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Moema atrai por variedade de serviços e baixa taxa de homicídios

Para atender a privilegiada população do distrito, não faltam bares, restaurantes, farmácias e centros de estética

Por Sara Uhelski
Atualizado em 1 jun 2017, 18h37 - Publicado em 27 jan 2011, 16h31

Uma das regiões mais nobres de São Paulo, Moema oferece uma rede de serviços e comércio compatível com o bolso de seus moradores. No bairro, 72% dos domicílios têm renda superior a quinze salários mínimos — no município, esse número cai para 22%. Os 72.000 paulistanos que vivem ali contam com uma das menores taxas de homicídio da metrópole. Em 2009, foi registrado 1,4 assassinato para cada 100.000 habitantes, média oito vezes menor que a da capital.

Para atender a privilegiada população do distrito, não faltam bares, restaurantes, farmácias e centros de estética. Esses últimos, inclusive, representam uma atração à parte, em quantidade sete vezes maior do que a média da cidade: são 3,58 salões para cada 1.000 habitantes. A oferta de lugares para festejar também é grande. Com cinquenta bufês, principalmente infantis, Moema só perde para o Itaim Bibi, que tem 75.

Em dia de evento, o Buffet Tôrres costuma parar o trânsito da Avenida dos Imarés, perto do Shopping Ibirapuera. Está aí outro ponto de referência do bairro. Segundo centro de compras inaugurado na capital, em 1976, o Ibirapuera tem 163.000 metros quadrados, reúne 435 lojas e recebe, diariamente, uma média de 80.000 pessoas. Neste ano, deve passar por uma reforma em quatro pavimentos. Um projeto de ampliação, que inclui a instalação de salas de cinema, também está no papel.

Para quem prefere o comércio de rua, basta uma caminhada pela vizinhança. A cerca de 300 metros do shopping está a Avenida Bem-Te-Vi, que concentra várias lojas de calçados e acessórios. A mais antiga, a Shoestock, existe desde 1986. “Quando começamos, não havia quase nada por aqui, mas achamos que era um ambiente simpático, arborizado, de classe média, e deu a impressão de que nos receberia bem”, diz a diretora comercial Marcia Cachielo. Seu sucesso acabou atraindo outras marcas para a área e investimentos para o próprio empreendimento, que hoje ocupa 800 metros quadrados com mais de 15.000 produtos expostos.Nos fins de semana, chega a receber 3.000 clientes aproximadamente. “As pessoas passeiam por Moema”, afirma Ana Maria Faro, proprietária da Revelateurs, butique erótica de luxo situada na Rua Gaivota, pioneira em São Paulo ao misturar lingeries com itens de sex shop. Ali, é possível encontrar desde uma calcinha de 40 reais até espartilhos de 500 reais. 

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Moema - 2202a
Moema – 2202a ()

O local tem estacionamento próprio e manobristas, prática adotada por comerciantes após nova regulamentação da Secretaria Municipal de Transportes. Em maio do ano passado, foram extintas 3.850 vagas gratuitas em diversas vias, com o objetivo de melhorar o trânsito. A medida incluiu a criação de 1.072 rotativas de Zona Azul, acrescidas por outras 108 anunciadas na semana passada. O que, para alguns, não foi suficiente.

“É preciso mais, principalmente na Alameda dos Maracatins”, reclama Rosangela Lurbe, integrante de uma comissão de comerciantes que atua na Associação dos Moradores e Amigos de Moema. Outros, no entanto, aprovam a medida. “Achei ótimo, o trânsito ficou bem melhor”, diz a coordenadora educacional Ligia Ticianelli, que vive no bairro há 25 anos. “Não troco por nada. Posso ir a pé para o trabalho, meus filhos andam de ônibus ou bicicleta, e o metrô vai deixar a região ainda melhor”, afirma, citando as três estações previstas para os próximos anos: Ibirapuera, Moema e Servidor, parte da ampliação da Linha 5-Lilás. A obra deveria ter começado no ano passado, com a proposta de ser entregue até 2014, mas foi suspensa no fim de outubro, após suspeita de fraude no processo de licitação. 

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tabela moema - 2202a
tabela moema – 2202a ()

“Aqui as ruas são planas, tudo é perto e só uso o carro para ir trabalhar. Se morasse em outro lugar, acabaria gastando mais”, diz a administradora Vivianny Franco, que trocou o Morumbi por Moema há cinco anos, apesar do custo de vida mais elevado. “Passei a desembolsar um valor 50% mais alto de aluguel por um espaço com 30 metros quadrados a menos”, completa. Na época, ela usava cadeira de rodas por causa de um problema físico e a fácil mobilidade na região foi decisiva para a mudança de endereço.

O Ibirapuera é outro atrativo. “A proximidade com o parque faz a área ser desejada”, explica Cristiane Crisci, gerente da Lopes Inteligência de Mercado. Os corretores imobiliários dividem o bairro em Moema-Pássaros e Moema-Índios, em referência ao nome das ruas de cada um dos lados da Avenida Ibirapuera. Nos últimos três anos foram lançados no distrito cerca de 900 apartamentos, com preço médio de 7.000 reais por metro quadrado. No Morumbi, por exemplo, onde o valor do metro quadrado é quase a metade, a oferta de novas unidades residenciais no mesmo período foi cerca de nove vezes maior.

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Há dezenove anos, quando vários prédios ainda estavam em construção, os empresários Juliano Hannud e Marcos Maluf fizeram uma pesquisa para identificar o que faltava na região. Assim surgiu a primeira loja do Emporium São Paulo, na Avenida Jurema. A rede se ampliou para outros três estabelecimentos próximos e ganhou filiais no Itaim e na Vila Nova Conceição. Mesmo com boa estrutura, ainda mantém a falta de formalidade da unidade de Moema de outros tempos. “Tem clientes que conheço desde criança e, para os mais antigos, até vendemos fiado”, diz Hannud.

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