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Lygia Fagundes Telles se prepara para escrever um novo romance

Com o riso aberto de quem enxerga o mundo com humor, a escritora paulistana Lygia Fagundes Telles vive dias agitados aos 85 anos

Por Carlos Graieb
Atualizado em 6 dez 2016, 09h05 - Publicado em 18 set 2009, 20h29

Certa vez, Lygia Fagundes Telles ouviu da amiga Clarice Lispector a seguinte frase: “Não sorria em fotografias. Uma escritora sorridente não é levada a sério”. Lygia nunca obedeceu a esse conselho. Seus retratos ao longo dos anos, publicados em revistas ou jornais, estão cheios de sorrisos, em meio a algumas poses mais austeras. Nenhum deles impediu que ela avançasse na carreira literária. Não que a observação de Clarice Lispector fosse descabida, dada a condescendência com que as mulheres, no trabalho intelectual, podiam (e eventualmente ainda podem) ser tratadas. Mas o talento de Lygia era substancial demais para ser ignorado. E sua personalidade jamais permitiu que confundissem sua leveza com frivolidade. Na foto que abre esta reportagem, a escritora, hoje com 85 anos, aparece mais uma vez de riso aberto. E é correto que assim seja. Lygia sorri com a inteligência: é alguém que olha o mundo com humor. Também sorri com o espírito: apesar da morte recente e devastadora do único filho, Goffredo da Silva Telles Neto, ela não se rendeu à depressão. Finalmente, Lygia sorri porque recebe a atenção reservada aos clássicos. A atual novela das 6 da Rede Globo, Ciranda de Pedra, inspira-se em seu livro homônimo. No Sesc Consolação, um monólogo dramático extraído do conto A Confissão de Leontina está em cartaz, enquanto uma adaptação de sua obra-prima, o romance As Meninas, começa a ser produzida para o teatro. Acaba ainda de ser relançado o roteiro cinematográfico Capitu, que ela redigiu em parceria com o segundo marido, Paulo Emílio Sales Gomes. Há bastante agitação em torno da maior escritora brasileira viva.

Lygia veste-se de forma sóbria. É uma mulher bonita, de pele jovem e intocada pela cirurgia plástica. O último corte de cabelo foi ela mesma quem fez. “O ser humano tem de estar limpo e vestido dignamente. Não pode causar mal-estar aos outros nem espantar as criancinhas. Mas não cultivo grandes vaidades”, diz. Sua conversa nunca é muito linear. Ao se lembrar de uma anedota, ela não hesita em fazer um desvio para contá-la. Quando parece que se extraviou, volta milagrosamente ao ponto de partida. Duas características de sua personalidade sempre divertiram os amigos: a falta de senso prático e a distração. “Ela nunca sabia onde estava o passaporte. Mas a confusão lhe cai bem, eu sempre achei muito charmosa”, diz a escritora Lya Luft, que esteve com Lygia em alguns périplos literários pelo exterior. O poeta Paulo Bomfim recorda uma ocasião em que ela lhe deu carona, na Avenida Paulista. Lygia subiu na calçada para que ele pudesse entrar no carro, e então seguiu em frente ali mesmo, entre os pedestres. “Depois de alguns metros ela se impacientou: ‘Mas essa rua está muito cheia de gente, Paulo’.” Gentileza é uma palavra invariavelmente empregada para descrevê-la. “Ela é aquele tipo de pessoa que sempre tem um presentinho para lhe oferecer, um gesto de carinho”, conta o editor Paulo Rocco, que lança os livros de Lygia desde 1997 e os considera uma das preciosidades de seu catálogo.

Desde 1982, a escritora mora num apartamento amplo, na Rua da Consolação. Numa das pontas da sala há uma grande estante com livros, fotos de família e objetos coletados em viagens ao longo dos anos. No lado oposto fica a mesa de trabalho, com máquina de escrever e papéis espalhados. Quem usa o computador, num outro cômodo, é Lúcia, a neta de 29 anos que, formada em letras, recentemente passou a assessorar Lygia. A escritora prefere a caneta ou a máquina, desconfiada de que o computador possa devorar suas criações. “Tempos atrás, eu e o meu amigo Rubem Fonseca imaginávamos se um namoro entre nós daria certo. O maior obstáculo era a paixão dele por computadores”, afirma Lygia com uma risada, referindo-se ao escritor mineiro de 83 anos. Na mesa de trabalho pode-se encontrar um maço de cigarros importado, com desenhos coloridos no lugar das imagens agourentas estampadas pelo Ministério da Saúde nas embalagens nacionais. Lygia detesta essas fotos, esconde-as com esparadrapo quando não dispõe dos cigarros estrangeiros. Hoje ela fuma pouco, mas fuma. “É uma vontade de desafio”, diz. Na sala, ainda há lugar reservado para uma televisão. É um aparelho antigo e pequeno – televisão de escritor, por assim dizer. Nela Lygia tem assistido, regularmente, aos capítulos de Ciranda de Pedra.

