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Sobre duas rodas, resgate chega ao destino na metade do tempo

Antes de pilotarem as motos, os bombeiros precisam fazer um curso de duas semanas, no qual ficam preparados para conseguir driblar o caótico trânsito da cidade

Por Edison Veiga
Atualizado em 5 dez 2016, 19h25 - Publicado em 18 set 2009, 20h32

Um homem caído na calçada da Rua Boa Vista, no centro, motivou o chamado aos bombeiros às 9h50 da última segunda. Dois minutos depois chegavam ali o sargento Rogerio Gonçalves e o cabo Renato Corá da Silva, em suas motos Honda Falcon, de 400 cilindradas. “Uma viatura convencional demoraria o dobro do tempo”, diz Silva. Sempre em duplas – por segurança e pelo fato de que sozinho fica mais difícil realizar os primeiros socorros –, os bombeiros sobre duas rodas começaram a circular pelas ruas de São Paulo há seis anos. Timidamente, diga-se. Eram apenas duas motos, e os equipamentos cabiam em uma mochila. Hoje são 28 veículos, que carregam itens como desfibrilador, cilindro de oxigênio, kit para parto e curativos. Trafegam das 7h30 às 19h30 e cada dupla atende a cerca de sete ocorrências por dia. Em geral, prestam atendimento de emergência a vítimas (90% dos casos) enquanto as UTIs móveis estão a caminho. Mas também são utilizadas para, por exemplo, isolar a área de um incêndio até a vinda das viaturas.

Antes de pilotarem as motos, os bombeiros precisam fazer um curso de duas semanas, no qual treinam seus reflexos e ficam preparados para conseguir driblar o caótico trânsito da cidade com agilidade, segurança e responsabilidade. “No começo do projeto, um colega nosso morreu em uma ocorrência”, lembra o tenente Humberto Cesar Leão, instrutor de resgate do Corpo de Bombeiros. “Isso nunca mais aconteceu e, no último ano, foram apenas duas quedas leves.” A idéia de utilizar motos para agilizar o atendimento foi importada de Tóquio, no Japão. “Eles também sofriam com o problema do trânsito intenso”, conta o major Reginaldo Campos Repulho, que em 2001 realizou um estudo de viabilidade para a aplicação do modelo por aqui. “Havia uma resistência na própria corporação. Alguns questionavam a segurança do sistema.” No treinamento, entretanto, isso acabou desmitificado. O motobombeiro não precisa ser “rápido” como um motoboy irresponsável. O ganho de agilidade está na velocidade constante, já que as motos driblam facilmente os congestionamentos e, se necessário, podem atravessar praças e até trechos de calçadas.

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