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Mauro Restiffe conta sobre fotos clicadas na Rússia

Séries feitas no final dos anos 1990 e em 2015 são apresentadas na individual do artista na Galeria Fortes Vilaça

Por Julia Flamingo
Atualizado em 27 dez 2016, 17h40 - Publicado em 24 Maio 2016, 20h10

Na individual da Galeria Fortes Vilaça, o fotógrafo paulista Mauro Restiffe apresenta série de imagens feitas na Rússia, durante dois períodos de sua vida: o final da década de 1990, quando passou oito meses no país, após o fim da União Soviética, e os últimos dois anos, nos quais viajou mais cinco vezes para Moscou e São Petesburgo. Leia abaixo a entrevista  com o artista, que conta sobre sua relação com o país e explica sobre a mostra intitulada Rússia, em cartaz até 18 de junho.

Qual a sua relação pessoal e profissional com a Rússia?

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No final dos anos 90, fui levado para São Petesburgo por uma garota russa que conheci enquanto ainda morava nos Estados Unidos. Ficamos um mês ali e mais tarde voltei para morar lá durante oito meses. Foi uma imersão pessoal. Aprendi a língua, já que ninguém falava inglês, e passava grande parte do meu tempo fotografando, prática pela qual eu já me interessava. Revelei as fotos quando voltei, mas guardei e não dei tanta atenção para elas. Há três anos, uma curadora russa me convidou para registrar as mudanças feitas no Garage Museum of Contemporary Art, cujo restauro era assinado pelo célebre arquiteto Rem Koolhaas. Foi a oportunidade para eu reviver as imagens que havia feito vinte anos antes.

O que significou para você achar a série de fotos vinte anos depois de serem feitas?

Eu fui entender que tudo o que eu vinha produzindo nos últimos vinte anos de trabalho, já estava sendo indicado nas fotos daquela primeira viagem. Foi o meu primeiro  trabalho de corpo. Ali eu já tentava entender a arquitetura, a pintura e a relação entre as pessoas por meio da fotografia.

O que você planejou fotografar na sua segunda experiência no país?

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A Rússia continuava a mesma. Percebi que eles tinham uma relação dramática com o passado, é como se lá não tivesse passado o tempo. Foi extamente isso que me interessou: o ponto crucial da exposição é a atemporalidade daquele povo. Por isso, misturo fotografias dos dois períodos para formar as séries que estão ali. Não dá para entender quando cada clique foi feito.

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Por isso as cores preto e branco? Para confundir ainda mais a relação com o passar do tempo?

Sim. Todas as fotografias foram feitas com a mesma máquina analógica e em preto e branco, o que indica a estabilidade da técnica que se manteve. Assim, as discussões sobre passado, e sobre a relação entre fotografia e história ficaram ainda mais latentes. Fiquei com medo do que os russos poderiam achar das minhas fotos e da constatação que eu faço por meio delas. Mas a reação foi muito positiva e continuam expostas no Garage Museum.

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