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Trecho na rua dos Pinheiros reabre após obras no metrô

Comerciantes tentam recuperar perdas depois de um ano sofrendo com tapumes e tremores

Por Sandra Soares
Atualizado em 5 dez 2016, 19h20 - Publicado em 18 set 2009, 20h36

Foram doze meses de tapumes cobrindo portas e janelas, poeira intensa, barulheira, tremores e caixas registradoras quase vazias. Os dias dos moradores e comerciantes da Rua dos Pinheiros tornaram-se um tormento a partir do momento em que a Estação Fradique Coutinho da Linha 4 do metrô começou a ser construída, em julho do ano passado. Os 100 metros de extensão entre as ruas Mateus Grou e Mourato Coelho foram bloqueados ao acesso de carros. Sem poder chegar ao local a não ser a pé, boa parte da clientela desapareceu. Com queda média de 70% no movimento, doze dos quarenta estabelecimentos fecharam ou mudaram de endereço. Na sexta-feira (21), os comerciantes comemoravam a reabertura do trecho interditado e já traçavam planos para reverter os pesados prejuízos.

“Em 29 anos, nunca vivemos uma situação dessas”, conta Cynthia Zunega, proprietária da Casa Suíça, especializada em fondues. “No último Dia dos Namorados, atendemos trinta casais, contra 123 no ano passado.” A partir de setembro, o restaurante abrirá no almoço. Instalado na rua há catorze anos, o bar Elephante também aproveitou o clima de mudança para passar por uma reforma e trocar de nome. “Estamos fora das duas quadras interditadas, mas mesmo assim nossa freqüência caiu 30%”, diz o dono, Ricardo de Angelo, que em meados de agosto vai reabrir a casa, rebatizada de Mateus.

Os mais otimistas e pacientes sonham com a chegada de 2012, ano previsto para a inauguração da estação. “Os lucros futuros compensarão as perdas recentes”, acredita Juliana Peçanha, da Biofórmula, farmácia de manipulação de medicamentos que amargou queda de 70% no faturamento e operou no vermelho. De sua parte, funcionários da confecção de moda praia e fitness Zaga Brasil estão felizes em poder aposentar a máscara e os óculos que usaram durante as obras. “Sobrevivi a esse período cinzento graças aos contratos com antigos compradores de atacado”, afirma a proprietária Neide Bertrand.

Quem já enfrentou problema parecido sabe que a recuperação é lenta. Os comerciantes da Avenida Cidade Jardim, que em 2004 tiveram seus negócios prejudicados pela construção do túnel sob a Avenida Faria Lima, só reconquistaram a clientela um ano depois de concluída a obra. “As coisas se normalizaram apenas em setembro do ano passado”, diz Tania Piva de Albuquerque, do Empório Santa Maria. Na época, o supermercado demitiu mais de vinte de seus 100 funcionários, reduziu as importações e redobrou o serviço de limpeza por causa da poeira provocada pelas britadeiras.

Entre os moradores da Rua dos Pinheiros, o temor é que a via se transforme em uma Teodoro Sampaio, voltada principalmente para o comércio popular. “Em torno das estações de metrô há sempre muitos ambulantes”, aponta o projetista Serafim Mendes Filho, que vive ali há 56 anos. Uma forma de evitar esse risco seria a instalação na rua de um novo projeto paisagístico e de iluminação, que os comerciantes tentam aprovar com a prefeitura. “É essencial oferecer um ambiente mais caloroso ao público”, diz Ricardo Granja, superintendente da Distrital Pinheiros da Associação Comercial de São Paulo. “Acreditamos que em seis meses a rua voltará ao seu ritmo normal.”

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