Logun-Edé — Uma Pequena Yorubópera
Em montagem sobre a cultura africana, sete atores-cantores encenam a lenda de um orixá
Tema pouco aproveitado no teatro infantil, a cultura africana ganha uma montagem de fôlego e embasada num amplo trabalho de pesquisa. Logun-Edé — Uma Pequena Yorubópera, com direção musical de Di Ganzá e geral de Dagoberto Feliz (do Folias), foi adaptado por Bruno Gavranic, do Grupo Pé de Moleque. Embalados por batidas de atabaque e outros instrumentos de percussão mais violão, violoncelo e flauta transversal, sete afinados atores-cantores envolvem a plateia ao apresentar a lenda de um orixá.
Tudo começa quando Oxum (Mawusi Tulani), deusa das águas, do ouro e da fertilidade, se apaixona por Oxóssi (Claus Xavier), entidade protetora dos caçadores. Para conquistá-lo, ela finge pertencer à mata, encantando o pretendente com sua beleza. Ao descobrir a farsa, ele fica furioso e rompe o namoro. Da relação, porém, nasce o espevitado Logun-Edé (Carlos Alberto Júnior). Indeciso entre o desejo de Oxóssi, de torná-lo o melhor dos caçadores, e a vontade de Oxum, ansiosa para vê-lo como o guia do curso das águas, o garoto apronta muitas confusões. Durante uma caçada, pai e filho encontram uma aldeia de feiticeiras que escondem os segredos do mundo embaixo de um pássaro mágico. Oxóssi mata a ave com uma flechada e os dois são amaldiçoados pelas bruxas, ficando cegos. Logun-Edé sabe como voltar a enxergar e usa um esperto truque para tentar reaproximar a família. Graciela Soares, Jane Fernandes, Nilcéia Vicente e Leonardo Devitto completam o coeso elenco.
AVALIAÇÃO ✪✪✪