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Para vender e comprar arte: feira SP Arte completa quatro edições

Idealizadora de uma feira voltada à produção moderna e contemporânea, Fernanda Feitosa aproxima público e galerias

Por Gisele Kato
Atualizado em 5 dez 2016, 19h27 - Publicado em 18 set 2009, 20h30

Até 2005, data de estréia da feira SP Arte, era difícil imaginar que galeristas pudessem se juntar em um único evento. Afinal, sempre houve uma rivalidade doentia entre eles. Assim, ninguém se arriscava a propor um encontro nos moldes do organizado em Buenos Aires há dezesseis anos. Ou em Miami desde 2002. Colecionadora de arte, formada em direito e com experiência de trabalho em bancos, a empresária carioca Fernanda Feitosa, radicada em São Paulo desde a infância, resolveu investir na idéia. Vendeu para a Faap duas obras que tinha em casa, uma de José Pancetti e outra de Farnese de Andrade, e conseguiu assim o dinheiro para tirar a idéia do papel.

Nesta semana, entre quinta (24) e domingo (27), a SP Arte completa quatro edições com a participação de 68 galerias – sete internacionais –, cerca de 2 400 obras expostas e um custo de 2 milhões de reais. Segundo os organizadores, os preços devem variar de 2 200 reais a 300 000 dólares. Espécie de madrinha indireta de marchands, artistas e investidores, Fernanda conta que precisou gastar saliva para convencê-los da viabilidade do projeto. Dominados os egos e rompidas as barreiras, hoje as principais galerias do país estão dispostas a se unir de vez em quando em nome de um interesse comum: a compra e a venda de obras. Com a feira, Fernanda construiu uma ponte entre elas e um público que aprecia arte, mas foge do clima às vezes pedante dos ambientes freqüentados por especialistas e iniciados. Distribuídos em estandes pelo Pavilhão da Bienal, no Parque do Ibirapuera, os galeristas intimidam menos. E fecham mais negócios. Se em sua primeira edição o evento recebeu cerca de 5 000 visitantes, no ano passado quase 10 000 pessoas cruzaram a bilheteria. “Não temos um número oficial”, afirma Fernanda. “Pelos cálculos informais, no entanto, chegamos a mais de 7 milhões de dólares em vendas.”

Aos 41 anos, Fernanda tem “umas 200 obras” em casa. Seu artista preferido é Farnese de Andrade, conhecido pelas assemblages, trabalhos que combinam os mais variados materiais, de ex-votos a fotografias de família. Mas sua coleção conta com peças mais convencionais, como telas de Gustavo Rosa e Antonio Henrique Amaral. Igualmente diversificada, a SP Arte 2008 abre as portas com criações para variados gostos e bolsos. Entre as galerias, estão confirmadas as paulistanas Fortes Vilaça, Brito Cimino, Luisa Strina e Vermelho, as cariocas Laura Marsiaj e Tempo e a mineira Celma Albuquerque. Os visitantes verão obras de nomes reconhecidos no mercado, como a festejada – e valorizada – Beatriz Milhazes, Ernesto Neto, Miguel Rio Branco e Marepe. Ao lado de medalhões vendidos a gordas cifras estarão jovens talentos, caso de Mariana Manhães e Marcius Galan. Esses, além de já impressionarem pela maturidade da produção, são uma promessa quase certa de valorização em breve.

O grande desafio da feira atualmente é aumentar seu prestígio entre a crítica. “A visita da curadora internacional da Tate Modern, de Londres, Tanya Barson, significa muito para a gente”, diz Fernanda. “Ela está de olho na América Latina.” A SP Arte vem ainda com outra novidade. Um de seus patrocinadores, o Shopping Iguatemi, convidou os curadores do MAM e da Pinacoteca do Estado a escolher obras em exibição. No domingo, o shopping irá anunciar a doação de peças para os museus. Um presentão para duas das mais importantes instituições culturais da cidade.

SP Arte – Feira Internacional de Arte de São Paulo. Pavilhão da Bienal, Parque do Ibirapuera, portão 3. Quinta (24) e sexta (25), 14h às 22h; sábado (26) e domingo (27), 12h às 20h. R$ 20,00.www.sp-arte.com

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