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Largo Treze está novo: livre de 700 barracas e 1400 ambulantes

Fiscalização municipal confiscou todas as barracas em uma semana; 25 PMs revezam-se para garantir que os camelôs não voltem

Por Fabio Brisolla
Atualizado em 5 dez 2016, 19h24 - Publicado em 18 set 2009, 20h33

Conhecido por ser um dos pontos mais movimentados da cidade.– por ali circulam diariamente cerca de 500000 pessoas –, o Largo Treze de Maio, em Santo Amaro, ficou durante anos tomado por centenas e centenas de camelôs. Cerca de 700 barracas e 1400 ambulantes ocupavam completamente suas ruas adjacentes, como a Desembargador Bandeira de Melo, a Senador Fláquer, a Capitão Tiago Luz e a Senador José Bonifácio. Além de alavancar as vendas de produtos contrabandeados, pirateados ou roubados, o comércio informal aumentava a criminalidade. “O Largo Treze de Maio concentrava 3% dos roubos em São Paulo”, diz o secretário de Segurança Pública, Ronaldo Marzagão. “Um índice extremamente alto.”

Quem já passou pelo Largo Treze talvez tenha dificuldade de reconhecê-lo agora. Livre dos marreteiros, o lugar parece outro. A faxina começou no dia 15 de abril, em uma ação conjunta da Secretaria de Segurança Pública com a prefeitura. Em uma semana, a fiscalização municipal – escoltada por 200 policiais militares e 200 homens da Guarda Civil Metropolitana – confiscou todas as barracas. Desde então, 25 PMs revezam-se em dois turnos para garantir que os camelôs não voltem a ocupar a área. Fiscais da Subprefeitura de Santo Amaro, acompanhados dos guardas metropolitanos, por sua vez, apreendem diariamente as mercadorias dos que insistem em vendê-las nas ruas. Resultado: o número de roubos caiu 22% – em maio último, houve 35 ocorrências, contra 45 no mesmo mês de 2006.

“O labirinto de barracas favorecia a ação dos marginais”, afirma Daniel Freitas Menezes, dono há vinte anos de uma ótica na Rua Capitão Tiago Luz. “Agora é mais raro ver um assalto por aqui.” Os comerciantes já comemoram o aumento nas vendas. “Muitos clientes não sentiam segurança para sair da loja com suas compras”, conta um gerente do Ponto Frio, na esquina da Capitão Tiago Luz com a Senador José Bonifácio. “Após a partida dos camelôs, o faturamento aumentou 20%.”

Os camelôs, é claro, estão à espreita de uma chance para voltar. Adotam aquele esquema sempre usado quando sabem que a polícia e os fiscais estão por perto: expõem os produtos no chão sobre lonas, os chamados pára-quedas, com cordas nas pontas para facilitar o embrulho da mercadoria no momento da fuga.

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“Até emagreci de tanto correr da polícia”, diz Helena de Souza, 42 anos, ex-vendedora do camelódromo. Maria Socorro Rodrigues Silva também não se conforma. Ela diz que faturava 1.000 reais por mês, logicamente sem pagar nenhum imposto, com duas barracas num ponto privilegiado do Largo Treze, de frente para a Catedral de Santo Amaro, atualmente ocupado por um enorme canteiro de plantas construído pela prefeitura. “Continuo vendendo bolsas, mas modelos pequenos para não atrapalhar na hora de fugir do rapa.”

A subprefeitura oficializou dois endereços no centro de Santo Amaro para o comércio informal, o maior deles com 190 boxes na Avenida Mário Lopes Leão. Alguns ambulantes dizem que não há espaço suficiente para todos. Outros reclamam da falta de movimento nos novos pontos-de-venda. “É normal que eles resistam, mas não vamos relaxar na fiscalização”, promete o subprefeito de Santo Amaro, Geraldo Mantovani. A cidade agradece.

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