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Planos devem 925 milhões de reais à ANS e queixas se multiplicam

No ano passado, houve 72 000 casos de pessoas que não conseguiram aval dos convênios para fazer procedimentos médicos

Por Veja São Paulo
Atualizado em 5 dez 2016, 13h52 - Publicado em 3 nov 2014, 16h22

As queixas contra o mau atendimento dos planos de saúde aumentaram cinco vezes nos últimos quatro anos e, como resultado disso, as operadoras já devem cerca de 925 milhões de reais em multas à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), órgão do governo federal que regula esse tipo de empresa. 

Só ano passado, a ANS recebeu mais de 72 000 casos de pessoas – uma média de oito casos por hora – que não conseguiram aval dos convênios para a realização de procedimentos médicos. Em 2010, o número de negativas comunicadas à ANS foi de pouco mais de 13 000. A alta no período foi de 440%.

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Mesmo considerando o aumento no número de beneficiários no período analisado, as negativas também cresceram proporcionalmente. Em 2010, quando o país tinha 45,1 milhões de beneficiários nos planos de saúde, a média foi de uma negativa para cada 3 365 clientes. 

Em 2013, quando o número de clientes de convênios passou para 50,5 milhões de pessoas, a proporção de recusas de atendimento foi de uma para cada 697 beneficiários.

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“As pessoas estão conhecendo melhor os canais de reclamação, mas não se pode negar que as operadoras estão tentando diminuir o acesso aos tratamentos para reduzir custos”, diz Carlos Thadeu de Oliveira, gerente técnico do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). 

Justiça

O corretor de seguros Sandro Bove, de 44 anos, teve o pedido para fazer uma cirurgia bariátrica recusado. Ele pesava 120 quilos e havia desenvolvido hipertensão, apneia do sono e dores nas articulações. “Sou cliente desde 1995 e pago R$ 1.000 por mês. Quando realmente precisei, eles parecem nem ter olhado o pedido médico, já bateram o carimbo de negado”, diz ele.

No caso de Bove, o procedimento só foi autorizado após o paciente entrar com uma ação na Justiça. Para isso, porém, teve de gastar cerca de 8 000 com advogados. 

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Multas e execução

Apesar de serem aplicadas, as multas nem sempre são pagas pelas operadoras. Entre 2009 e 2013, foram 8.335 autuações contra as empresas, em um total de R$ 1,09 bilhão em penalidades. Desse montante, porém, foram pagos aproximadamente 167 milhões de reais, o que corresponde a apenas 2 125 multas.

Os números incluem somente as autuações já transitadas em julgado, ou seja, as penalidades que foram mantidas mesmo após as empresas entrarem com recurso e defesa durante o processo administrativo. Nos casos de não pagamento, a ANS se vê obrigada a entrar na Justiça para pedir a execução da dívida, o que pode demorar anos.

(Com Estadão Conteúdo)

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