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Quem são os campeões em gorjeta

Habitués de endereços estrelados, clientes pródigos dão caixinhas de até 5 000 reais

Por Arnaldo Lorençato
Atualizado em 5 dez 2016, 19h23 - Publicado em 18 set 2009, 20h34

Nos restaurantes da cidade, a maioria dos paulistanos costuma deixar uma taxa de serviço, ainda que não seja obrigatória, de 10% a 13%, quase sempre incluída no final da conta. Essa é uma forma de retribuir as gentilezas prestadas pela brigada de atendimento, tais como puxar a cadeira, completar o copo de bebida e apresentar os pratos com elegância. No circuito de endereços estrelados, no qual se inserem lugares como Fasano, La Tambouille e Antiquarius, entre vários outros, a generosidade de alguns clientes pródigos costuma ser bem maior. Há quem tire rotineiramente da carteira valores de 300 a 500 reais além do total da despesa. Entre as histórias mais surpreendentes está a do professor João Carlos Di Genio, dono das escolas Objetivo e da Universidade Paulista (Unip), que recentemente ofereceu uma caixinha de 5.000 reais no Fasano. Ao grupo mão-aberta para gorjetas com garçons, maîtres, cozinheiros e manobristas pertencem os banqueiros Joseph Safra e Moise Safra, o apresentador de TV Fausto Silva, o ex-senador Gilberto Miranda e o médico Roger Abdelmassih. Também engrossam a lista os empresários Renato Malzoni, da construtora Cetenco, Carlos Jereissati, do Grupo La Fonte, Edevaldo Alves da Silva, da FMU – Faculdades Metropolitanas Unidas, Lirio Parisotto, da Videolar, e Emilio Odebrecht, da Odebrecht. Basta um deles pôr os pés num restaurante para ser cercado de mesuras e rapapés. O gerente de um dos endereços mais badalados e concorridos da cidade lembra também que essas são pessoas exigentes. “Em geral, não toleram demora na fila nem na expedição dos pratos”, conta. Algumas preferem mesas especiais, para se tornar o centro das atenções. No Rodeio, por exemplo, elas ganham o codinome de Manhattan. O maître de uma casa de alta gastronomia assegura que os homens gastam mais quando estão em grupos de amigos ou em confrarias. “Se chegam com a família, a gorjeta encolhe”, diz. “As mulheres são mais controladas. Elas escrevem até os centavos nos cheques.” Cada cliente tem uma peculiaridade. Fausto Silva não costuma oferecer somas extras vultosas na hora do pagamento. Prefere distribuir presentes, como gravatas, canetas e relógios de grife. “Quando vou a um bom restaurante é o mesmo que ir a um grande evento”, conta Lirio Parisotto. “Por isso, detesto quando encontro um garçom cego, aquele que vê tudo, menos o cliente.” Com as gordas caixinhas que deixa, seguramente o empresário não consegue se lembrar da última vez em que foi ignorado. Ele sempre recebe tratamento de rei. Carteiras generosas. Além dos habituais 10% de serviço, alguns clientes costumam gratificar garçons e maîtres com valores adicionais. A seguir, nove exemplos. João Carlos Di Gênio – Campeão em gorjetas na cidade, o dono das escolas Objetivo e da Universidade Paulista (Unip) tem predileção por vinhos de Bordeaux, em especial o caríssimo Château Petrus. Não raro, seus gastos num jantar ultrapassam 20 000 reais. Já deixou 5 000 reais no Fasano a título de caixinha. Joseph Safra – Quando vai a lugares como Piselli e A Bela Sintra, o proprietário do Banco Safra costuma distribuir agrados que variam entre 100 e 200 reais aos funcionários. Em geral, destina as maiores quantias ao maître e ao gerente de sala. Roger Abdelmassih – “A gorjeta é a maneira de valorizar o indivíduo que me recebe com um sorriso, está ali para me atender bem”, diz o médico, especialista em reprodução humana, que adiciona valores que chegam a 300 reais. Renato Malzoni – O empresário do ramo imobiliário recompensa todos os garçons que o atendem. Com discrição, tira do bolso cédulas de 50 reais e oferece uma a quem serve o vinho, outra àquele que retira seu prato, mais uma ao rapaz que traz o licor… Edevaldo Alves da Silva – Um dos recordes entre as caixinhas no Freddy foi do empresário, cujos negócios incluem a FMU – Faculdades Metropolitanas Unidas. Numa refeição, ele adicionou 750 reais à conta de 6 000 reais. Lirio Parisotto – Figura constante no circuito Fasano–Vecchio Torino–Antiquarius, o dono da Videolar gosta de eficiência e discrição. “Aprecio lugares em que o garçom repõe o vinho sem que se note”, diz. Para premiar esses gestos cuidadosos, eleva de 10% a 15% o valor total da nota. Carlos Jereissati – Amante dos bons vinhos, o dono do Shopping Iguatemi costuma reunir-se com uma confraria de enófilos no D.O.M. para abrir grandes safras e saborear a comida do chef Alex Atala. Quando gasta 600 reais, deixa outros 400 reais em agradecimento à brigada. Gilberto Miranda – O ex-senador pelo Amazonas é reconhecido em São Paulo, onde mora, como um gourmet refinado que consome grandes vinhos (da própria adega) no Fasano e no Gero. Dá gorjetas de 300 reais. Fausto Silva – Embora só beba refrigerante, o apresentador Fausto Silva come muito bem. Mais do que dar gorjetas, gosta mesmo é de presentear. Numa ocasião, enviou mais de 25 relógios ao restaurante Antiquarius, um para cada funcionário do salão.

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