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Tiffany & Co. do Cidade Jardim fica fechada por dois dias após assalto

Na tarde do último domingo (16), pelo menos oito homens munidos de submetralhadoras e escopetas invadiram o shopping

Por Giovana Romani
Atualizado em 5 dez 2016, 18h47 - Publicado em 21 Maio 2010, 20h07

Vestindo um Givenchy preto, Audrey Hepburn salta de um táxi na Quinta Avenida, em Nova York, bem em frente à Tiffany & Co. Sozinha depois de uma noitada, ela namora as peças da vitrine enquanto toma seu café da manhã. Um clássico, a cena inicial do filme Bonequinha de Luxo, de 1961, adaptação do conto ‘Breakfast at Tiffany’s’, de Truman Capote, deixou a tradicional joalheria americana ainda mais célebre. Dos diamantes à caixinha azul, tudo lá dentro se tornou objeto de cobiça. Inclusive da dos ladrões.

Na tarde do último domingo (16), pelo menos oito homens munidos de submetralhadoras e escopetas invadiram o Shopping Cidade Jardim com um alvo certo: a unidade da Tiffany instalada ali há dois anos. Por volta das 14h30, um Gol cinza e um Golf preto subiram a rampa de acesso ao valet, na entrada principal. Seis bandidos desceram dos carros.

Dois deles ficaram encarregados de vigiar os corredores e os outros quatro entraram na joalheria. Rendidos, os funcionários retiraram as peças das vitrines e as entregaram aos ladrões. “Toda a ação durou, no máximo, seis minutos”, afirma o delegado do 34º Distrito Policial José Carlos Gambarini, um dos responsáveis pelo caso. Entre vítimas e testemunhas, quatro pessoas foram ouvidas pela polícia. A Tiffany não havia divulgado, até quinta passada, a quantidade de produtos levados nem seu valor.

Pelos corredores do shopping, vendedores falam em duas ou três sacolas cheias. Antes de fugirem, os bandidos dispararam um tiro. Saíram levando um segurança como refém, liberado a cerca de 3 quilômetros dali, perto da Ponte Estaiada Octavio Frias de Oliveira. Quando notaram a movimentação, funcionários se apressaram em trancar as lojas. Em cerca de trinta minutos, todas voltaram a funcionar normalmente. Exceto a joalheria, que permaneceu fechada durante os dois dias seguintes. Na segunda, houve a realização da perícia técnica. Na tarde de terça, as vitrines continuavam cobertas por cortinas e apenas funcionários tinham acesso ao local.

“O fluxo de pessoas no shopping está normal”, garante Malu Pucci, superintendente do Cidade Jardim. “Sentimos até um pequeno aumento de circulação na terça-feira.” Dentro das lojas, quando o assunto vinha à tona, cada um tinha sua história para contar. “Olhei na cara do ladrão”, relatou uma vendedora de bolsas. “Corremos para nos esconder no estoque, lá em cima”, lembrou a atendente de uma chocolateria. Mas houve quem tentasse disfarçar. Quando questionada sobre o porquê de a joalheria bem ao lado não estar funcionando, a gerente de uma grife de roupas femininas disparou: “É dia de balanço”.

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Inaugurada no início do mês, a primeira unidade brasileira da Carolina Herrera fica quase em frente à Tiffany. “O roubo foi um caso isolado que não nos afetou em nada”, diz o empresário Gilberto Pepe, representante da Carolina Herrera no país. A segurança do shopping está reforçada, mas apenas até o fim das investigações. O centro de compras entende que o efetivo presente desde a inauguração é considerado ideal.

Imagens das câmeras de segurança são peças importantes. Detido na terça-feira, Jefferson Luiz de Lima Tomé foi encontrado após uma denúncia anônima que teria sido motivada pelos flagrantes do circuito interno. “Não será difícil prender os outros bandidos”, acredita o delegado Gambarini — até a tarde da última quinta, nenhuma nova detenção havia sido efetuada. Moradores da região estão assustados. “O empreendimento deixou o bairro em evidência”, reclama Juarez de Alvarenga, presidente da Associação Moradores Cidade Jardim Panorama. “Antes, tínhamos apenas batedores de carteira; agora, estamos atraindo criminosos profissionais.”

Depois de ver todo o seu glamour estampado nas páginas do noticiário policial, a Tiffany & Co. reabriu sem grande alarde na manhã da quarta-feira passada. Faltando alguns minutos para as 10 horas, um vendedor de terno cinza e uma faxineira aguardavam do lado de fora. Às 10h01, as cortinas da vitrine subiram automaticamente e a porta se abriu. Lá dentro, uma funcionária e um segurança já estavam a postos. Os seguranças do shopping posicionados no corredor pareciam tensos.

Durante a hora e meia seguinte, nenhum cliente entrou na joalheria. Chegaram, sim, dois entregadores de flores, que dispuseram arranjos de orquídeas e rosas nos balcões e nas mesinhas. Uniformizada, a faxineira limpou vidros e espelhos. Vestindo uma luva branca, com todo o cuidado o vendedor de terno cinza trocou algumas peças expostas. Corações de ouro, corações de prata e corações cravejados de diamantes anunciam o Dia dos Namorados. O brilho da célebre vitrine está de volta.

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