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Pacote antilentidão melhora pouco o trânsito de São Paulo

Com o pacote que inclui o rodízio de caminhões e a restrição de estacionamento, congestionamentos caem, em média, 3% nos quatro primeiros dias de volta às aulas

Por Maria Paola de Salvo
Atualizado em 5 dez 2016, 19h29 - Publicado em 18 set 2009, 20h29

O fim das férias escolares fez com que a rotina do arquiteto José Paulo Castilho e de sua filha Beatriz voltasse ao normal. Para deixar a menina no Colégio São Luís pontualmente às 7 da manhã, ele tem de acordar uma hora antes. E enfrentar de novo o trânsito da Vila Mariana à região da Paulista. Nos primeiros dias do retorno às aulas, no entanto, Castilho notou que algumas das ruas de seu percurso estavam um pouco menos congestionadas. “Senti uma melhora principalmente na Luís Coelho e na Haddock Lobo”, disse o arquiteto, na última terça (5). Essas e outras 21 vias do Jardim Paulista e da região da Consolação passaram a ter estacionamento mais restrito desde segunda (4). Uma tentativa da Companhia de Engenharia de Tráfego de diminuir o trânsito pesado da região central.

A semana passada funcionou como uma espécie de prova de fogo também para duas outras medidas implantadas pela CET durante a calmaria das férias escolares. A proibição dos caminhões de circular no centro expandido e a mudança nas regras do rodízio – de acordo com o dia da semana, os grandalhões não podem mais passar pelas marginais nem pela Avenida dos Bandeirantes. Em comparação com o mesmo período de volta às aulas de 2007, os índices de lentidão nos quatro primeiros dias da semana passada caíram, em média, 3%. “Pode parecer pouco, mas, num trânsito caótico como o nosso, qualquer pequena melhoria é lucro”, afirma o engenheiro Gabriel Feriancic, especialista em transportes. O alívio foi maior no pico da tarde (das 17 às 20 horas) de quarta-feira (6), quando a CET registrou uma média de 83 quilômetros de vias congestionadas, contra 106 quilômetros em 8 de agosto do ano passado. Um ganho de 22%. Na tarde do dia seguinte, no entanto, o cenário foi caótico. Um temporal atingiu a cidade e levou os índices de lentidão às alturas. Resultado: média de 171 quilômetros de filas, um aumento de 60% em relação a 2007.

Desde 30 de junho, quando os veículos pesados passaram a ser proibidos de circular das 5 às 21 horas no centro expandido, 30 000 caminhões foram multados pela CET. Uma média de 810 por dia. Em vigor desde o último dia 28, o rodízio nas marginais e na Avenida dos Bandeirantes teve reflexo também nas estradas que dão acesso a São Paulo. Cerca de 1 900 grandalhões deixaram de entrar diariamente na cidade pela Rodovia Presidente Dutra das 7 às 10 horas, por exemplo. Mas a medida também teve efeitos colaterais negativos. “Ruas da periferia, que não são monitoradas pela CET, têm sido usadas como rota de fuga por caminhoneiros”, diz o engenheiro de tráfego Horácio Figueira, que acredita ser necessário pelo menos um mês para avaliar os reais resultados do pacote antitrânsito. Para ele, as melhorias serão anuladas pelo crescimento da frota, que recebe 950 novos veículos por dia. “Os congestionamentos devem voltar ao mesmo patamar em três meses”, estima Figueira.

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