Três perguntas para Cissa Guimarães
Atriz estreia por aqui <em>Doidas e Santas</em>, comédia adaptada de crônicas de Martha Medeiros
Confira abaixo três perguntas para a atriz Cissa Guimarães, que estrela Doidas e Santas:
A mulher madura de hoje está mais doida ou mais santa? A grande crise da mulher não é mais aos 40 anos. É aos 50! Você está madura, experiente e ainda tem juventude. Ao mesmo tempo, o corpo é outro, ficamos mais introspectivas. Estava passando por essa fase quando escolhi esta peça. Tenho 56 anos e carrego uma energia incomum para as gerações passadas. Eu possuo projetos, gostaria de me casar de novo, penso em passar um tempo fora no ano que vem… Morar na Europa, fazer alguns cursos. Por que não?
Essa energia e essa autoestima deixaram os homens mais inseguros? O diferencial do espetáculo é que a grande mensagem está direcionada aos homens. Minha personagem vive um casamento morno e abre mão da acomodação. O marido, diante disso, dá a volta por cima. Mas não sei… Os homens de 50 estão com garotas de 30. E os jovens acham as mulheres mais velhas o máximo. Tem de tudo. Só que o ideal para mim é um cara que se lembre das músicas do Yes, que tenha lido os livros de Jack Kerouac na época em que li. Eu posso até namorar um cara de 30 anos, mas sei que logo essa relação acabará.
Durante a temporada no Rio, você perdeu seu filho caçula, Rafael. Esse trabalho ajudou a superar a tragédia? Não há como superar algo que é insuperável. O teatro, no entanto, proporciona momentos mágicos, e isso me dá força. Ao entrar em cena, você não é você. E, como produtora, eu estava cercada dos melhores amigos. Então me sinto realmente muito protegida no palco, como se estivesse com a minha família. O trabalho me ajudou e ainda se mostra importante para enfrentar essa dor.