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Em vídeo, manifestantes opinam sobre possível aumento da gasolina

Para a prefeitura, alta no combustível ajudaria a subsidiar o valor da tarifa dos ônibus

Por Juliana Deodoro, Nataly Costa, Marcus Oliveira e João Batista Jr.
Atualizado em 5 dez 2016, 15h43 - Publicado em 14 ago 2013, 09h50

São Paulo foi palco nesta quarta-feira (14) de dois atos contra a corrupção no transporte público de São Paulo. Em alguns pontos da cidade, manifestantes entraram em confronto com a Polícia Militar. Um foi detido e encaminhado para o 1º DP por dano ao patrimônio, desacato, apologia ao crime e porte de drogas. 

Após passeata pacífica, algumas pessoas invadiram o prédio da Câmara. Vidraças do edifício foram quebradas. A Polícia Militar usou bombas de efeito moral para conter a entrada. Em algumas ruas do centro, lixeiras foram incendiadas para formar barricadas. Agências bancárias também foram alvos de ataques.

Já na Assembleia Legislativa, que fica em frente ao Parque do Ibirapuera, homens do Choque usaram bombas de efeito moral para evitar a invasão do local por aproximadamente cinquenta pessoas.

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Alguns deputados foram até a porta para negociar a entrada de dez representantes. Não houve acordo e os manifestantes derrubaram grades de ferro. Com isso, a PM jogou bombas de efeito moral. Integrante da Central dos Movimentos Populares, Severina Ramos do Amaral ficou ferida no rosto.

Um novo ato da CUT foi agendado para o dia 28, a partir das 8 horas, com concentração no Largo da Batata. Os manifestantes levantam causas como moradia popular, políticas públicas e a criação de uma CPI para investigar possíveis esquemas de corrupção em obras do metrô e trem.

PASSEATA

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Além do Sindicato dos Metroviários e do MPL, a passeata contou com grupos estudantis, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e de outros movimentos sociais.

“O ato é contra a gestão do transporte público no estado. A corrupção é só um fator que evidencia que o transporte é pensado para o empresário, não para o usuário”, disse o integrante do MPL Marcelo Hotminsky.

A Polícia Militar convocou 350 homens para acompanhar a passeata. Antes do início, o coronel Reinaldo Simões Rossi conversou com a integrante do MPL Nina Capello. Na ocasião, ele declarou que a PM só iria agir se tivesse algum ato de depredação. “O sucesso depende dos dois lados.”

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Apesar da convivência pacífica durante todo o percurso, integrantes de partidos políticos questionam a presença de alguns manifestantes. “O PT fica tentando monopolizar a manifestação e isso atrapalha. Eles também não têm legitimidade, porque tão estão envolvidos em denúncias de corrupção”, reclamou o deputado e ex-candidato a prefeito Carlos Giannazi (PSOL).

O presidente do sindicato dos Metroviários, Altino de Melo Prazeres Júnior, afirmou que a luta contra a máfia dos transportes é o principal motivo que levou a população para as ruas. Os sindicalistas exigem que as empresas devolvam o dinheiro e que os responsáveis sejam presos. “A luta do povo é a nossa luta.”

Por causa do protesto, o centro ficou vazio. “O pessoal foge quando tem manifestação”, disse Maria do Carmo de Oliveira, vendedora de uma floricultura na Praça Pacheco Silva.

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Por volta das 16h10 os participantes deixaram o Anhangabaú e seguiram pela Avenida São João sentido a Rua Líbero Badaró. Após passarem pela Prefeitura, eles foram até o Ministério Público e depois chegaram na Secretaria dos Transportes.

Em frente ao local, atearam fogo em uma catraca de ônibus falsa. Logo após, eles continuaram a passeata, caminhando pela Rua São Bento e Praça do Patriarca até a Praça da Sé, onde queimaram mais uma catraca falsa. Após discurso dos integrantes do MPL, o ato terminou por volta das 18h20.

No final, alguns participantes hostilizaram parte da imprensa. Equipe do programa Pânico na Band foi expulsa do local. Manifestantes também arrancaram o microfone da mão de um repórter da TV Bandeirantes, atrapalhando a transmissão ao vivo.

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O MOVIMENTO PASSE LIVRE

Durante o mês de junho, o MPL organizou uma série de manifestações contra o aumento da passagem que tomaram o país. Mais de dez capitais, incluindo São Paulo, baixaram a tarifa após a mobilização popular. Na capital paulista, os atos continuaram, mas foram menores sem o apoio do MPL.

Mesmo com a redução, o objetivo de conquistar tarifa zero no transporte público continua em pauta. “Três, três, três é assaltar. Quero tarifa zero, tarifa zero já”, gritaram os manifestantes nesta quarta.

MANIFESTAÇÕES NA SEMANA

Na noite de terça (13) aproximadamente 50 manifestantes tentaram invadir o Hospital Sírio-Libanês, na Bela Vista, por volta das 20h15, reivindicando melhorias no Sistema Único de Saúde (SUS). O grupo tentou entrar pelo pronto-socorro da unidade e uma pessoa chegou a ser detida pela polícia, que utilizou spray de pimenta para conter o tumulto. Em seguida, os manifestantes interditaram a Avenida Paulista no sentido Consolação.

Em nota, o Hospital Sírio-Libanês afirma que considera as manifestações pacíficas um direito dos cidadãos, mas lamenta a forma como o protesto foi conduzido, prejudicando pacientes, familiares e acompanhantes.

A Secretaria de Estado da Saúde informou por meio de um comunicado que as manifestações são legítimas e que a pasta está investindo somente neste ano 16 bilhões de reais na ampliação de seus serviços de saúde, modernização de hospitais e em uma rede estadual de combate ao câncer. E vem solicitando ao Ministério da Saúde a revisão dos valores pagos pelo SUS, que estão defasados e geram prejuízo a centenas de Santas Casas em todo o estado.

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