Série ‘Judy Moody’ ganha mais uma aventura
Em entrevista, a escritora Megan McDonald conta como criou a heróina e deixa escapar que ela pode virar uma animação
Se você tem uma garotinha dentro de casa, certamente já ouviu falar de Judy Moody. A protagonista da série de livros infantis é sucesso mundial e acumula recordes. A coleção estreou em solo norte-americano em 2000 e quatro anos depois por aqui. Já vendeu 18 milhões de exemplares, sendo 280 000 deles no Brasil. Além disso, é traduzida para 25 línguas, entre português, espanhol, turco, sueco, chinês e até basco.
A espevitada e temperamental menina de cabelo bagunçado foi criada por Megan McDonald. A inspiração veio de sua própria infância ao lado de quatro irmãs mais velhas no interior dos Estados Unidos. De leitura fácil e com ilustrações divertidas – estas a cargo de Peter H. Reynolds –, a obra rapidamente caiu no gosto da criançada, que devora as aventuras de Judy como quem come uma guloseima.
Tal qual Harry Potter – guardadas as devidas proporções –, Judy Moody vive em um mundo “completo”. Não há feitiços no universo inventado por McDonald, mas uma extensa gama de personagens que povoam suas histórias, entre amigos de escola e a família. Existe até um site sobre ela, em inglês apenas. Clique aqui para visitá-lo. Nele podem-se encontrar informações tão díspares quanto a tradução de seu nome na Sérvia (Caca Faca, isso mesmo) e um plano completo de Judy afastar a monotonia.
Acaba de chegar às livrarias brasileiras Judy Moody e o Verão Superlegal (224 páginas, R$ 37,50, Editora Salamandra), o décimo primeiro título da série. No novo livro, a heroína tenta salvar as suas férias de um fracasso, já que seus melhores amigos vão viajar e ela ficará com o irmão e uma tia.
De sua casa na Califórina, a autora concedeu uma entrevista a VEJASÃOPAULO.COM. Entre outras coisas, McDonald revela que adoraria ver Judy em uma animação – bem diferente dos filmes que já foram feitos só para a TV. Confira abaixo o bate-papo:
Depois de Harry Potter e de Greg Heffley, de O Diário de um Banana, surge Judy Moody no mundo dos best-sellers infantis. O que essa garotinha tem a dizer para o mundo? Eu espero que Judy Moody esteja aqui para dizer: “Pense por si mesmo, encontre sua própria voz e, principalmente, seja você mesmo”.
A infância ao lado de irmãs mais velhas inspirou as obras? Sim. Eu cresci em uma casa com quatro irmãs mais velhas. Nossas brincadeiras e aventuras inspiram muitas histórias de Juddy, como as do Clube Xixi de Sapo.
De onde vem todo o “exagero” que envolve as atitudes da Judy? Ela tem sua própria personalidade, mas em alguma parte de mim mesma bate o coração de uma menina de 8 anos. Eu e ela, afinal, temos muito em comum. Ambas sustentamos um cabelo bagunçado, amamos colecionar coisas e somos temperamentais!
A personagem principal passa boa parte do tempo longe de computadores. É uma maneira de resgatar sua própria infância? Acho que sim. Na verdade, eu sempre quis fazer a Judy e seu mundo mais atemporais, não focando em computadores e tecnologia. Acabou ficando mesmo parecido com a infância que tive.
E a vocação ambientalista de Judy? Isso vem diretamente de mim. Ser amiga do planeta é uma questão pessoal muito importante. Sou apaixonada por reciclagem, compostagem, energia solar e sustentabilidade.
Sempre pensou em escrever para crianças? Poderia indicar livros infantis? Na faculdade estudei literatura para crianças, mas não sabia à época que escreveria livros infantis. Primeiro me tornei bibliotecária e trabalhei em livrarias públicas. Tinha muito contato com crianças de diversas idades, talvez daí tenha surgido o interesse. Entre os meus livros infantis favoritos estão Harriet, a espiã, Ramona Quimby e Stuart Little.
Estão programados mais filmes sobre a série? Eu adoraria ver Judy em uma animação. Quem sabe?