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Galeria Metrópole enfrenta ações de seus principais inquilinos

Com estabelecimentos badalados, o edifício virou point dos moderninhos na região central

Por Mariana Oliveira e João Batista Jr.
Atualizado em 1 jun 2017, 16h32 - Publicado em 24 out 2015, 02h00

O enredo começou como um conto de fadas hipster: casas noturnas, lojas de vinil, floriculturas e ateliês de roupas atraem público jovem e moderninho para um decadente, mas charmoso, centro comercial na Praça Dom José Gaspar, na República, e reavivam a boemia nessa região.

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Nos bastidores, no entanto, o clima evoluiu para filme de guerra. Depois de aproximadamente três anos de lua de mel da nova fase do endereço, a Galeria Metrópole enfrenta hoje ações de seus parceiros mais badalados em uma disputa cheia de reclamações mútuas e empurra-empurra.

De um lado, inquilinos acusam o condomínio de não cuidar da conservação e da documentação do local. Do outro, a administração se defende dizendo que a turma tem dificuldade para respeitar as regras básicas do lugar.

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Galeria Metrópole
Galeria Metrópole ()

O rastilho de pólvora da confusão foi aceso em março pela boate Grand Metrópole, de André Almada, aberta em 2012, que alcançou sucesso imediato com uma programação de shows e festas descoladas. A casa pede na Justiça uma indenização de 4,8 milhões de reais pelo prejuízo de estar com as portas fechadas desde janeiro (nesse montante, estão somados o custo do investimento de abertura e as perdas com bilheteria no período).

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Segundo Almada, a culpa é do condomínio, que não teria providenciado a autorização de funcionamento junto ao Corpo de Bombeiros. “Meu cliente tinha a licença da prefeitura para operar ali uma balada, mas não conseguiu fazer isso devido à pendência do documento dos bombeiros, que é de responsabilidade da administração do prédio”, afirma Cláudio Bueloni, advogado de Almada.

Outro foco de insatisfação vem do bar Mandíbula, inaugurado por ali no primeiro semestre do ano passado. Seus sócios pedem 20 000 reais de indenização em razão de mudança de horário de funcionamento. A entrada dos clientes, anteriormente até a meia-noite, desde a posse do atual síndico, em junho, está restrita às 22 horas às terças e quartas e às 18 horas aos sábados (às quintas e sextas continua até o último minuto do dia).

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Grand Metrópole
Grand Metrópole ()

Em sua defesa, o condomínio argumenta que as regras já constavam em seu estatuto e estão apenas sendo cumpridas. Além disso, a administração exige que o bar melhore a infraestrutura para atender melhor o público que atrai. “O lugar tem capacidade para trinta pessoas, recebe 300 e tem só um banheiro”, afirma o síndico Ricardo Gouveia. Ele sugere que os responsáveis ampliem o espaço. “Poderiam alugar outro ponto na galeria, por exemplo”, completa.

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Antes de essas questões chegarem à Justiça, houve algumas tentativas infrutíferas de acordo. Agora, o clima só piora. No caso da Grand Metrópole, o condomínio refuta a acusação de estar em falta com a documentação junto ao Corpo de Bombeiros. “Somente em 2015 tiramos dois alvarás”, diz o síndico. Um deles foi emitido em março, quando a Grand Metrópole se encontrava fora de operação. “Não tenho culpa se os bombeiros foram fazer a vistoria e o local estava fechado”, afirma Gouveia.

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A inspeção foi refeita e, no novo papel, com data de setembro, o limite de público estabelecido caiu de 2 100 para 1 518 pessoas dentro da boate, que ocupa os 35 000 metros quadrados de um antigo cinema. Para o síndico, a boate deveria aceitar a nova condição. “Está tudo regular, então não abrem porque não querem”, provoca.

Mandíbula
Mandíbula ()

Nada ali é simples, pois sobram nos bastidores acusações de que as licenças do local são uma caixa-preta. Em notificação judicial aos bombeiros, a boate Grand Metrópole pediu para ver a planta do complexo, até agora sem sucesso.

Responsáveis pela balada e outros inquilinos se dizem surpresos com o fato de a galeria ter ficado de 1992 até junho deste ano sem o Auto de Verificação de Segurança, emitido pela prefeitura. E reclamam de problemas prediais, como ausência de banheiros em áreas comuns e incidentes como uma placa de gesso que se soltou do teto há quatro meses.

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Apesar dos problemas, Mandíbula e Grand Metrópole têm interesse em continuar no local, desde que a administraçãodo endereço faça algumas concessões. Além dos 4,8 milhões de reais de indenização, Almada pede a redução de 28% no aluguel mensal, de 60 000 reais, despesa que não vem pagando desde março.

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Sua justificativa é que a boate só poderá funcionar agora com menos público. O condomínio, por sua vez, quer um acordo com os inquilinos que trouxeram público para o lugar. “A briga na Justiça começou por parte deles”, diz Gouveia. “Mas gostamos do Mandíbula e da Metrópole”, jura o síndico.

O VALOR DAS ENCRENCAS

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Números das disputas judiciais com o condomínio

4,8 milhões de reais

é a indenização pedida pela boate Grand Metrópole à galeria pelos prejuízos após problemas com o alvará

20 000 reais

é o valor da ação movida pelo bar Mandíbula, que se diz prejudicado por mudanças no horário de funcionamento

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