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Frequentadores das pistas de dança sofrem com furtos de celulares

Estúdio Emme, The Week, Lions, Alberta #3 e Beco 203 estão entre as casas mais visadas pelos gatunos

Por Carolina Giovanelli
Atualizado em 1 jun 2017, 18h18 - Publicado em 6 abr 2012, 09h00

Há cerca de um mês, a relações-públicas Mariana Ramos foi a um aniversário na festa Talco Bells, que ocorre quinzenalmente no clube Estúdio Emme, em Pinheiros. Por volta das 3 da manhã, deixou os amigos para retocar a maquiagem no banheiro. Quando abriu o fecho giratório de sua pequena bolsa azul a tiracolo, ela se deu conta de que seu aparelho BlackBerry havia desaparecido. Inicialmente, desconfiou que pudesse tê-lo perdido. No dia seguinte, porém, descobriu que duas conhecidas haviam tido o mesmo problema e sua ficha caiu: fora furtada. “A gente não espera que isso aconteça em um lugar fechado e que cobra caro para entrar”, afirma.

Mariana integra a lista crescente de vítimas desse tipo de ocorrência nas baladas. Clubes movimentados como Estúdio Emme, The Week, Lions, Alberta #3 e Beco 203 têm registrado clientes insatisfeitos que, muitas vezes, saem da pista de dança rumo à delegacia. Garotas distraídas se tornaram os principais alvos. Na preferência dos larápios, aparecem, disparado, os modelos de celulares de alto valor no mercado, como iPhone e BlackBerry. “As boates se mostram um ambiente muito propício à ação dos bandidos”, explica o delegado Rubens Eduardo Barazal, titular do 7º DP, na Lapa. “Concentram música alta, esbarrões frequentes, pouca iluminação e pessoas embriagadas.”

Estúdio Emme - 2264
Estúdio Emme – 2264 ()

Em dezembro, a estilista Tamy Hirose, de 23 anos, engordou a relação de ocorrências do gênero quando resolveu prestigiar alguns amigos que discotecariam no Beco 203, na região do Baixo Augusta. No meio da diversão, ela se viu sem seu iPhone. “Ainda faltava pagar duas parcelas”, lamenta.

Fez um boletim de ocorrência pela internet, mas não recuperou o aparelho. “Continuo saindo, mas nunca deixo de prestar atenção na bolsa.” Segundo o advogado especialista em direito do consumidor Sergio Tannuri, em um caso como esse a casa se torna corresponsável pelo prejuízo. “Se ficar provado que o clube estava ciente da onda de furtos e não tomou nenhuma providência para evitá-los, é possível pleitear na Justiça uma ação indenizatória”, afirma.

Tamy Hirose-Matéria-noite-2264
Tamy Hirose-Matéria-noite-2264 ()
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Na luta contra esses gatunos, a boate GLS e espaço de eventos The Week, com capacidade para 2.500 pessoas, contabilizou uma vitória. Em outubro do ano passado, o vendedor Fábio da Silva, de 24 anos, foi preso em flagrante durante um show do DJ holandês Tiësto que rolava por lá. Ele carregava doze celulares, que afanara durante a madrugada. Desde então, André Almada, um dos sócios da boate, resolveu tomar providências para evitar que seu estabelecimento tivesse o nome vinculado a outros crimes do mesmo tipo. Espalhou placas de alerta por todo o lugar, com frases como “O que acha de guardar sua bolsa na chapelaria?” e “Onde está seu celular agora?”. Explica Almada: “Queremos conscientizar os clientes, para que não se distraiam e zelem por seus pertences”.

Outros clubes que costumam lotar de festeiros já enfrentaram situações parecidas. Na Lions, no centro, os proprietários implantaram a chapelaria gratuita, ótima saída para curtir a noitada tranquilo. Localizado na mesma região, o bar-balada Alberta #3 teve de lidar com um ocorrido um pouco mais grave. Em junho do ano passado, por volta das 4 da manhã, cinco assaltantes renderam clientes e funcionários e levaram seus pertences. Depois disso, os sócios instalaram câmeras de segurança que ficam ligadas 24 horas e estabeleceram um sistema de revista do público na entrada. Um dos proprietários, Claudio Medusa, diz se esforçar para erradicar os problemas, mas acredita que muitos dos casos podem ser evitados pelos próprios clientes. “É impossível vigiar todo mundo o tempo inteiro”, afirma. “Os ladrões já chegam aqui com o intuito de furtar. Se aumentamos as proteções, eles também aperfeiçoam suas técnicas para burlá-las.”

 

Tire a mão daí!

As providências de alguns clubes para evitar a ação dos larápios

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Alberta #3: estabeleceu a revista do público na entrada e instalou câmeras, ligadas durante 24 horas

Beco 203: reposicionou as câmeras de vigilância

Estúdio Emme: aumentou a brigada para até trinta seguranças por festa, sendo que alguns deles agora trabalham à paisana

Lions: implantou o serviço de chapelaria gratuito e contratou mais seguranças

The Week: colocou placas de alerta, além de instruir os funcionários a se manterem mais atentos e ajudarem os frequentadores

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