Lygia está de acordo com o crítico Antonio Candido: publicado originalmente em 1954, Ciranda de Pedra foi o livro que marcou sua maturidade artística. Antes, ela tinha lançado três apanhados de histórias, que há muito não deixa reeditar. Dali em diante, foram outros doze livros, entre romances, coletâneas de contos e, mais recentemente, trabalhos híbridos nos quais fragmentos de história pessoal se mesclam à ficção. O título de um dos volumes define esse gênero: Invenção e Memória. Talvez a maior conquista literária de Lygia esteja no plano do estilo. Sua escrita é límpida, mas a amplitude do vocabulário e a sutil modulação de suas frases lhe conferem uma graça inefável. A superfície do texto de Lygia costuma ser coloquial, mas de repente ela mergulha até o fundo para compor uma frase com sabor de século XIX ou uma locução mais afeita à poesia do que à prosa (e ela é uma aplicada estudiosa de poetas).

Há uma forte vertente fantástica nos contos de Lygia, enquanto seus romances tendem para o realismo. Em seu tempo, Ciranda de Pedra causou surpresa ao tratar de lesbianismo, suicídio, eutanásia, impotência. Impróprios na década de 50, os temas continuam fortes demais na avaliação da Rede Globo – ao menos para as 6 da tarde. A adaptação, que ficou a cargo de Alcides Nogueira, tratou de expurgá-los ou atenuá-los. Mas Lygia dá sua bênção ao trabalho. Considera a novela bem melhor que uma adaptação anterior, feita em 1981, também pela Globo. “O roteiro é muito delicado e cuidadoso”, diz ela. A romancista e o noveleiro conversam por telefone. “É muito gostoso, nem ela nem eu nos colocamos como ‘autores’. Os comentários vão dos mais profundos, sobre o teor das cenas, até figurinos, músicas, tricôs e crochês em geral”, conta Nogueira. Segundo ele, indispensável é preservar a atmosfera de “inadequação com o real” que envolve os personagens principais. Trata-se de uma boa observação crítica. O sentimento de inadequação, de rejeição, até mesmo de absurdo corrói muitos protagonistas da ficção de Lygia. Esse é certamente o caso de Lia, Lorena e Ana Clara, do romance As Meninas, lançado originalmente em 1973. Um dos grandes títulos da ficção brasileira do século XX, As Meninas é um tour de force de composição, pois mescla a história e os monólogos interiores de três moças que vivenciam juntas o período da ditadura militar. A leitura deixou uma marca tão forte no produtor teatral Fernando Padilha, de 27 anos, que ele decidiu levar o romance ao palco. Obteve a autorização de Lygia e trouxe para o projeto a premiada Maria Adelaide Amaral. “O livro é um registro histórico muito preciso e corajoso. Fala claramente em tortura, o que era temerário naquele momento. Na adaptação, segui o texto bem de perto. Os diálogos já tinham um enorme potencial dramático”, afirma Maria Adelaide, que, neste mês, pôs um ponto final no roteiro da peça.

Lygia às vezes é descrita como “escritora paulistana”, um rótulo incorreto se quiser dizer que seus livros descrevem São Paulo. “Eu não dou cartão de visita, com endereço e telefone, aos meus personagens”, diz ela. Sobre o que não resta dúvida é que ela seja uma personalidade estreitamente ligada à capital. Nascida no bairro de Santa Cecília, em 1923, passou a infância viajando por cidades do interior, nas quais o pai ocupava cargos de promotor ou delegado. Lygia descreve o pai como um homem alto e bonito, de gravata-borboleta, charuto na boca – e viciado em jogos. Ela se lembra de acompanhá-lo em apostas na roleta e de assistir petrificada à diminuição da sua pilha de fichas. “A história da minha família pelo lado paterno se encaixa naquele ditado: pai rico, filho doutor, neto mendigo. A neta fui eu”, diz a escritora. Em 1936, quando Lygia tinha 13 anos, ela e a mãe retornaram a São Paulo para uma vida de “classe média empobrecida”, enquanto o pai continuava com suas andanças pelo interior. Em 1941, ela ingressou na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, quando sua vida e a da cidade começaram de fato a se entrelaçar.

