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Prefeitura aumenta a fiscalização sobre empresas de transporte privado

Secretaria Municipal de Transportes quer que seja cumprida a regra que proíbe esses veículos de trafegar pelas avenidas Rebouças, Nove de Julho, Santo Amaro e Paulista

Por Fabio Brisolla
Atualizado em 5 dez 2016, 19h25 - Publicado em 18 set 2009, 20h32

Até o mês passado, o ônibus fretado que leva e traz a analista de projetos Karine Stebulaitis de sua casa, em São Bernardo do Campo, para seu escritório, no centro de São Paulo, gastava uma hora e meia no trajeto. Gastava. “Nos últimos dias, esse tempo aumentou quarenta minutos”, diz Karine, que paga 225 reais por mês pelo serviço. A razão do atraso seria a ofensiva da prefeitura contra as empresas de fretamento. A Secretaria Municipal de Transportes quer que seja cumprida a regra que proíbe esses veículos de trafegar pelas avenidas Rebouças, Nove de Julho, Santo Amaro e Paulista (no sentido Paraíso–Consolação). A restrição existe há três anos, mas era ignorada. Caso um desses grandalhões seja flagrado em local indevido, pode ficar retido durante 24 horas em um dos depósitos do Detran. Só é liberado após o pagamento de 264 reais em taxas.

Impossibilitados de usar as quatro avenidas, os ônibus fretados buscam rotas alternativas. “Agora, a viagem demora mais porque não circulamos pela Rebouças e acabamos parados em ruas menores”, conta o advogado Glauber Figueira, morador de Santos e funcionário de um escritório com sede na Paulista. “Nossos ônibus passavam direto pelos corredores, sem atrapalhar o trânsito”, afirma Jorge Miguel dos Santos, diretor do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros por Fretamento da região metropolitana (Transfretur). Para o secretário municipal de Transportes, Alexandre de Moraes, os fretados causam inúmeros problemas aos corredores exclusivos. “Como o desembarque é feito pelo lado esquerdo e a porta dos fretados fica do lado direito, nossos fiscais constataram que os passageiros eram deixados no meio da pista”, diz Moraes. O secretário afirma ainda que a idéia é desafogar os tais corredores. Segundo ele, o tráfego na faixa exclusiva da Avenida Rebouças deveria ter uma velocidade média de 40 quilômetros por hora, mas atualmente oscila entre 10 e 12 quilômetros por hora. “Queremos tirar também algumas linhas convencionais dali.”

A prefeitura tem em seu cadastro 3.723 veículos pertencentes a 421 empresas de fretamento. Em outubro, no entanto, 140 ônibus sem licença para circular pela cidade foram apreendidos – número quatro vezes maior que o registrado em setembro. Isso mostra como o total de fretados pode estar subdimensionado. “Ninguém sabe exatamente qual é o tamanho do problema e quantos ônibus entram em São Paulo”, afirma Jaime Waisman, professor do departamento de engenharia de transportes da Escola Politécnica da USP. Segundo estimativas da Transfretur, 570 000 pessoas usam diariamente esse transporte. Para os empresários do setor, o poder público está ignorando a importância desse serviço para o trânsito da cidade. “Cada ônibus fretado tira quinze carros das ruas”, diz Jorge Santos. “Criam obstáculos quando deveriam estimular nossa atividade”, queixa-se João Luiz Bonini Neto, sócio de uma empresa que faz a rota São Bernardo do Campo–São Paulo. “Não há outra opção de transporte com o conforto dos fretados.”

APERTANDO O CERCO

• Há três anos, ônibus fretados não podem circular nas avenidas Rebouças, Nove de Julho, Santo Amaro e Paulista (no sentido Paraíso–Consolação).

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• No mês passado, apenas na Avenida Rebouças, 45 fretados foram retidos por trafegar em local proibido.

• A Secretaria Municipal de Transportes tem 3 723 ônibus fretados cadastrados. Em 2002, eram 1 183.

• Fiscais da prefeitura apreenderam 140 ônibus clandestinos no mês passado. Em setembro, foram 32 veículos.

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