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“É a minha torcida”, diz torcedor que assumiu culpa por Oruro

Integrante da Gaviões da Fiel, Helder Alves Martins foi preso na manhã desta sexta durante a Operação Cartão Vermelho 

Por Adriana Farias
Atualizado em 27 dez 2016, 18h28 - Publicado em 15 abr 2016, 20h52

Preso durante a Operação Cartão Vermelho nesta sexta (15), Helder Alves Martins, de 20 anos, afirmou que ficou visado após o episódio de Oruro, na Bolívia, quando o disparo de um sinalizador feito por torcedores da Gaviões da Fiel matou o garoto Kevin Spada.

+ Saiba tudo sobre o caso de Oruro

Helder, que na época era menor de idade, assumiu a autoria do tiro. Por causa do episódio, doze torcedores corintianos ficaram presos na Bolívia (Helder não estava entre eles e chegou a ser apontado como “laranja” por assumir a culpa e salvar os colegas). 

A VEJA SÃO PAULO reafirmou que manuseava o artefato no momento da comemoração do gol na partida entre Corinthians e San José, em jogo válido pela Taça Libertadores. “Foi um acidente. Aquilo ainda me persegue, pois mudou a minha vida”, disse na tarde desta sexta, quando estava detido no Delegacia Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Em 2013, em entrevista ao Fantástico, deu detalhes de como fez o disparo: “Coloquei o sinalizador na mochila, dentro de uma sacola, e fui acender. Pra mim, era igual aos outros. Tirei a tampinha,  puxei a cordinha e não aconteceu nada. Puxei pela segunda vez e disparou na torcida boliviana. Não fiz mira, não sabia que sairia voando. No intervalo, perguntei aos policias se tinha machucado alguém, disseram que não. Pra mim, depois daquele momento, falei: “Nossa minha vida acabou. O que vou fazer? Matei uma criança, 14 anos de idade.”  

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No último dia 3, Helder foi detido com um grupo de 29 torcedores após uma confusão nas proximidades da Estação Clínicas do Metrô. Foi liberado após prestar depoimento. Ele contou à reportagem que a briga entre integrantes de torcidas organizadas aconteceu três horas após a disputa entre Corinthians e Palmeiras, no Pacaembu. “Estávamos conversando quando torcedores do Palmeiras passaram a atirar pedras na nossa direção. Apenas nos defendemos.”

O rapaz, que hoje trabalha em uma estamparia e já comandou o Departamento de Bandeiras da Gaviões, afirma que a organizada é a sua vida. “É a minha torcida, meus amigos, meu time. Quero estar com eles onde for”, ressaltou.

Cartão Vermelho

Na manhã desta sexta, a Polícia Civil de São Paulo prendeu 26 torcedores envolvidos com brigas e confusões no Estado. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, foram expedidos 69 mandados (32 de busca e apreensão e 37 de prisão) em nove cidades – além da capital, também ocorreram ações em Guarulhos, Campinas e Praia Grande.

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A ação faz parte de uma força tarefa entre os delegados Osvaldo Nico Gonçalves, do Departamento de Captura e Delegacias Especializadas (Decade), e Elisabete Sato, do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). “Começamos a operação às 5 horas da manhã e não temos hora para terminar”, afirmou Nico. “É preciso acabar com esse tipo de conduta no futebol.”

Polícia faz força tarefa para coibir torcidas organizadas

Ainda nesta manhã, a sede da Pavilhão Nove teve a entrada lacrada com blocos de concreto. A Mancha Alvi Verde também também foi trancada e o presidente da agremiação foi detido por desacato. Após depoimento, ele foi liberado. À tarde, a polícia seguiu para a sede da Gaviões da Fiel, na Zona Leste, lacrou parcialmente a entrada.

Além da detenção de torcedores, a polícia também aprendeu diversos objetos, como rojões, bomba caseira, armas brancas e 60 000 reais em dinheiro. O montante estava com torcedores da Gaviões da Fiel. Eles afirmaram que o dinheiro seria usado para comprar ingressos para jogos.

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