O diretor Alexandre Reinecke é sucesso nos palcos paulistanos
Com três espetáculos em cartaz, Alexandre Reinecke é o mais ativo encenador da atualidade
A atriz Nicette Bruno, o galã Reynaldo Gianecchini e a escritora e apresentadora de TV Fernanda Young têm algo em comum: todos trabalharam com o diretor de teatro Alexandre Reinecke, que os considera “profissionalíssimos”. Alexandre quem? Você pode nunca ter ouvido falar nele, mas trata-se do mais ativo dos encenadores em ação nos palcos paulistanos. Como ator, trabalhou em dez peças até 2001, quando se tornou assistente de direção de Paulo Autran em Dia das Mães e descobriu a verdadeira vocação. De lá para cá, dirigiu duas dezenas de peças – dezoito delas a partir do fim de 2002 – e tem três atualmente em cartaz: A Idéia, monólogo com Fernanda Young, e as comédias Sua Excelência, o Candidato e Toc Toc. Na próxima semana, começa a ensaiar uma adaptação do primeiro romance de Fernanda, A Vergonha dos Pés, com os atores Danton Mello e Priscila Fantin, que tem estréia prevista para setembro.
Alguns diretores levam meses e meses para preparar um espetáculo. Reinecke, 38 anos, gasta, em média, sessenta dias. “Cada um segue seu caminho. Tem gente que se incomoda com o caminho do outro ou até o inveja”, diz ele. Seu talento foi avalizado pela exigente Beatriz Segall, protagonista de Quarta-Feira, sem Falta, Lá em Casa, em 2002. “Quando ele me procurou, pensei: como vou conseguir trabalhar com esse menino?”, lembra a atriz. “Mas a cada ensaio ficava encantada com sua seriedade e sua incansável capacidade.” Reinecke conta que ligou para Beatriz depois de ouvir seis recusas. “Até hoje não sei como tive coragem.”
Só não guarda boas recordações de Os Sete Gatinhos, estrelada pelo então casal Bárbara Paz e Dalton Vigh em 2005. Teve uma série de problemas com o elenco e, depois de um mês de ensaios, rompeu com o ator Ewerton de Castro, que deixou a produção. “Minha gastrite sofre até hoje.” Pai de Júlia, de 6 anos, ele comprou uma casa em Pinheiros no ano passado graças a uma herança. Durante a reforma, o casamento de dezessete anos com a atriz Carol Mariottini chegou ao fim e suas despesas duplicaram. “Precisaria de 15 000 reais mensais para me manter e estou longe disso”, afirma. “O colégio da Júlia é pago pela minha mãe.” Foi nos bastidores de Toc Toc que rolou o recente romance com a atriz Márcia Cabrita, que se impressiona com a capacidade de trabalho do novo namorado. “Já o vi ensaiando uma peça de manhã, outra à tarde e uma terceira à noite”, diz ela. “Só alguém muito seguro enfrenta isso.”