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Grevista demitido diz que foi informado por telegrama

Estudante da USP, agente do Metrô pede que universitários deem apoio aos metroviários

Por Juliana Deodoro
Atualizado em 5 dez 2016, 14h23 - Publicado em 9 jun 2014, 17h06

“O governo tentou com bala de borracha e cassetete. Mas não conseguiu. Então, tomou uma decisão política. Os quatro trabalhadores que eu conheço que também foram demitidos eram ativistas.” A afirmação é do agente de estação Bruno Everton Bezerra da Rocha, 27 anos. Ele é um dos sessenta metroviários que receberam um telegrama informando sobre a demissão por justa causa. “Muitos ainda não passaram em casa e não sabem que estão na lista.”

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Diretor do sindicato e integrante da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa), Rocha questiona a atitude do governo. “Tenho dois anos de estabilidade garantidos por lei.” Alagoano, ele se mudou para São Paulo para trabalhar em 2008. Estudante do 4º ano do curso de História da Universidade de São Paulo, o metroviário acredita que os grevistas deveriam contar com o apoio dos universitários. “Precisamos de toda a ajuda possível.”

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Pedindo anonimato, um agente de segurança de 29 anos disse que foi avisado por um vizinho que havia chegado o telegrama do Metrô em sua casa informando sobre a demissão por justa causa. Indignado com a situação, ele acredita que foi injustiçado. “Não me arrependo de ter participado da greve, pois não fiz nada ilegal. Não impedi ninguém de trabalhar. Eu fui às estações para orientar as pessoas.” Para ele, o governo quer intimidar a categoria. “Mas não vai conseguir.”

Com 35 anos de Metrô e 67 de idade, o operador de trem João da Silva recebeu o telegrama de demissão. Ele conta ter participado apenas do primeiro ato da greve. “Tive uma crise renal e não pude participar dos outros. Estou com a consciência em paz porque fiz o que achei que tinha de ser feito. Não bati, não briguei, não ofendi ninguém.”

Silva mora na Zona Leste de São Paulo, tem três filhos e é divorciado. Ele já é aposentado. “Mas isso não me deixa mais tranquilo.”

Luís Fernando Salles da Silva, 26 anos, funcionário do Metrô há seis anos, diz estar abalado. Ele afirma não fazer parte do sindicato, mas diz ter participado da greve. “O Metrô escolheu quem se expôs mais e quem saiu para defender o que foi decidido na assembleia”, afirma. “Por mais que a gente saiba dos riscos, paramos para pensar no futuro. O pior de tudo é a mensagem passada pelo governo: Vocês não podem lutar e devem baixar a cabeça.”

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