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Sandro Chaim conseguiu montar o musical de 7 milhões de reais

Jovem paulistano de 30 anos conta como conseguiu os direitos para fazer a montagem de Os Produtores

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 5 dez 2016, 19h24 - Publicado em 18 set 2009, 20h33

Há dois anos, o ator e diretor Miguel Falabella olhou para o produtor Sandro Chaim e disse: “Você quer trabalhar comigo? Consiga negociar os direitos de The Producers e me chame”. Pura provocação. “Achei que era muita areia para o caminhão daquele moleque”, lembra Falabella. O telefone do ator tocou no fim de 2006. Era Chaim avisando que estava autorizado a montar o musical escrito por Mel Brooks e aproveitando para perguntar se, além de protagonizar, ele aceitaria dirigir e adaptar o texto. No sábado (15), graças ao empenho do jovem paulistano Chaim, a cortina vai se abrir no Tom Brasil Nações Unidas. Com 30 anos recém-completados, ele verá Falabella, Juliana Paes e Vladimir Brichta à frente de 25 atores e onze músicos numa montagem de 7 milhões de reais (confira resenha na pág. 106). A peça, que estreou na Broadway em 2001, mostra o fracassado produtor Max Bialystock, que, com a ajuda de um contador, decide arrecadar uma fortuna com patrocinadores para criar um fiasco de bilheteria. Assim, os dois poderiam embolsar o dinheiro dos investidores. Tudo dá errado quando o espetáculo faz um sucesso estrondoso.

Os Produtores não é brincadeira para incautos. Com uma equipe de 100 pessoas, tem dez cenários, 350 figurinos (só de perucas são sessenta) e 10 toneladas de equipamentos. Para quem teme que a pouca idade possa ser um risco para a saúde do musical, Chaim exibe um currículo capaz de causar inveja a veteranos. Desde 1996, montou 33 espetáculos, entre eles Norma, Fica Comigo Esta Noite e No Retrovisor. Sua primeira experiência foi aos 15 anos, quando resolveu fazer Romeu e Julieta na escola. Colocou na cabeça que seria fundamental um cenário cujo preço chocou os professores. Diante da negativa, ele arrecadou o dinheiro com comerciantes do bairro. Depois de doze apresentações no colégio, vendeu o espetáculo para clubes e associações. “Minha família jamais acreditou que isso viraria profissão”, diz Chaim, filho de um economista e de uma psicóloga. A atriz Geórgia Gomide, protagonista de sua primeira produção profissional, De Artista e Louco Todo Mundo Tem um Pouco, conta que os pais do garoto não gostavam da idéia. “Viajávamos de quarta a domingo pelo interior de São Paulo e por cidades de que nunca tínhamos ouvido falar.”

Dividido entre São Paulo e Rio, Chaim emprega trinta funcionários em seus escritórios. Além do trabalho como produtor, arrendou em 2005 o Teatro Procópio Ferreira, nos Jardins, no qual é responsável pela programação. Fica atento ao que acontece atrás do palco, mas não tem paciência para burocracias administrativas. “Para isso, cerco-me de pessoas em quem confio”, diz. Workaholic, tirou um mês para passear pela Europa no ano passado e, nas duas últimas semanas, não controlou a preocupação com suas montagens. “Telefonava sem parar”, admite ele, que diz não encontrar tempo sequer para namorar. Apesar de não se queixar da vida fi-nanceira, ainda mo-ra de aluguel. “Tu-do o que ganho invisto no teatro”, afirma o produtor de Os Produtores.

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