoração. Os diálogos desconcertantes, contudo, permanecem muito atuais, assim como se conservam intactos os sentimentos revelados. Quase um testamento, “Violência e Paixão” confronta o frescor da juventude com os dissabores da velhice. Em um round amargo e melancólico de duas horas, Visconti vislumbrava o início do próprio fim permeando a história de verdades avassaladoras.

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