Um ano após incêndio, Memorial da América Latina começará restauro
Auditório Simón Bolívar, que pegou fogo em 2013, só deve ser reaberto no segundo semestre do ano que vem
Um ano após o incêndio que destruiu o Auditório Simón Bolívar, no Memorial da América Latina, as obras de restauro finalmente têm data para começar, o próximo dia 15. Segundo a administração do espaço, que pertence ao governo estadual, a burocracia das licitações é a causa da demora.
No dia 29 de novembro de 2013, um fogo que começou nos fundos e no teto da ala B do auditório se alastrou rapidamente, tomando proporções maiores do que a brigada de incêndio do Memorial poderia dar conta.
O Corpo de Bombeiros foi acionado e quase ocorreu uma segunda tragédia: 24 homens da corporação tiveram de ser socorridos por inalar fumaça tóxica e quatro deles acabaram na UTI do Hospital das Clínicas com complicações respiratórias. Hoje, todos passam bem.
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A primeira providência para a restauração foi a contratação – via processo licitatório – do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), em dezembro passado, para saber se houve danos estruturais irreversíveis. Uma outra licitação elegeu uma empresa para realizar o serviço de limpeza do rescaldo do incêndio, o que ocorreu em janeiro.
Em maio, o laudo do IPT atestou que a segurança do auditório estava garantida. Em outubro, após o lançamento de um novo edital, foi firmado convênio com a empresa que fará a primeira parte da reforma. “Antes disso, não sabíamos se o auditório ficava de pé ou não”, conta o cineasta João Batista de Andrade, presidente da Fundação Memorial da América Latina.
As obras terão duração de três meses. Será realizado um jateamento de concreto em todo o auditório para reconstruir a superfície danificada. Em março, começa a reestruturação hidráulica e elétrica. A previsão é que o local seja devolvido ao público no segundo semestre de 2015. “Considerando todas as dificuldades, entregaremos em tempo recorde”, diz Andrade.
O Auditório Simón Bolívar tem capacidade para 1 800 pessoas e era decorado por um painel em tapeçaria desenhado pela artista plástica Tomie Othake sob encomenda do arquiteto Oscar Niemeyer. A peça foi destruída, mas será refeita pelos mesmos artesãos que confeccionaram a original. O custo estimado da reforma é de 752 000 reais.