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Secretário de Educação pediu demissão antes do anúncio de recuo

Herman Voorwald enviou carta pela manhã. Presidente do TJ, José Renato Nalini, e ex-secretário de Educação do município, Alexandre Schneider, são cotados para vaga 

Por Veja São Paulo
Atualizado em 5 dez 2016, 11h50 - Publicado em 4 dez 2015, 15h35

Antes do anúncio de recuo do governo em relação ao projeto de reorganização das escolas estaduais, o secretário da Educação, Herman Voorwald, enviou carta ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) informando que deixaria o cargo. 

Após avaliação, Alckmin aceitou o pedido. VEJA SÃO PAULO apurou que dois nomes são cotados para a vaga: o desembargador José Renato Nalini, presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, que se despede do comando do órgão no fim de dezembro, e Alexandre Schneider, ex-secretário da Educação do município na gestão de José Serra e Gilberto Kassab (2005-2008).  

O presidente do TJ afirma que até agora não foi convidado por ninguém. “Não falaram comigo. Por enquanto é tudo especulação”. Questionado se aceitaria o cargo, caso fosse convidado, o magistrado desconversou: “Não dá para vaticinar”.  

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A saída de Voorwald decorre da avaliação de que ele não soube conduzir a discussão em torno do projeto, que acabou se transformando no maior desgate político do governador em 2015.

O estopim da crise foi a mudança na posição dos alunos – que ocuparam cerca de duzentas escolas estaduais – em sair das unidades e protestar nas ruas da capital. O último sinal de enfraquecimento do agora ex-secretário foi a nomeação do chefe da Casa Civil, Edson Aparecido, nesta quinta (3), como negociador do impasse com os estudantes. 

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Antes disso, causou constrangimento no Palácio dos Bandeirantes a entrevista de Voorwald, concedida no último dia 25 à rádio CBN, em que ele afirmou ter vergonha” dos resultados da educação do Estado 

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O secretário não teria conseguido emplacar a tese de que o movimento era político e partidário. Ele teria, ainda, apresentado avaliações imprecisas sobre o cenário e demonstrado dificuldades de estabelecer pontes de diálogo com os líderes do movimento para desmobilizar as ocupações.

A avaliação entre os tucanos paulistas é que a resistência ao processo de reorganização e as ocupações vinham causando um desgate a Alckmin maior até que a crise hídrica. Segundo a pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira, seis em cada dez paulistas são contra a reorganização e 55% dos entrevistados apoiam as ocupações. O levantamento também revelou que Alckmin nunca enfrentou uma rejeição tão alta: 40% dos entrevistados classificam a gestão como regular, 30% como ruim e péssima e apenas 20% como ótima e boa.

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A reorganização previa o fechamento de 93 escolas e a transformação de 754 unidades em ciclos únicos. O argumento é de que o projeto provocaria melhora nos indicadores educacionais. Além da oposição de alunos e professores, instituições como a USP, Unicamp, Unesp e UFABC se posicionaram contrários ao projeto. Uma das críticas de especialistas e alunos é que o governo não havia realizado discussões sobre o projeto antes de anunciá-lo.

Voorwald assumiu a secretaria em 2011, quando deixou o cargo de reitor da Universidade Estadual Paulista (Unesp). No início do ano, sua saída já havia sido dada como certa, mas, naquele momento, o governo não conseguiu encontrar um substituto. Em setembro, o secretário participou de processo seletivo para a reitoria do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), tentativa posteriormente abandonada antes do resultado final.

Além de enfrentar a ocupação de escolas, o secretário conviveu no primeiro semestre neste ano com a maior greve de professores da escolas. O governo não concedeu reajuste aos professores neste ano.

Recuo

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Em pronunciamento no Palácio dos Bandeirantes, Alckmin anunciou a suspensão, afirmou que os alunos estudarão em 2016 em suas escolas e que será aberto diálogo com cada uma das unidades. “Recebi e respeito a mensagem dos estudantes e dos familiares, com suas dúvidas e preocupações. Nossa decisão é de adiar a reorganização”, afirmou Alckmin, que, no pronunciamento, citou o papa Francisco, que afirma preferir o diálogo à violência. (Com Estadão Conteúdo)

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