Jet set
Depois de ser obrigada a esvaziar o nécessaire no aeroporto JFK, a executiva Julie Macklowe bola o kit ideal para as viajantes que jamais se descuidam da aparência
Em 2006, a polícia inglesa capturou um grupo que pretendia mandar pelos ares um avião utilizando explosivos líquidos. A prisão foi, é claro, um alívio imediato para os passageiros do tal voo, mas virou uma dor de cabeça para quem embarca em viagens internacionais. Desde então, na checagem da bagagem de mão, uma cena se repete com frequência. Todas as pessoas são obrigadas a deixar em solo cremes e afins — com embalagens a partir de 100 mililitros, as mais comuns da indústria de cosméticos — denunciados pelo raio X. Foi o que aconteceu há dois anos com a americana Julie Macklowe, de 34 anos. A então executiva no comando de um fundo de 250 milhões de dólares estava na fila de embarque do aeroporto JFK, em Nova York, rumo a Paris. Carregava só uma mala de mão, o suficiente para passar cinco dias em Versalhes, cenário do casamento de uma amiga. Do nécessaire recém-recheado com produtos comprados para a viagem não sobrou quase nada. “Em pleno voo, comecei a matutar sobre um kit de beleza bom e bem embalado, num tamanho apropriado para a vida jet-setter”, conta. O estalo virou o It Kit, carro-chefe da empresa vbeauté, p-la qual Julie deixou para trás a atividade de analista fi nanceira.
Numa espécie de carteira de metal — de fácil acesso e mais vistosa do que o saco plástico transparente sugerido pela segurança dos aeroportos —, ela resumiu o essencial para o cuidado da pele do rosto: sabonete de limpeza, esfoliante, soro antirrugas e dois hidratantes (para a rosto e para a área ao redor dos olhos). Cada um dos itens é preservado em tubinhos de 8 e 15 mililitros, que podem ser repostos por refis (o preço unitário gira em torno de 30 dólares). Lançada em dezembro, a linha de cosméticos não pretende ser apenas uma embalagem inteligente. Ela já se expandiu para frascos maiores, com 100 mililitros, ideais para manter em casa. O próximo passo é um gloss. Julie desenvolveu todo o conteúdo num laboratório de Genebra, que fez de uma rosa resistente ao clima e ao sol no alto dos Alpes suíços o ingrediente principal dos potes. “É um coquetel tecnológico.” Além da proteção contra os raios UV, o creme promete estimular a produção de colágeno e combater o envelhecimento precoce. A começar pelo fim das rugas de preocupacão ao encarar a próxima vistoria da frasqueira. “Nunca mais fui obrigada a esvaziar meu nécessaire”, diz Julie. “E olha que já foram dezenas de viagens.”