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As curiosidades do novo estádio do Palmeiras

Imerso em mais uma crise dentro de campo, o clube celebra 100 anos e está prestes a inaugurar sua nova casa

Por Leonardo Lourenço
Atualizado em 1 jun 2017, 17h16 - Publicado em 22 ago 2014, 23h00

Em 26 de agosto de 1914, imigrantes italianos se reuniram para fundar um clube de futebol. Primeiro Palestra Itália, depois Palmeiras, a agremiação colecionou títulos e formou uma galeria de craques ao longo dos anos. Às vésperas do centésimo aniversário, porém, a realidade preocupa. O fantasma de um terceiro rebaixamento no Brasileirão (os outros foram em 2002 e 2012) deixa um gosto amargo no bolo a ser cortado nesta terça: com a derrota de quarta (20) para o Sport, o time caiu para a lanterna do campeonato.

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Um raro alento ao torcedor alviverde é o retorno para casa nas próximas semanas. Após quatro anos de obras, o estádio nas Perdizes, rebatizado de Allianz Parque, desponta como uma das mais modernas arenas do país. Além das partidas, poderá receber uma variedade de eventos, de festas infantis a concertos de rock. A previsão da construtora WTorre, que vai explorar o local por trinta anos, é iniciar os eventos-teste em setembro e reabrir o espaço para o futebol em outubro. Em um campo que lhe apresenta o futuro, o Palmeiras tentará reviver as glórias do passado.

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Sol artificial sobre o gramado

Cultivada no Rio Grande do Sul, a grama do Allianz Parque é a bermuda, típica de verão e mais adequada para suportar os diversos eventos previstos para o local. Na temporada de frio, outra espécie, a PHD, resistente ao inverno, será plantada sobre a primeira, que “hibernará” no período. Como o campo sofre com a baixa incidência de luz natural, grandes refletores foram instalados para simular a iluminação do sol e acelerar o desenvolvimento da relva, cujo custo de manutenção anual será de 2 milhões de reais.

Paul nos primeiros acordes?

A meta é transformar o estádio no principal palco para grandes shows na capital. Para isso, os gestores apostam na boa localização e no conforto para os 55 000 espectadores — esqueça os famigerados banheiros químicos. Os produtores de eventos também ganhariam em economia. Com a estrutura já existente, a conta final poderia ser reduzida em até 1 milhão de reais, praticamente o que se paga para alugar o Morumbi. As equipes de Paul McCartney e dos Rolling Stones já vistoriaram a arena. O ex-beatle será, provavelmente, a grande estrela da reinauguração, com apresentação quase certa para o fim de novembro. A banda de Mick Jagger pode tocar ali em março de 2015.

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Anfiteatro desmontável

Com capacidade para 12 000 pessoas e totalmente coberto, um anfiteatro poderá ser montado e removido com rapidez, o que permite receber um evento no sábado à noite e uma partida de futebol no domingo à tarde. O local, atrás de um dos gols, não avança sobre o campo e pode abrigar pequenos shows, lutas de MMA e até festas de formatura.

Portas abertas para a Europa

Apesar das possibilidades que a arena oferece, o futebol ainda será seu principal produto. Além de sediar os jogos do Palmeiras, o Allianz Parque pretende atrair outros clientes, como grandes clubes europeus, para seus duelos de pré-temporada. Havia a possibilidade de receber a edição deste ano da Supercopa da Itália, entre Juventus e Napoli, mas ela esfriou por causa da data, 23 de dezembro, antevéspera de Natal. Mais próximo de se concretizar é o plano de fazer o Flamengo, com grande torcida na capital, mandar ao menos um jogo por ano no estádio. O convite já foi feito.

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Briga pelas cadeiras

Os 43 600 assentos numerados, todos em área coberta, estão em fase final de instalação. A intenção da construtora e gestora WTorre é implementar um sistema de assinatura das cadeiras: o torcedor pagaria um aluguel — estimado entre 3 000 e 10 000 reais por ano — para ter seu lugar garantido. Além disso, ainda precisaria comprar o ingresso — e com antecedência, senão sua vaga se abriria para um fã comum. Há, no entanto, uma divergência nesse sentido com o Palmeiras. O clube argumenta que, por contrato, apenas 10 000 espaços poderiam ser negociados nesse formato, enquanto a empresa entende ter direito a comercializar todos. As tentativas de acordo não deram resultado e a decisão será tomada pela Câmara Fundação Getulio Vargas de Conciliação e Arbitragem, em data ainda indefinida. O imbróglio não deve atrasar a inauguração.

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Camarotes por até 600 000 reais

Cerca de 75% dos 179 camarotes já foram negociados em contratos de três ou cinco anos. A anuidade varia de 200 000 a 600 000 reais, dependendo da localização e do tamanho do lugar. O Palmeiras terá espaço próprio, para quarenta pessoas, na área mais nobre e no centro do gramado. No mercado, esse camarote seria avaliado em 1,8 milhão de reais por ano.

Craques com cadeira cativa

Os ídolos terão um camarote específico. Um projeto selecionou onze ex-atletas — entre eles Ademir da Guia, Leivinha, Leão e Luís Pereira — que defenderam o Palmeiras até 1989. Cada um ganhará duas cadeiras no espaço e lugar garantido nos eventos realizados ali. Nas próximas semanas, uma nova leva de onze ex-jogadores, esses mais recentes, será presenteada com a mesma mordomia. Já a sala de entrevistas coletivas homenageará outro palestrino famoso, o jornalista Joelmir Beting, morto em 2012.

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Cardápio popular e gourmet

Ossobuco com polenta cremosa, consomê de tomate com frutos do mar, pipoca e cachorro quente. O cardápio da arena palmeirense irá do popular ao gourmet. Serão cinquenta áreas de alimentação abastecidas por uma cozinha centralde 1 500 metros quadrados e dez espaços de apoio. Um restaurante panorâmico, para 400 pessoas, poderá ser alugado para eventos.

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Verde da Indonésia

O vestiário principal terá 355 metros quadrados, com área de aquecimento de gramado sintético e banheiras de hidromassagem. Para o revestimento das paredes, foram importadas pedras da Indonésia. Foi onde os engenheiros encontraram o tom de verde exato que se desejava.

Reservatório de chuva

A cobertura de 29 000 metros quadrados fará mais do que apenas proteger a cabeça dos torcedores. Toda água de chuva será captada e armazenada para reaproveitamento no próprio estádio, em usos como irrigação do gramado e abastecimento dos banheiros. A previsão é que a estrutura absorva cercade 30 milhões de litros de água por ano. Esse volume deixará de sobrecarregar as galerias pluviais da região, que estão sendo ampliadas pela prefeitura. A esperança é minimizar as enchentes, bem comuns por ali.

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