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Mods curtem rock, vespas e badalação

As características do movimento paulistano que se inspira nos rebeldes ingleses da década de 60

Por Lívia Roncolato
Atualizado em 1 jun 2017, 17h45 - Publicado em 19 abr 2013, 16h16

Quando surgiram na Inglaterra, nos anos 60, os mods eram encrenqueiros que gostavam de andar bem-vestidos (de preferência, com ternos estreitos feitos sob medida). Apareciam zunindo pelas ruas de Londres a bordo de scooters carregadas de espelhos retrovisores e incensavam bandas como The Who. Muitas décadas depois, o movimento ganhou sua versão paulistana. Com exceção do gosto por uma boa briga, os adeptos por aqui procuram cultivar os mesmos hábitos.

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Montados em Vespas ou Lambrettas restauradas, gastam um bom dinheiro para andar na estica e gostam de badalar em festas temáticas como a Soul Suor & Sacanagem, baile promovido a cada dois meses no boteco Pratododia, na Barra Funda (a próxima edição ocorrerá no dia 27). Na trilha sonora sessentista, além dos clássicos estrangeiros, eles curtem bandas locais como a Modulares. Surgido em 2008, o quarteto manda composições próprias e covers nos shows no circuito do Baixo Augusta.

A banda se prepara para lançar dois discos de vinil na Europa no segundo semestre deste ano. “Nosso público vem aumentando bastante nos últimos meses”, comemora o guitarrista Pedro Carvalho, de 34 anos, que trabalha como produtor da rádio UOL.

Nas ilhas britânicas, o movimento mod teve um breve revival nos anos 80, graças ao sucesso do trio The Jam, que tocava uma new wave bastante acelerada. Na mesma época, ecos desse estilo surgiram em São Paulo pela primeira vez. O grupo Ira! foi um dos responsáveis pela sua popularização. “Nossos dois primeiros álbuns tinham bastante influência disso”, lembra o cantor Nasi (a banda acabou em 2007). Depois de um hiato, o estilo começou a ressurgir por aqui nos últimos anos.

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Boa parte se deve a iniciativas como a criação da Scooteria Paulista, em 2010. O clube, sediado na Mooca, reúne aficionados de motos antigas e promove passeios da turma pela capital. “No último deles, realizado em fevereiro, tivemos cerca de 150 participantes”, conta o fundador, Marcio Fidelis. Modelos das décadas de 50 e 60 em bom estado chegam a atingir cotações acima de 10 000 reais no mercado. O grupo promove também suas próprias festas no Caos, misto de antiquá-rio e bar na Rua Augusta.

Os adeptos do estilo raramente compram roupas em lojas daqui. Preferem incrementar o guarda-roupa em viagens para o exterior ou adquirem as peças pela internet. Entre suas marcas prediletas estão a inglesa Fred Perry, que é uma tradicional confecção de camisas polo (modelos a partir de 180 reais, no preço da Europa). Fazem sucesso também os artigos da Dr. Martens, fabricante alemã de botas de couro. Somente os ternos não costumam ser importados. “Os mods capricham no look sem exagerar”, elogia Mariana Rocha, professora de moda da Faculdade Santa Marcelina.

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