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Lixeiros: escadrão da limpeza luta por melhorias

Eles são 13 000, chegam a correr meia maratona por dia e enfim ganharam direito a protetor solar

Por Edison Veiga
Atualizado em 5 dez 2016, 19h23 - Publicado em 18 set 2009, 20h34

Os 4.000 coletores e 9.000 varredores da cidade são responsáveis por recolher, todos os dias, 15.000 toneladas de lixo. Enquanto realizam esse trabalho, passam despercebidos por boa parte da população. Mas basta cruzarem os braços, como no último fim de semana, para se tornarem o centro das atenções. Durante a greve de lixeiros que durou de sexta (13) a segunda (16), 3.000 toneladas de detritos acumularam-se nas calçadas paulistanas. “Como é um serviço essencial, fomos obrigados a manter 70% dos trabalhadores na ativa”, afirma o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Asseio e Conservação e Limpeza Urbana (Siemaco), Moacyr Pereira. A pressão deu resultado e os pisos salariais da categoria sofreram um reajuste de 3,55%. Passaram a 563 reais (varredores) e 669 reais (coletores). Com os adicionais de insalubridade, eles vão receber, respectivamente, 639 reais e 822 reais por mês. Funcionários de sete empresas que prestam serviços para a prefeitura – dois consórcios responsáveis pela coleta do lixo e cinco companhias que cuidam da varrição das ruas –, os lixeiros trabalham oito horas por dia, em turnos diurnos e noturnos. De acordo com o sindicato, 85% dos garis são homens – a maioria na faixa dos 30 anos. Mais da metade têm, no máximo, a 4ª série do ensino fundamental e, destes, 4% são analfabetos (veja o quadro). Diariamente, os varredores andam cerca de 6 quilômetros e os coletores correm cerca de 20 quilômetros (quase meia maratona). Esses profissionais enfrentam a rotina fétida usando somente luvas e boné como proteção. “O blusão de manga comprida faz parte do uniforme apenas no inverno”, diz Ricardo Acar, presidente da EcoUrbis, uma das concessionárias. No resto do ano, os braços ficam vulneráveis. Uma de suas antigas reivindicações foi atendida na greve da semana passada: as empresas terão de fornecer protetor solar. “A Organização Mundial de Saúde recomenda o protetor a todos os que trabalham sob o sol”, afirma a dermatologista Ligia Kogos, badalada por sua clientela vip. Nas outras duas vezes em que os lixeiros pediram o benefício, os patrões não atenderam. “Apenas priorizamos questões mais importantes, como o salário”, diz Ariovaldo Caodaglio, presidente do Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana no Estado de São Paulo (Selur). “Desta vez ficou acertado que iremos fornecer o protetor, mas só daqui a três meses, após uma análise técnica.”

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