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Casa de shows alternativa ganha prêmio de 200 000 reais

Sede de mais de 1 000 shows durante três anos de existência, a pequena casa 

Por Juliene Moretti
Atualizado em 5 dez 2016, 11h54 - Publicado em 6 nov 2015, 23h00

Em 2012, o produtor cultural Fernando Soares, de 42 anos, conhecido como Tubarão, estava em maus lençóis. Morava de favor na capital, depois de ter passado catorze anos em Londres, e pedia dinheiro emprestado aos amigos com prazos a perder de vista. Quando conseguiu levantar 5 000 reais em um trabalho, em vez de pagar aos credores, o paulista do ABC resolveu se arriscar na montagem da casa de shows Puxadinho da Praça, na Vila Madalena. Acionou seus contatos entre empresários do showbiz nacional e estreou o palco com uma apresentação de Wilson Simoninha.

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O local foi ganhando cartaz e hoje aparece na lista dos principais espaços da cidade focados em artistas independentes. Virou vitrine para cantores, principalmente de rock, MPB e jazz, quase sem vez nas rádios e na televisão. O endereço já sediou mais de 1 000 performances. A agenda baseada apenas na produção autoral conta, neste mês, comnomes do naipe de Alzira E (dias 9, 23 e 30), irmã de Tetê Espíndola, e Rafael Castro (dia 19), nome ascendente da cena underground. “É fácil esbarrar por ali com pessoas cheias de ideias”, diz o músico Tatá Aeroplano.

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Aqueles que desconhecem o lugar podem ficar desconfiados na primeira visita. Fachada grafitada, cartazes colados em todas as paredes e até goteiras dentro do salão assustam alguns, mas não espantam a maioria do público (apesar dos problemas, a prefeitura diz que o Puxadinho está com a documentação regular). O estilo é similar ao de estabelecimentos com esse conceito musical na cidade, como a Casa do Mancha, no mesmo bairro, e a Serralheria, na Água Branca.

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Ingressos a preços camaradas, em média de 30 reais, ajudam a lotar a casa. Filas e mais filas são comuns na calçada. Só 120 pessoas cabem no ambiente de shows. Alguns conjuntos chegam a fazer sessões duplas. “É como se tocássemos na nossa sala de estar”, afirma Biel Basile, baterista do grupo O Terno, presença constante por lá. “Sentimos de imediato a recepção do público.”

No fim de outubro, Tubarão recebeu uma notícia que promete fazer deslanchar ainda mais seu negócio: acabou sendo beneficiado com 200 000 reais do Prêmio Funarte de Programação Continuada para a Música Popular, do Ministério da Cultura. Ficou à frente de uma forte concorrente paulistana na área, a Casa de Francisca, nos Jardins. Com o dinheiro, que deve entrar em sua contano prazo de seis meses, Tubarão pretende melhorar a infraestrutura do Puxadinho e sanar alguns problemas crônicos.Também tem em seus planos alugar um imóvel vizinho para ganhar mais espaço. “Alternativo não significa amador”,defende. “Esse dinheiro vai me ajudar a brigar pela boa música.”

› Puxadinho da Praça. Rua Belmiro Braga, 216, Vila Madalena, tel. 2337-9901. www.puxadinhodapraca.com.

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