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Pitty estreia nos palcos sua faceta fofinha

Acompanhada do guitarrista de sua banda original, Martin, cantora apresenta projeto Agridoce nesta quarta (25), no Sesc Pinheiros, com ingressos esgotados

Por Catarina Cicarelli
Atualizado em 5 dez 2016, 17h27 - Publicado em 24 jan 2012, 16h41

Quem está acostumado com o som mais pesado de Pitty vai se surpreender. Ao lado do guitarrista de sua banda, Martin, ela lança nesta quarta (25) o projeto Agridoce, em um show no Sesc Pinheiros que já tem ingressos esgotados.

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Afastando-se de instrumentos elétricos, Pitty toca piano e Martin, violão, nas doze músicas do disco que leva o nome do projeto, lançado em novembro último. Nas letras, sai o discurso contestatório e entram os questionamentos introspectivos. Pitty garante: se há algum romantismo no álbum, ele não é no sentido literal da palavra. “As letras que as pessoas interpretam como românticas muitas vezes têm uma espécie de analogia com alguma outra coisa que não seja necessariamente uma relação amorosa”, explica.

Apesar de terem apelidado o novo estilo como “fofolk”, Pitty e Martin afirmam que o som não é só “fofinho”. “Pode ter momentos assim, mas vai além disso”, argumenta a cantora.

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Em entrevista a VEJINHA.COM, Pitty e Martin contam um pouco mais sobre o novo projeto:

VEJA SÃO PAULO — Algumas de suas músicas já exploravam um lado mais romântico, mas nesse novo trabalho essa veia está bem mais expressiva. Isso era algo que vocês já queriam fazer antes?

Martin — Eu não acho que o lado romântico seja tão predominante no disco do Agridoce. Talvez os timbres mais suaves, por conta do formato, causem essa impressão, mas as temáticas nem sempre correspondem.

Pitty — Se existe algum romantismo, ele pende mais pro lado byroniano, ultrarromântico, literariamente falando. É o lado trágico, denso, dos amores como um todo. E mesmo as letras que as pessoas interpretam como românticas muitas vezes têm um duplo sentido, uma espécie de analogia com alguma outra coisa que não seja necessariamente uma relação amorosa. Acho que essa característica já vem desde antes, desde as músicas dos meus discos solo.

VEJA SÃO PAULO — Suas letras normalmente são contestatórias e filosofam sobre os problemas da sociedade – com exceções, é claro. No Agridoce você se permitiu ser mais romântica?

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Pitty — Acho que no Agridoce, por ser um trabalho naturalmente mais introspectivo, acabou surgindo uma abordagem sobre temas e questionamentos humanos mais internos.

VEJA SÃO PAULO — De onde vem a inspiração para as letras? Está em um momento mais apaixonado da sua vida?

Martin — Sim.

Pitty — Vem de muitos lugares diferentes. Totalmente de dentro e algumas vezes causados por circunstâncias externas. Livros, filmes, um assunto que surge na mesa de bar ou na mesa da cozinha, uma tarde com os amigos, um dia de chuva. Toda e qualquer coisa pode disparar a fagulha que dá vontade de escrever, só depende do estado de espírito e da sensibilidade no dia.

VEJA SÃO PAULO — As letras em inglês já apareceram antes em alguns momentos da sua carreira, mas de onde surgiu a vontade de gravar em francês?

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Pitty — Já tinha vontade de experimentar algo em francês há bastante tempo, aí surgiu essa música [“Ne Parle Pas”], que parecia combinar muito com a sonoridade desse idioma, e aproveitei o ensejo.

VEJA SÃO PAULO — Acha que os fãs da Pitty vão estranhar ver esse lado mais “fofinho”?

Pitty — Não acho que os fãs vão estranhar e também acho que definir esse lado exclusivamente como “fofinho” é nivelar superficialmente o trabalho. Pode ter momentos assim, mas vai além disso. De qualquer forma, acho que quem me acompanha de perto sabe que sou aventureira e gosto de experimentar coisas, então, por tabela, parece ser aberto a essas experimentações.

VEJA SÃO PAULO — Quanto tempo vocês pretendem tocar o projeto até voltarem das “férias” com a banda Pitty?

Martin — O tempo que ele durar. Não fazemos muitos planos a médio/longo prazo, gravamos o disco, vamos começar uma turnê e depois ver no que dá.

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VEJA SÃO PAULO — A banda que já conhecemos da Pitty sofrerá alguma influência por essas novas experiências com sonoridades diferentes?

Martin — Claro que sim, assim como nos beneficiamos das experiências que tivemos com “Pitty” nesse projeto. O Agridoce tem sido uma grande escola, tanto para criar quanto para gravar e eu tenho aprendido muito.

Pitty — É cedo pra saber especificamente que tipo de influência isso pode gerar até estarmos de volta das “férias”. Mas toda nova vivência traz bagagem e isso é sempre bom.

VEJA SÃO PAULO — De onde vieram as influências para o som da banda?

Martin — Não sei como ou se todos se manifestam no som do Agridoce, mas Nick Drake, Sean Lennon, Neil Young e John Lennon são alguns artistas que escutamos muito durante a criação do projeto e do disco.

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Pitty — E as texturas do Arcade Fire e da Charlotte Gainsbourg, o timbre de violão do Johnny Cash.

VEJA SÃO PAULO — Como surgiu a brincadeira de “fofolk”, que vocês postaram na internet e acabou pegando?

Pitty — O lance do “fofolk” surgiu porque ainda não tinha nome de banda nem nada, a gente só se encontrava pra fazer um som e era uma forma de nos referimos a esse ato de se juntar pra tocar. Um neologismo interno que acabava evoluindo de brincadeira para um verbo: “E aí, vamos fofolkar hoje? Então tá, passo aí às três”.

VEJA SÃO PAULO — Já têm em mente novas ideias para o Agridoce? Ele vai se tornar um projeto fixo ou foi resultado da vontade de criar um álbum diferente?

Martin — Por enquanto estamos super envolvidos com o início da turnê e sem saber direito aonde vai dar tudo isso. Nossa nova ideia para o Agridoce tem sido elaborar e ensaiar o show, estou muito empolgado com ele e morrendo de saudade de cair na estrada.

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