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Diamantes na hora certa

Manda-chuva da Piaget, Philippe Léopold-Metzger escolhe endereço para abrir a primeira loja de joias e relógios no país

Por Simone Esmanhotto
Atualizado em 5 dez 2016, 16h28 - Publicado em 21 dez 2012, 16h43

Nem sempre é fácil convencer um presidente de uma empresa a abrir espaço na agenda para um almoço que, bem, pode se resumir apenas a um intervalo num dia cheio de cifras e decisões. Afinal, almoços viraram parte tão fundamental da cena de negócios que restaurantes parecem uma extensão da sala de reuniões. Mas Philippe Léopold-Metzger, CEO da Piaget há 12 anos, reservou uma hora e meia para se sentar com VEJA LUXO no restaurante Varanda Grill do shopping JK Iguatemi. Ocupou uma mesa no fundão para anunciar a chegada da relojoaria suíça ao Brasil nos próximos dois anos. Dali, a vista privilegia a demolição do prédio neoclássico que abrigou a Daslu entre 2005 e o começo deste ano. “Abriremos um espaço com a linha completa de relógios e joias”, confirmou Metzger, que visitou o país uma vez, há seis anos. Os endereços candidatos são o JK, onde Van Cleef & Arpels, Panerai e IWC, marcas irmãs da Piaget sob o guarda-chuva do grupo Richemont, se instalaram; e o Cidade Jardim, onde moram a Cartier e a Montblanc, do conglomerado do sul-africano Johann Rupert. “Por que não?”, desafia.

+ Hora do Brasil: três tradicionais relojoarias abrem lojas próprias e trazem pela primeira vez suas linhas completas ao país

De fato, por que não? Até agora, os relógios Piaget eram vendidos pela Natan, aberta em 1956 pelo casal Anny e Natan Kimelblat (hoje, podem ser encomendados na Grifith). Em junho, a joalheria carioca entrou com um pedido de recuperação judicial para ganhar tempo de combater uma crise financeira que obrigou o fechamento de lojas na capital paulista, Brasília e Recife. A demolição do maior templo de consumo que o país já abrigou e a pré-falência de uma joalheria tradicional comprovam a nova era do mercado de luxo nacional. Caem por terra modelos antigos. As marcas internacionais conquistam território próprio, sem intermediários. “Talvez os estrangeiros estejam muito otimistas em relação ao potencial do consumidor daqui, mas também acho que os comerciantes locais estavam pessimistas demais”, diz Metzger. Pelo segundo ano consecutivo, o Brasil aparece como o número 1 entre os dez países emergentes mais promissores para a moda e o comércio de luxo no ranking da consultoria americana A.T. Kearney. O gasto médio do brasileiro no varejo bate os 5 514 dólares — quase quatro vezes o que gasta um chinês. Os relógios começam a disputar esse bolso. A Suíça exporta 85% da produção e, com a queda nas vendas para a China, vai acertar os ponteiros com o mercado tropical.

Metzger interrompe a análise. Saboreia os acepipes à sua frente, pão de queijo incluso. Pede uma caipirinha. “É como diz o ditado: ‘melhor se embebedar do que se arrepender’”, diz. O executivo, nascido em Nova York, é mais afável que muitos CEOs com apetite de tubarão. Tem um bom humor lapidar — uma característica que reflete o espírito da marca, autora de uma coleção de anéis inspirados em drinques famosos, como o martini e o daiquiri (a partir de 16 000 dólares, mas sem a caipirinha no cardápio). Dois goles mais tarde, “finge” se arrepender e esconde o copo no vaso de plantas ao seu lado. “Se ficarmos só nessas entradinhas, até o fim do almoço posso falar alguma bobagem.” Chama o garçom e pede a carne acompanhada de salada. Para manter a linha e não perder tempo na apresentação da marca que representa, explica.

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+ Relógios com caixas de espessura mínima marcam o retorno da finesse ao pulso

Checa a hora no Altiplano com pulseira de couro preta: o tempo é cronometrado para contar a história da Piaget, buscar as malas no hotel e rumar para Guarulhos de volta à Genebra, onde fica a sede. O relógio de caixa extrafina — 5,25 mm — é marca registrada do ateliê, que fez o primeiro modelo “magrinho” em 1957, com 2 mm de espessura. “Somos campeões na tecnologia, que é o que existe de mais elegante no mercado masculino.” Tira o modelo do pulso e mostra seu nome gravado atrás: é o presente para funcionários com uma década de casa. O Altiplano é um entre as duas dezenas que o executivo coleciona. Mantém num cofre também um Reverso e um Duomètre, da Jaeger-LeCoultre, um Calendário Perpétuo Vacheron Constantin, além de Patek Philippe, Cartier e Audemars Piguet. “Não tenho tempo de usar todos”, diz. “Relógios hoje são um ótimo investimento, basta escolher um modelo que resuma o DNA da marca.”

Continue lendo: “Somos conhecidos como o joalheiro dos relógios”, diz Philippe Léopold-Metzger

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