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Profissão: consultor de brinquedos

Empresas têm recorrido a especialistas para corrigir seus jogos e assim garantir o sucesso do negócio

Por Nathalia Zaccaro
Atualizado em 1 jun 2017, 18h26 - Publicado em 7 out 2011, 00h50

Parecia uma ideia inofensiva: para facilitar a vida dos jogadores do dominó Já Sei Ler, lançado nos anos 90 e destinado a crianças de 5 a 7 anos, o diretor de marketing da Grow, João Nagano, decidiu que as peças contendo o desenho e o nome de um mesmo objeto teriam moldura da mesma cor. Foi somente após uma avaliação da pedagoga Virgínia Balau para o relançamento do produto, cerca de dez anos atrás, que ele descobriu a falha. “Criança nenhuma vai ter o trabalho de ler se puder fazer associação pela cor”, explicou a educadora. Intrigado, Nagano decidiu testar a nova informação com o próprio filho, na época com 7 anos. “Ele me respondeu na hora: ‘Pai, você acha que eu sou bobo? Não preciso ler nada para saber a resposta’”, lembra. A constatação levou a companhia a alterar toda a sua linha de jogos educativos.
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Mário Rodrigues

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A especialista Virgínia: correção no dominó da Grow

Virgínia faz parte do seleto grupo de especialistas que, com a chegada do Dia das Crianças, trabalham em ritmo acelerado para atender às empresas do setor: os consultores de brinquedos. Sem formação em curso específico, eles estão cada vez mais presentes nas companhias. Normalmente oriundos da pedagogia, atuam aliando diversão e educação. “Existem cerca de oitenta desses profissionais na cidade”, diz o presidente da Associação Brasileira de Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), Synésio Batista. Figuras-chave no planejamento dos produtos, eles são contratados para garantir o sucesso do negócio. “Há muito investimento envolvido em um lançamento, e precisamos ter certeza de que vai dar tudo certo”, diz Nagano. O custo de uma análise, que costuma durar algumas horas, varia de 2.000 a 5.000 reais. Por vezes, os conselheiros acabam se tornando criadores de outras propostas. Consultora da Abrinq, a socióloga Cecília Aflalo, foi uma das responsáveis pelo projeto do Sedução, que inovou ao levar o tema do sexo para o universo dos jogos de tabuleiro.
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Além de elaborarem e corrigirem os artigos, esses especialistas participam da criação de brinquedotecas. Destinados à diversão, esses espaços estão se tornando mais comuns em São Paulo — a Abrinq contabiliza dezesseis na cidade. “É o local onde os pequenos estimulam a criatividade, aprendem regras e adquirem a habilidade de se relacionar”, explica a professora de pedagogia Maria Angela Carneiro, coordenadora da brinquedoteca da PUC.

Mário Rodrigues

Maria Angela na brinquedoteca da PUC: local de aprendizado
Maria Angela na brinquedoteca da PUC: local de aprendizado ()

Maria Angela na brinquedoteca da PUC: local de aprendizado

Entre a movimentação extra típica da época, essa turma vai reservar um tempo para o XII Congresso Internacional de Brinquedotecas, que ocorre pela primeira vez no Brasil, entre os dias 11 e 15 (terça a sábado), no Memorial da América Latina, na Barra Funda. O evento deve receber cerca de 600 pessoas, incluindo destaques internacionais do ramo, como a portuguesa Natália Pais e a japonesa Noriko Minejima. “O Brasil tem importância crescente nesse mercado. Estamos formando grandes profissionais e expandindo esse conceito”, diz a pedagoga Nylse Cunha, vice-presidente da Associação Brasileira de Brinquedotecas. Os números do mercado local também chamam atenção. Somente em São Paulo, as famílias paulistanas devem gastar 150 milhões de reais em 1,9 milhão de presentes neste dia 12, segundo dados da Escopo Geomarketing. “Enquanto a Europa e os Estados Unidos sucatearam suas fábricas e importam os produtos da China, o Brasil mantém mais de 400 fábricas e tem capacidade para movimentar 5 bilhões de reais por ano no setor”, completa Synésio Batista.NÃO ERRE O ALVODicas dos especialistas para as compras de 12 de outubro
Tente variar de um ano para o outro. Se o presente anterior foi, por exemplo, uma boneca, busque jogos coletivos
Procure sempre pelo selo de segurança do Inmetro, para que a diversão não termine em acidente
Compre objetos que incentivem práticas ao ar livre, como bolas, bicicleta e patins
Armas de plástico e outras referências à violência não são recomendadas
Quando a atividade é a pintura, opte por tintas e cartolinas em branco, no lugar dos manjados livros com desenhos prontos
Os melhores brinquedos são os que possuem várias texturas, portanto escolha os que mesclam materiais diferentes
Jogos eletrônicos também têm espaço, mas apenas para crianças a partir de 6 anos
 

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