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Trânsito no pico da tarde cai 16% na capital

Para especialistas, crise econômica e redução da velocidade máxima explicam melhora no fluxo de carros

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 27 dez 2016, 18h33 - Publicado em 13 abr 2016, 11h31

A lentidão do trânsito de São Paulo nos horários de pico teve queda em 2015, conforme dados divulgados pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). A maior redução foi entre 17 e 20 horas, intervalo em que os congestionamentos caíram 16,6% em relação a 2014. Pela manhã, das 7 às 10 horas, a redução foi de 6,6%. Para especialistas, dois fatores explicam a diminuição: crise econômica e redução da velocidade máxima. 

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No ano passado, ao considerar as medições oficiais entre o fim da tarde e o começo na noite, a capital teve uma média de 95 quilômetros de lentidão, ante 114 quilômetros em 2014. Das 7 às 10 horas, o índice foi de 70 km em 2015, ante 75 km em 2014. A CET monitora hoje 868 quilômetros de vias – de mais de 17 mil em toda São Paulo. 

Especializado em Transportes, o professor da Faculdade de Engenharia Industrial (FEI) Creso de Franco Peixoto credita a situação à queda de 3,8% no Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 – responsável ainda pela maior recessão desde 1990.

“A economia arrefeceu no ano passado. E no anterior ficou estagnada. Isso tem um peso maior (nos índices de lentidão) do que a política de gestão do trânsito”, afirmou. 

Também para Horácio Augusto Figueira, mestre em Transportes pela USP, a crise econômica “está comendo pelas beiradas”. “É visível que houve essa diminuição. Apesar de não haver parâmetros, é possível perceber que algumas vias estão mais vazias.”

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Segundo ele, porém, a saúde financeira do país só explica uma parte da queda nos índices registrada pela CET. Para Figueira, a redução dos limites de velocidade nas marginais do Tietê e do Pinheiros, determinada em julho do ano passado pela gestão Fernando Haddad (PT), tem peso ainda maior. 

“Aumenta a densidade (de veículos). Quando se concentram mais carros por quilômetro, eles se aproximam uns dos outros. Como a velocidade é menor, o risco de colisão diminui”, explicou o especialista. Peixoto também considerou que a medida melhora o aproveitamento do espaço no viário.

Não tem crise

O secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, destacou as políticas de mobilidade e negou que exista relação entre a economia e a queda na lentidão. Ele destacou estudos de 2013 da empresa Tom Tom, que colocava a cidade em 7º lugar no ranking de “pior trânsito” do mundo. No mesmo levantamento de 2015, a capital caiu para a 58ª posição, demonstrando, segundo ele, a intervenção governamental. 

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No levantamento mais recente da Tom Tom (de 2015), Rio, Salvador e Recife aparecem na lista das dez cidades com mais lentidão. O ranking é liderado pela Cidade do México, onde os motoristas passam 59% do tempo em engarrafamentos.

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“A redução de velocidade foi crucial e estratégica para a melhora da fluidez”, afirmou Tatto. “É como se aumentassem as faixas de rolamento, diminuindo a quantidade de acidentes.”

Ainda segundo ele, medidas como a implementação de mais de 400 quilômetros de faixas para ônibus à direita e os bolsões para motoqueiros nas grandes avenidas também ajudaram a “organizar” a capital. “O trânsito de São Paulo está menos estressado.”

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