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‘Pancadões’ em ruas de universidades estão tirando o sono de moradores

Festas são regadas a som no último volume, drogas, pouco policiamento e muitas reclamações

Por Sérgio Quintella
Atualizado em 1 jun 2017, 16h06 - Publicado em 25 jun 2016, 00h00

Em algumas faculdades da cidade, a atividade que tem mobilizado mais alunos ocorre fora do período das aulas e gera uma enorme dor de cabeça para os vizinhos. Trata-se do “pancadão universitário”, como ficaram conhecidas as festas promovidas no meio da rua pelos estudantes.

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A receita da folia inclui a presença de muitos ambulantes para garantir a bebedeira, o consumo de drogas como maconha e o som alto, vindo de carros parados com o capô aberto ou até mesmo de trios elétricos contratados. A trilha sonora é composta de sucessos de funk. No auge da bagunça, os jovens fazem nas vias coreografias típicas das micaretas e os mais animados são capazes até de subir no capô dos veículos estacionados por perto.

Um dos points é a PUC-SP, em Perdizes. Nas noites de sexta, chegam a se aglomerar cerca de 2 000 pessoas em apenas um quarteirão. Em fevereiro, o comerciante Martin Seeder, que vive nas redondezas, tomou um susto na manhã seguinte a uma dessas baladas ao encontrar o seu veículo, uma Blazer 2001, com a lataria amassada. “Dançaram no teto e no capô e ainda urinaram nas portas”, conta ele, que sofreu um prejuízo estimado em 8 000 reais.

Martin Seeder - Pancadão Universidades
Martin Seeder – Pancadão Universidades ()
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Perto dali, nas cercanias da Universidade Nove de Julho (Uninove), na Barra Funda, a cena de ocupação desordenada do espaço público se repete. “Eles enchem a cara, gritam, fazem sexo na rua e ninguém toma uma atitude”, reclama um morador, que pediu para não ser identificado. “Já vi um casal transando na escada do meu prédio.”

Procurada pela reportagem de VEJA SÃO PAULO, a direção da Uninove não quis falar sobre o assunto. A reitora da PUC, Anna Cintra, queixa-se das tentativas infrutíferas de diálogo com os bagunceiros. “Os líderes estudantis vêm aqui e nos convencem de que isso nunca mais vai ocorrer, mas logo depois está todo mundo na rua de novo”, afirma. A próxima festa dos estudantes da instituição está marcada para 6 de agosto.

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O que causa mais indignação nas pessoas prejudicadas pela desordem é que a solução pode ser bastante simples. Basta que o poder público atue da mesma forma como fez há alguns meses em lugares como a Unicid, no Tatuapé, e a Universidade São Judas, na Mooca, que enfrentavam problemas semelhantes. Operações envolvendo a Polícia Militar e o Programa de Silêncio Urbano (Psiu) puseram ordem nesses locais inibindo o comércio ambulante nas festas e multando bares abertos fora do horário permitido, entre outras ações. “Vamos repetir essa estratégia na PUC e na Uninove”, promete o diretor do Psiu, Luiz Carlos Pepe.

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