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Guerra dos shoppings: Daslu e Iguatemi concorrem com Cidade Jardim

Futuro centro comercial terá 40% de suas lojas voltadas para o mercado de luxo

Por Maria Paola de Salvo
Atualizado em 5 dez 2016, 19h23 - Publicado em 18 set 2009, 20h34

O duelo entre a Daslu e o Iguatemi, até agora os principais rivais do mercado de luxo paulistano, está próximo de uma trégua. Se depender dos planos da família Jereissati, dona do shopping, os dois devem juntar forças para fazer frente a um concorrente comum: o Shopping Cidade Jardim, que deve abrir suas portas no Morumbi ainda no fim deste ano com 40% das suas 180 lojas voltadas aos 800.000 paulistanos com potencial para, ainda que eventualmente, consumir produtos de grifes caras – destes, cerca de 30000 ocupam o topo da pirâmide e são clientes assíduos do mercado de luxo. “O barulho gerado pelo Cidade Jardim fez a concorrência se mexer”, diz o consultor Carlos Ferreirinha, coordenador do curso de gestão do luxo da Faap. Só no ano passado, o segmento AAA movimentou 4 bilhões de dólares no Brasil, sendo que São Paulo abocanhou 72% do bolo. Para disputar a preferência desse público, o grupo Iguatemi pretende construir um complexo no terreno de 60 000 metros quadrados que hoje abriga o esqueleto da Eletropaulo, na esquina das avenidas Juscelino Kubitschek e Nações Unidas. Seu plano é transformar a estrutura do prédio onde funcionaria a sede da companhia de energia elétrica – e que estava abandonada desde 1994 – numa torre de escritórios de 25 andares. Atrás dela, pretende erguer um centro de compras e um hotel de alto padrão até 2009. Tudo isso a apenas 400 metros da Daslu. Em vez de ameaça, a proximidade tem tudo para impulsionar uma parceria. A idéia é que o negócio da empresária Eliana Tranchesi funcione como uma espécie de loja-âncora. “O shopping complementaria a Daslu com entretenimento e restaurantes e, em troca, ganharia uma gama de clientes”, analisa Tadeu Masano, professor de marketing da Fundação Getulio Vargas. Fontes ligadas à negociação garantem que é exatamente esse o plano. O projeto prevê a construção de um bulevar para integrar o novo empreendimento à Daslu, que conta com cerca de 1.000 clientes diários – destes, em torno de 400 passam pelos caixas e gastam, em média, 1.821 reais cada um, segundo a consultoria Galeazzi & Associados. A união entre os dois gigantes do luxo ganhou um empurrãozinho da construtora WTorre. Parceira do Iguatemi no novo shopping, a empresa é proprietária do terreno onde ficam o esqueleto da Eletropaulo e a Daslu, com a qual mantém um contrato de locação de vinte anos. Segundo Eliana Tranchesi, a loja não sairá de lá. Até o fim do ano, ela pretende investir 20 milhões de reais para ocupar 4.000 metros quadrados ainda disponíveis no prédio e levar marcas como Balenciaga, Tom Ford e a primeira filial latino-americana do Buddha Bar, de Paris. Eliana não confirma se jogará no mesmo time de Carlos Jereissati, presidente do Grupo Iguatemi. “Ele me procurou, mas não tratamos desse assunto”, diz. “Ainda preciso amadurecer essa idéia.” O Shopping Cidade Jardim, às margens do Rio Pinheiros, foi inspirado no Bal Harbour Shops, de Miami. São esperados mais de 40 000 visitantes por dia. Todas as suas lojas já estão locadas para grifes como Carlos Miele, Montblanc, Armani, Ermenegildo Zegna e Louis Vuitton, além do Empório Fasano e da Livraria da Vila. O empreendimento conta com os cerca de 100.000 paulistanos que moram na região do Morumbi e do Panambi e têm renda familiar mensal média de 15 000 dólares. “Antes só existia o Jardim Sul deste lado do rio, e percebemos que havia espaço para mais um”, diz José Auriemo Neto, presidente da construtora JHSF, dona do projeto. “Cogitamos nos instalar no terreno da Eletropaulo, mas desistimos depois de avaliar que há 225.000 metros quadrados de shopping naquela margem. Ela está saturada.”

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