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“Facas nas Galinhas” aborda o feminismo com frescor e delicadeza

Poética, montagem conta com soluções simples, mas de grande criatividade

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 5 dez 2016, 17h04 - Publicado em 23 jun 2012, 00h51

O público paulistano tem como referência do autor escocês David Harrower o drama “Blackbird”, dirigido por Alexandre Tenório em 2010. Na montagem, o realismo da narrativa sobre pedofilia era realçado. Primeiro texto de Harrower e já apresentado em 25 países, o drama “Facas nas Galinhas” (1995) chega ao Brasil em uma encenação capitaneada por Francisco Medeiros. Além de conhecer um lado mais poético do dramaturgo, ainda pouco divulgado por aqui, o espectador ganha a chance de verificar como é possível tratar de um tema que parecia esgotado — a submissão feminina e sua posterior libertação — com frescor, delicadeza e atemporalidade.

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Repleto de simbologias, o texto aborda a capacidade de transformação da vida diante das oportunidades. Eloisa Elena interpreta uma camponesa subserviente cuja rotina se modifica depois de um incidente no estábulo. Impossibilitado de sair para o trabalho no moinho, o marido (papel de Cláudio Queiroz) a manda em seu lugar a fim de evitar prejuízos. Lá, ela conhece um moleiro (o ator Thiago Andreuccetti) e vê despertar inquietações adormecidas.

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O cenário de Marco Lima transforma-se em múltiplos ambientes só com o deslocamento de uma madeira ou o levantamento de uma das plataformas. Eloisa Elena transita entre a doçura, o inconformismo e a frieza em sutis olhares e entonações de voz. Queiroz e, principalmente, Andreuccetti surgem como contrapontos à altura da protagonista. Em meio à simplicidade da produção, as soluções de Medeiros, a exemplo da chuva de farinha ou das gotas de sangue, chamam atenção pela criatividade e pelo talento de fazer bom teatro com poucos recursos e poesia de sobra.

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