Feiras livres atrasam o recolhimento de lixo
Comerciantes desrespeitam os horários estabelecidos por lei
Às 16 horas do último dia 7, uma sexta-feira, um feirante ainda enrolava a lona que cobria sua barraca na feira da Rua Batatais, no Jardim Paulistano. Seus colegas terminavam de carregar caminhões com o que não conseguiram vender e descartavam em sacos e caixotes o que já estragava. Perto deles, um grupo de garis finalmente podia iniciar o trabalho que deveria ter começado duas horas antes. O mesmo ocorreu com os lixeiros, que até então aguardavam de braços cruzados, ao lado do caminhão de coleta, o momento de levar embora o que ficara pelo chão. Há um ano, a prefeitura decidiu antecipar o término das feiras livres em uma hora. Pela lei, elas são obrigadas a parar de vender às 13 horas. Às 14 horas, precisam estar com toda a sujeira ensacada. Quem descumpre a medida pode levar multa de até 250 reais. Em caso de reincidência, há a possibilidade de suspensão da licença.
O objetivo é evitar atrasos na coleta da região onde a feira funciona. Pelo atual sistema, o caminhão responsável por recolher as sobras de frutas e verduras é o mesmo que deve levar o lixo do restante daquela área. No caso da feira da Batatais, a demora de duas horas em encerrar as atividades atrasou a coleta das imediações, como a Alameda Lorena, a Avenida Brigadeiro Luís Antônio e a Rua Estados Unidos. Os coletores tiveram de acelerar o ritmo para concluir a coleta antes do temporal que se prenunciava. A reportagem presenciou atrasos no encerramento das feiras da Rua Luminárias, na Vila Madalena, no dia 5, uma quarta-feira, e da Rua Doutor Costa Júnior, na Água Branca, no dia 9, um domingo. Não foram encontrados fiscais da prefeitura em nenhuma delas.