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Vandalismo e saque no centro e multidão na Paulista

Incêndio, roubo e depredação em mais uma manifestação contra o reajuste das tarifas do transporte público

Por Veja São Paulo
Atualizado em 5 dez 2016, 15h53 - Publicado em 19 jun 2013, 00h23

Um dia após o ato que levou cerca de 100 000 pessoas pacificamente às ruas de São Paulo, a sexta manifestação contra o reajuste do transporte público foi marcada pelo contraste. A grande caminhada pela paz que tomou conta da Avenida Paulista por quase todo o protesto não foi suficiente para desviar as atenções do campo de batalha que se transformou os arredores da Prefeitura, no Viaduto do Chá, com vandalismo, roubos, incêndios, confrontos e prisões. 

Os policiais também jogaram bombas de gás lacrimogêneo na Rua Augusta, onde manifestantes depredaram alguns estabelecimentos. Já na Praça do Ciclista, na Avenida Paulista, vândalos queimaram a escultura de latas.

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Por quase quatro horas, vândalos aproveitaram o pouco policiamento na região para destruir o patrimônio público, saquear lojas e, até mesmo, atear fogo em um prédio onde funcionava o antigo Othon Palace Hotel. Nem os homens da Força Tática foram suficientes para acabar rapidamente com o caos. Por volta das 22h, a Tropa de Choque se espalhou pelo centro para combater os criminosos e trazer a paz.

A Polícia Militar estima que 10 000 pessoas participaram da manifestação nesta terça-feira (18). Entretanto, o Instituto Datafolha acredita que 50 000 foram às ruas.

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Atos criminosos

Neste sexto ato, os manifestantes se reuniram na Praça da Sé. A concentração foi marcada pela grande quantidade de trabalhadores, que saíam do serviço e ficavam no local. Entretanto, nem todos participaram da passeata.

Por volta das 18h30, um grupo abandonou a multidão que seguia o itinerário determinado entre líderes do Movimento Passe Livre (MPL) e oficiais da Polícia Militar e seguiu para a Prefeitura. Lá, eles promoveram a desordem. Além de quebrarem janelas e portas do prédio, os vândalos picharam o edifício, saquearam lojas, depredaram agências bancárias e atearam fogo em um carro da Rede Record.

Quando um pequeno grupo formado por cerca de quinze policiais tentou chegar à Praça do Patriarca, os manifestantes em maior número afugentaram aos gritos e pedras os homens da PM, que precisou recuar.

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Os vândalos usaram os alambrados que isovalam o edifício para tentar fechar algumas vias, dificultando a aproximação da Polícia Militar. Por volta das 21h, os policiais da Força Tática usaram bombas de gás lacrimogêneo para dispersar as pessoas, que correram para o Viaduto do Chá.

Quando a situação parecia estar controlada, eles voltaram a atacar os policiais e promover novas cenas de destruição e saques. Nas ruas, era possível ver pessoas caminhando com objetos roubados de lojas da região, como aparelhos de TV de plasma e celulares.

Um grupo também ateou fogo em uma agência do banco Itaú, que fica no térreo do prédio do antigo Othon Palace Hotel. Nos outros andares funciona um projeto social. As pessoas que estavam no edifício precisam correr para escapar do fogo. Três caminhões dos Bombeiros lutaram para controlar as chamas.

De acordo com a Prefeitura, houve ainda uma tentativa de invasão ao Teatro Municipal.  Cerca de 300 pessoas que assistiam a uma ópera, além de 100 funcionários, seguranças, equipe de manutenção, músicos e artistas ficaram retidos no prédio, que também foi pichado, até que houvesse condições de segurança para sair.

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Apenas por volta das 21h30, homens da Tropa de Choque chegaram no centro. Eles cercaram a área para combater os marginais. Até as 22h, a Polícia Militar informou ter prendido oito pessoas que saquearam e depredaram lojas.

Secretaria de Segurança

Apesar das cenas de destruição, do prédio e veículo incendiados e das lojas invadidas, a Secretaria de Segurança Pública informou em nota que “os poucos episódios de depredação registrados nas manifestações da noite desta terça-feira (18) no Centro de São Paulo são fatos isolados, provocados por uma pequena minoria. Os responsáveis estão sendo monitorados e serão investigados”.

Ainda em nota, a Secretaria de Segurança Pública disse que a Polícia Civil vai abrir inquérito. Sobre o pouco policiamento, informou que “a pedido da Prefeitura a PM havia posicionado uma equipe da Força Tática no interior do prédio, mas avaliou que intervir em meio à multidão poderia prejudicar parte da maioria pacífica de manifestantes”.

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Trem

A circulação de trens da Linha Esmeralda precisou ser interrompida. A CPTM informou que o problema aconteceu por motivo de segurança, já que manifestantes exaltados depredaram alguns vagões após uma falha próximo à estação Morumbi.

Revoltados com uma das entradas da estação Trianon/Masp do Metrô que estava fechada, manifestantes na Avenida Paulista quebraram um vidro e forçaram o portão, aos gritos de “Abre”. Logo após, os guardas liberaram a entrada.

Avenida Paulista

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Enquanto o confronto entre vândalos e policiais acontecia perto da Prefeitura, um grande número de manifestantes promoveu uma caminhada pacífica pela região da Avenida Paulista.

Desde o início do ato, que começou na Praça da Sé às 17h, parte dos manifestantes não seguiu para a Prefeitura, preferindo subir a Avenida Brigadeiro Faria Lima até chegar na Paulista.

Aos poucos, os moradores de diversos pontos da cidade seguiram para uma das vias mais famosas de São Paulo. No início, o grupo bloqueou apenas a pista em direção à Consolação. Manifestantes passavam entre os carros no sentido contrário cantando palavras de ordem.

Com a chegada de cada vez mais pessoas, as duas pistas foram bloqueadas e a região se transformou em uma festa. Apesar da festa, alguns manifestantes depredaram estabelecimentos na Rua Augusta. A Tropa de Choque jogou bombas de efeito moral para acabar com o problema.

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