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Papéis de crédito de carbono serão vendidos para empresas e instituições financeiras

Prefeitura pretende arrecadar 30 milhões de reais com leilão de créditos de carbono

Por Daniel Nunes Gonçalves
Atualizado em 5 dez 2016, 19h29 - Publicado em 18 set 2009, 20h29

Um leilão diferente vai acontecer em São Paulo no próximo dia 25. A Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros colocará à venda, virtualmente, 713 000 papéis de crédito de carbono para empresas e instituições financeiras. Palavrinhas desconhecidas até pouco tempo atrás, quando as preocupações com a ecologia não eram obsessão mundial, elas batizam uma moeda ambiental criada pelo Protocolo de Kyoto, acordo internacional que entrou em vigor em 2005 e determina que os países desenvolvidos reduzam a emissão de gases causadores do efeito estufa. Chamado oficialmente de Redução Certificada de Emissão (RCE), cada crédito equivale a 1 tonelada de dióxido de carbono (CO2) que deixou de ser despejada no ar, minimizando o estrago no buraco da camada de ozônio. Embora o Brasil não tenha metas de redução de poluição determinadas pelo tratado, São Paulo foi a cidade pioneira do planeta a realizar, em setembro do ano passado, um leilão público do gênero. O Fortis Bank NV/AS, da Holanda, deu o lance mais alto entre os nove participantes, pagando 34 milhões de reais por 808 450 créditos de carbono disponíveis. De acordo com a prefeitura, essa verba foi investida na criação de catorze áreas verdes na cidade, como a Praça Mogeiro, em Perus (foto acima).

O capital ambiental paulistano não tem origem no plantio de árvores – procedimento adotado por algumas empresas para compensar a poluição que provocam. Os créditos públicos surgem do controle de gases tóxicos, como o metano, produzidos pela decomposição do lixo em dois aterros sanitários: o Bandeirantes, na região de Perus, e o São João, em São Mateus. Ali, usinas termoelétricas transformam o metano em energia, evitando o aumento da poluição. Essa é a iniciativa positiva que vale dinheiro. Destino das 12 500 toneladas de lixo domiciliar da cidade, os aterros, no entanto, pecam por misturar vários dejetos urbanos que poderiam ser reciclados. “Melhor seria se o investimento em aterros fosse canalizado para compostagem e biodigestão”, afirma a socióloga Elizabeth Grimberg, do Instituto Pólis, referindo-se a dois processos de tratamentos mais “sustentáveis” que poderiam transformar o lixo em energia. “Ainda há muito a fazer”, diz Stela Goldenstein, secretária adjunta de governo da prefeitura. “Mas já começamos a poluir menos, a produzir energia elétrica e a lucrar com a venda de créditos.”

É correto e dá lucro

O que é crédito de carbono?

Espécie de valor monetário da poluição, é um certificado atestando que gases como o dióxido de carbono e o metano não foram jogados no ar.

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Quanto ele vale?

Cada crédito equivale a 1 tonelada de dióxido de carbono que deixou de ser emitida.

Quem compra?

Empresas e instituições financeiras de países signatários do Protocolo de Kyoto, acordo internacional que determina, desde 2005, que os países desenvolvidos reduzam a emissão de gases causadores do efeito estufa.

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