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Lygia é uma daquelas personalidades de quem se costuma dizer que “conhece todo mundo”. Ainda nos anos 40, de boina e meias de golfe puxadas até o joelho (duas modas que diz ter lançado como aluna de direito), ela era ativa organizadora de saraus com autores famosos no grêmio estudantil. Trouxe a São Paulo para dar palestras Cecília Meireles e Érico Veríssimo. Ia com os amigos comer pipoca no apartamento de Oswald de Andrade, enquanto ele lia seus textos inéditos. E ouviu de Mário de Andrade a confidência de que ele se achava “um canhão”, num encontro relatado na crônica Durante Aquele Estranho Chá. O espírito sociável fez com que desenvolvesse laços com um grande número de escritores mais velhos ou mais jovens e com que se sentisse à vontade em instituições que muitos consideram vetustas – ela é imortal da Academia Brasileira de Letras e integrante, igualmente, da Academia Paulista de Letras (veja reportagem). O medo de avião (“e do mosquito da dengue”) faz com que já não seja assídua dos chás da primeira, no Rio de Janeiro. Mas ela raramente falta aos encontros semanais da Academia Paulista, no Largo do Arouche.

Quem chega aos 85 anos teve de lidar com a perda de pessoas próximas. Pode-se encarar cada perda como uma amputação – mas Lygia tem outro método. “Há uma soma de seres que eu amei e que já se foram, mas, de um certo modo, eles ficaram um pouco em mim”, afirma em um de seus textos. “É difícil explicar com clareza, mas eu chamaria, assim, uma espécie de legado. E o fato é que me impregnei desse legado lá no indefinível que nos habita, a alma.” Seus livros contêm homenagens aos mortos. O posfácio da nova edição do roteiro Capitu, baseado no romance Dom Casmurro, de Machado de Assis, pode ser lido dessa forma. É um instantâneo de seu casamento com o crítico de cinema Paulo Emílio Sales Gomes, no auge da felicidade doméstica. O casal morava num apartamento na Rua Sabará, em Higienópolis, endereço mágico na memória afetiva da escritora. Eles tinham dois gatos. Paulo Emilio a chamava de Kuko – referência ao relógio cuco de uma avó inglesa que, assim como Lygia, estaria sempre atrasado. Aqueles que conviveram com o casal dizem que foi tanto um grande amor quanto um relacionamento calcado na admiração. Paulo Emílio morreu em 1977, vitimado por um ataque cardíaco. Um detalhe ficou gravado na memória de Lygia sobre esse dia. Ele usava uma camisa de algodão estampada, com cavalinhos galopando num fundo azul-claro. “Quando eu vi a camisa jogada numa cadeira no hospital, soube que estava acabado.”

A morte do filho ainda não chegou aos textos de Lygia. Ele nasceu do primeiro casamento da escritora, com o jurista Goffredo da Silva Telles Jr., e é pai de suas duas netas, Lúcia e Margarida. Morreu em 2006, aos 52 anos, depois de um período enfermo e intranqüilo. “Eu fiquei trespassada, urrava de dor”, diz Lygia. Na sala de seu apartamento há uma cópia do livro O Demônio do Meio-Dia, do americano Andrew Solomon. Trata-se de um estudo sobre a depressão, um mal que Lygia experimentou. Ela atravessou vários meses à custa de calmantes. Fez análise, mas não encontrou alívio. Apesar das imagens de santos guardadas no apartamento, a religião tampouco era um consolo. “Eu não sou tão ligada a Deus”, diz ela. No fim, foi por meio do trabalho que ela se reergueu. “Um dia, eu disse: ‘Chega de pílulas’. E voltei aos meus escritos.”

Em breve, talvez haja um novo romance de Lygia. Ela faz um “T” com as mãos, como as atletas de vôlei quando querem interromper um jogo. “Está chegando a hora de pedir um tempo”, afirma. O método da autora sempre foi fixar uma narrativa na imaginação antes de passá-la ao papel. “Do mesmo jeito que, na infância, eu guardava borboletas dentro de caixas de sabonete”, diz ela. Há vários meses, Lygia convive com uma personagem. Sente que pode estar chegando o momento de aninhá-la em seu colo e escrever: “Então, eu vou ficar feliz”.

A trajetória da menina que colecionava borboletas

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Em 1945, a escritora recebe a amiga Cecília Meireles (de chapéu) na Estação da Luz. À direita, Lygia na Fazenda Santo Antônio, em Araras, em 1956. A propriedade, da avó de seu primeiro marido, Goffredo da Silva Telles Jr., abrigava reuniões modernistas na década de 20

À direita, Lygia entre Goffredo e o filho Goffredo Neto, em foto de 1960, ano em que o casal se separou. Com o crítico de cinema Paulo Emílio Sales Gomes (à esq.) casou-se três anos depois. Vitimado por um ataque cardíaco, ele morreu em 1977

Uma história de amor, traição e ódio

Lucélia Santos (Virgínia) e Roberto Pirillo (Luís Carlos) faziam parte do elenco da primeira versão de Ciranda de Pedra, exibida pela Globo em 1981. Hoje, 27 anos depois, a trama inspirada no romance homônimo de Lygia tem entre seus atores Ana Paula Arósio (Laura) e Daniel Dantas (Natércio). A escritora considera a adaptação atual bem melhor que a anterior

Afetos literários

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Encontros de Lygia com autores brasileiros, segundo o livro Durante Aquele Estranho Chá

Mário de Andrade

“Nessa idade de ouro, eram os dois modernistas os deuses da chamada intelectualidade paulistana. Mário e Oswald. Em redor, a dança dos satélites rodopiando deslumbrados, e eu no meio. Marcada especialmente por Mário de Andrade que me parecia mais confiável com seu clima que tinha qualquer coisa de místico.”

