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Centro empresarial se forma na Nova Berrini

Empreendimentos de alto padrão mudam a paisagem da região onde a Avenida Chucri Zaidan será prolongada

Por Jéssika Torrezan
Atualizado em 5 dez 2016, 17h01 - Publicado em 21 jul 2012, 00h51

Durante mais de cinquenta anos, a visão da fábrica das bicicletas Monark acompanhou quem passava pela Marginal Pinheiros, na Zona Sul. Com a desativação da empresa, em 2008, o terreno de 82.000 metros quadrados se tornou um dos mais cobiçados da capital. Comprado pela construtora Odebrecht em 2010, em uma transação financeira com valor estimado em 300 milhões de reais, o local deve voltar a ser um ponto de referência na paisagem. Ali, será construído um complexo com seis torres empresariais, duas residenciais, um shopping e um hotel. O lançamento ocorrerá até setembro e as obras devem começar no início do ano que vem, com previsão de término para 2020. “O conceito é de cidade compacta, onde se pode trabalhar, morar e se divertir sem fazer grandes deslocamentos”, diz Paulo Aridan, diretor regional da Odebrecht Realizações Imobiliárias, que espera faturar 4 bilhões de reais com o negócio.+ SPTuris oferece tour virtual pela cidade+ Boulangeries ganham novos endereços em São Paulo
Ele é o projeto mais vistoso de um pacote de empreendimentos na região que vem sendo chamada no ramo de imóveis de Nova Berrini, em referência à Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, localizada perto dali. Outras construtoras já investem no pedaço, composto da Avenida Chucri Zaidan e suas imediações. Quatro torres de prédios comerciais surgiram por ali nos últimos dois anos. Até 2020, outras 21 devem ser erguidas por lá. Segundo estudo da consultoria imobiliária Jones Lang LaSalle, é o lugar da capital com mais espaço para edificações de alto padrão em um futuro próximo. Terá 680.000 novos metros quadrados de escritórios até 2016, oferta 57% maior que a da Avenida Paulista e 25% superior à da Faria Lima.+ Espaço Urucum promove diversão sem frescura
Os conjuntos prontos formam o complexo Rochaverá, onde se instalaram empresas como o Banco Votorantim, a consultoria imobiliária CBRE e o laboratório Fleury. A indústria química Dow Chemical ocupa sozinha um prédio de sete pavimentos e 14.648 metros quadrados, no qual agrupou seus 800 funcionários. A ideia é proporcionar às companhias a unificação de atividades num só endereço, o que tornará a área atraente, aliviando a demanda por lugares saturados. Para isso, a prefeitura criou um plano de estímulo à verticalização, com a venda de licenças para construções muito mais volumosas do que seria permitido na maioria dos bairros.
 

Além dessas permissões, o incentivo se dá pela promessa de melhorias no transporte e no trânsito. O Metrô anunciou a expansão da Linha 5 – Lilás e a criação da Linha 17 – Ouro, de monotrilho. A transformação mais radical, porém, é a construção de um novo corredor de tráfego, paralelo à Marginal Pinheiros, com oito faixas de rolamento. A Avenida Chucri Zaidan, que hoje termina perto do MorumbiShopping, será estendida até a João Dias, em um percurso de 3,3 quilômetros, passando por trechos onde hoje estão galpões e casas, que deverão ser desapropriados. Haverá ainda um túnel de 880 metros e duas pontes.+ Praça Roosevelt: moradores tentam salvar feira livre
Um consórcio já foi contratado para fazer as intervenções, em fase de obtenção de licenças, com orçamento de 324,6 milhões de reais. “Hoje, o trânsito travado prejudica muito o crescimento da área”, afirma Pedro Evangelista, diretor de Desenvolvimento de Projetos da SP Obras, órgão municipal responsável pela execução. Apesar de essas melhorias ainda não terem saído do papel, a expectativa coloca a região como uma das mais valorizadas da metrópole.+ Conheça construções famosas que viraram centros culturais
Décadas atrás, movimentos semelhantes criaram os atuais polos comerciais. Isso aconteceu com a Paulista nas décadas de 60 e 70, e se repetiu depois na Faria Lima e na Berrini. “Assim como os amplos terrenos, a proximidade com bairros residenciais já estabelecidos é um atrativo”, diz Claudio Bernardes, presidente do Secovi, o sindicato da habitação. Os empreendedores dizem que a nova ponta do eixo de negócios deve ter como marca a integração com a vizinhança, por meio de áreas verdes e ciclovias. “Temos trabalhado com um melhor uso da parte térrea, evitando muros, para que as pessoas consigam usufruir os espaços fora do horário de expediente”, explica Roberto Aflalo Filho, do escritório de arquitetura Aflalo & Gasperini, que assina cinco projetos na região.
TERRA FÉRTILO valor mensal de locação por metro quadrado na nova área já está entre os mais altos para centros de escritórios*
Faria Lima – 160,97 reaisVila Olímpia – 142,28 reaisItaim Bibi – 129,51 reaisMoema – 115 reaisNova Berrini – 105 reaisBerrini – 98,45 reaisPaulista – 90 reaisMarginal Pinheiros – 89,60 reaisAlphaville – 68,91 reaisBarra Funda – 56,77 reais
* Computados edifícios de alto padrão com requisitos como andares com área útil acima de 500 metros quadrados
Fonte: levantamento de julho de 2012 da consultoria imobiliária Jones Lang LaSalle

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