Terceiro aeroporto de São Paulo deve sair “rápido”, diz Dilma
Em Brasília, a presidente Dilma Rousseff disse ser favorável a uma alternativa aos saturados Guarulhos e Congonhas
Com quatro projetos pré-aprovados pela Secretaria de Aviação Civil (SAC) e outro em andamento, São Paulo tem grandes chances de ganhar mais um aeroporto em breve. A maior simpatizante da ideia é a presidente Dilma Roussef (PT), que disse nesta quarta (18) em um café-da-manhã em Brasília que “o governo liberará a questão do terceiro aeroporto em São Paulo” e que “vai ser rápido, mas não sei a data”.
Mesmo sem aprovação da SAC e da Aeronáutica, órgãos responsáveis por dar o aval a qualquer projeto novo na área de aviação, a proposta mais antiga é a criação de um aeroporto comercial em Caieiras, na Grande São Paulo, para desafogar Guarulhos e Congonhas, que já operam acima da capacidade há anos. O terreno de 9 milhões de metros quadrados já pertenceu à editora Melhoramentos e hoje é das empreiteiras Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez, que seriam responsáveis também pela construção e operação do aeroporto. O terminal tem até nome: Novo Aeroporto de São Paulo (Nasp).
A construção do aeroporto de Caieiras tem diversos entraves. O primeiro é a proximidade com Guarulhos (apenas 30 quilômetros), o que já fez a Aeronáutica vetar o projeto em 2011 alegando falta de capacidade no espaço aéreo brasileiro para absorver uma nova demanda. O segundo é que, com a concessão de Guarulhos e Viracopos à iniciativa privada em 2012, o terceiro aeroporto tiraria passageiros desses terminais. O contrato firmado com o governo prevê que os dois terminais recebam um número de passageiros que só será possível se não houver a concorrência de Caieiras.
Mesmo assim, o projeto da Camargo Corrêa a Andrade Gutierrez é o que a presidente mais acredita, porque traria “uma modernização muito grande da infraestrutura do país”. Ela não falou em datas para a aprovação.
Outros projetos
A SAC analisa ainda outros quatro projetos de novos aeroportos para São Paulo, todos da iniciativa privada. O Helicidade, às margens da Anhanguera, e o Harpia, perto da Represa Billings, na Zona Sul da capital, serviriam apenas à aviação executiva na capital. Em São Roque, a 60 quilômetros de São Paulo, a JHSF tem o projeto de fazer um aeródromo dentro de um complexo que teria ainda shoppings e prédios empresariais, mas a construção está embargada pela Justiça por desrespeitar a legislação ambiental.
A obra mais avançada é a do Aerovale, um aeroporto entre as rodovias Presidente Dutra e Castelo Branco, em Caçapava, no interior de São Paulo. A pista de 1 590 metros – menor que a de Congonhas e maior que a do Santos Dumont, no Rio – já está construída e tem capacidade para receber voos comerciais.