Carlos Drummond de Andrade

“A poesia que eu amava retratava um mundo ideal. E eis que agora, com a mesma força e com o mesmo misterioso poder, aquele poeta mineiro, aquele Carlos Drummond de Andrade me arremessava a um mundo real, tão real que chegava a me assustar com o imprevisto da sua realidade antipoética e da qual eu sempre fugira a galope. Foi esta a minha primeira dúvida: aquele mundo tão miseravelzinho devia ser motivo de poesia?”

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Hilda Hilst

“Hilda Hilst é uma temperamental, ouvi alguém dizer. Mas o que significa isso? – perguntaria um moço da geração atual. Vamos lá, eis aí uma palavra que saiu da moda mas que me parece insubstituível: na temperança estaria a qualidade que equilibra e modera os apetites e as paixões. Nessa linha, o temperamental não pode ser um refreado. Pode ser moderado alguém com uma obra tão flamante?”

Jorge Amado

“Há escritores que eu admiro e há escritores que eu amo. Jorge Amado eu admirava e amava. Desde a juventude ele devia guardar aquela clássica carteirinha do Partido Comunista, até o fim fiel aos seus ideais e princípios. Sem dúvida um revolucionário ativo. Mas com um coração conservador. Porque lá no fundo era um conservador no disciplinado amor pela família e pelo Brasil.”

Clarice Lispector

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“Combinamos ir no mesmo avião que decolou sereno, mas na metade da viagem começou a subir e a descer, meio desgovernado. Clarice estava na cadeira ao lado, aquela cadeira que comparo à cadeira de dentista, cômoda, higiênica e detestável. Então ela apertou meu braço e riu. Fique tranqüila porque a minha cartomante já avisou, não vou morrer em nenhum desastre! E o tranqüila e o desastre com aqueles rrr a mais na pronúncia russa que eu achava bastante charmosa, desastrrre!”

Estante que vale ouro

Algumas das principais obras da escritora

Ciranda de Pedra

Lançado em 1954, o romance representa um marco na obra de Lygia Fagundes Telles, que o considera o seu primeiro livro maduro. É a história de Virgínia, caçula de uma família que se desfaz com a separação dos pais e, depois, a morte da mãe. Investigação psicológica do sentimento de rejeição, a obra originou duas telenovelas – uma delas em exibição atualmente

As Meninas

História de três garotas que vivem em um pensionato de freiras enquanto cursam a universidade nos anos da ditadura militar, este romance de 1973 é a obra-prima da escritora. Lygia demonstra todo o seu artesanato narrativo ao alternar os pontos de vista das jovens. A drogada Ana Clara é personagem memorável da literatura brasileira moderna

Seminário dos Ratos

Com catorze contos, a coletânea de 1977 traz elementos fantásticos, aproximando-se do realismo mágico. As Formigas, por exemplo, narra a história de duas jovens que encontram um caixote de ossos na pensão onde vivem. No conto-título, em uma sugestiva alegoria política, os ratos invadem uma reunião destinada a discutir justamente a praga dos roedores

A Disciplina do Amor

Publicado em 1980, este é talvez um dos livros mais pessoais de Lygia. Fragmentário, traz trechos de diários, crônicas, histórias curtas, anotações sobre escritores que a autora admira – do padre Vieira a Simone de Beauvoir. Passeio pela imaginação, o livro alterna notas melancólicas com observações ferinas do cotidiano

Durante aquele estranho chá

Primeiro livro de Lygia composto somente de textos de não-ficção, esta coletânea de “perdidos e achados” traz matéria variada: memórias, crônicas de viagem (com destaque para o Irã), retratos de amigos e escritores como Jorge Amado, Clarice Lispector e Mário de Andrade. A literatura, paixão maior de Lygia, é o eixo deste livro de 2002

Capitu

Escrito a quatro mãos com o marido, Paulo Emílio Sales Gomes, Capitu é um inteligente roteiro para uma adaptação cinematográfica de Dom Casmurro, que seria filmada em 1967 por Paulo César Saraceni. O roteiro ganhou nova edição em livro neste mês, com um posfácio em que Lygia recorda o trabalho de redação – e sua felicidade ao lado de Paulo Emílio

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