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“Somos traumatizados com violência”, diz irmã de professora baleada

Luciana Freitas, irmã de Adriana Pesqueira, professora do Colégio Rio Branco que foi vítima de um assalto na Zona Oeste, teme que o crime deixe sequelas

Por Nataly Costa
Atualizado em 5 dez 2016, 15h24 - Publicado em 5 dez 2013, 13h58

Uma mãe dedicada de dois adolescentes, apaixonada pela profissão e apegada à família _a ponto de não passar nenhum dia sem falar ao telefone com a mãe e a irmã. Essa é Adriana Pesqueira de Freitas Galvão César, de 39 anos, professora do Colégio Rio Branco que foi baleada na manhã de quarta (4), na Zona Oeste, a caminho do trabalho. O estado de saúde dela é considerado grave. A bala atingiu o pescoço e agora está alojada na coluna. Como o quadro é delicado, os médicos ainda não conseguiram fazer a cirurgia para a retirada do projétil. Adriana está sedada e respira por meio de aparelhos. 

A reportagem de VEJASAOPAULO.COM  conversou com sua irmã, a também professora Luciana Freitas, de 35 anos. Adriana tem ainda um irmão mais novo, de 34 anos, é casada pela segunda vez e mãe de dois rapazes, Gabriel, de 19 anos, e Vitor, de 17. Ela mora em uma casa no bairro Vila São Francisco, próximo ao local do crime, e trabalha há 20 anos no Colégio Rio Branco, uma das mais tradicionais instituições de ensino da cidade, onde começou como inspetora. “Minha irmã não falta um dia ao trabalho nem chega atrasada. É caxias mesmo. Quando a direção do colégio percebeu que ela não chegava, já sabia que havia algo errado”, diz Luciana, emocionada. Leia a entrevista:

O que aconteceu na manhã do crime? Minha irmã saiu de casa às 6h45 para trabalhar e foi abordada por três assaltantes. Eles pediram para ela parar. No carro automático, quando você tira o pé do freio, e ele anda sozinho. Foi o que aconteceu. Ela estava muito nervosa e o carro andou, ao invés de parar. Neste momento eles atiraram. Minha irmã foi levada para o Hospital Universitário às 7h20 e ficou até as 14h esperando por uma ambulância para transferí-la. Lá não havia um neurocirurgião, não tinha médico, não tinha nada. 

E agora, ela está na UTI. Qual o estado de saúde de sua irmã? O aparelho respiratório foi afetado e ela tem dificuldades para respirar. Não fala, não mexe nada do pescoço para baixo, só mexe os olhos. A bala atingiu três vértebras e o receio dos médicos é que tenha afetado também a medula. 

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Como é a Adriana em família? Moramos próximos. Somos todos vizinhos e não passamos um dia sem nos falar. A Adriana é a rainha da casa, é a única mulher entre o marido e os dois meninos. Então é ela quem prepara o café da manhã, passa roupa, faz tudo em casa. É uma mãezona e madrinha da minha filha. Minha irmã é linda, muito linda. 

E no trabalho? Ela trabalha no colégio há 20 anos e ama o que faz. Minha irmã pode estar doente, passando mal, mas não falta ao trabalho nunca, nem chega atrasada. Quando percebeu que ela não chegava, já sabia que havia algo errado. 

É a primeira vez que ela ou alguém da família é vítima da violência? Não. Somos traumatizados com a violência da cidade. Faço terapia para superar o medo de assalto. Já tivemos nossa casa invadida quando estávamos minha mãe, meu pai, a Adriana e eu. Colocaram a arma na nossa cabeça e levaram tudo. Agora, acontece isso. Parece uma sina. 

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