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Falta de luz atrasa liberação de corpo de jovem eletrocutado

Ele foi eletrocutado após a fiação de um poste ser rompida por uma árvore que caiu. Vítima foi atingida ao tentar fechar o portão da oficina onde trabalhava

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 27 dez 2016, 15h10 - Publicado em 21 out 2016, 16h52

Eram 6 horas da manhã desta sexta-feira (21) quando familiares do pintor Lailson Silva de Almeida, de 23 anos, chegaram ao Instituto Médico Legal (IML) Oeste, na região da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), na Zona Oeste da capital paulista, para liberar o corpo e preparar o velório. O rapaz havia morrido eletrocutado na tarde anterior, após uma árvore arrebentar uma fiação na Lapa. Às 14h35, ainda aguardavam sentados. O motivo: falta de energia.

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“Ainda não conseguimos liberar o corpo porque estava sem luz”, afirma a vendedora Laís Silva de Almeida, de 25 anos, a única irmã da vítima. Segundo conta, apesar de Almeida ter sido transferido ao IML de madrugada, às 2 horas, o trabalho dos legistas não pôde ser realizado porque a unidade só retomou o abastecimento de energia por volta das 13 horas. “É um descaso”, reclama.

Almeida morava sozinho na mesma rua da casa onde vivem Laís e a mãe, no Parque Anhanguera, na Marginal do Tietê. Há oito meses, o pintor trabalhava em uma oficina na Rua Albion, na Lapa.

Almeida recebeu o último salário na quinta-feira (20) mesmo dia em que morreu. Apesar de não ter filhos, o xodó do pintor era um afilhado, que completou dois anos nesta sexta. “Ele me disse que ia comprar uma motinha de presente para o menino. Mas não deu tempo”, diz.

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A vítima foi eletrocutado após a fiação de um poste ser rompida por uma árvore que caiu. Almeida foi atingido ao tentar fechar o portão da oficina. “Os amigos do trabalho tentaram reanimá-lo. Eles disseram que ele ainda chegou a abrir os olhos, mas depois apagou.”

O trânsito provocado pelos alagamentos na região dificultaram a chegada da ambulância. “Os amigos pararam uma viatura, e os policiais tiveram de carregar meu irmão no braço porque estava tudo travado”, diz Laís.

A mãe da vítima, que sofre de pressão alta, foi hospitalizada ao saber que o filho havia morrido. “Ele estava tentando recomeçar a vida”, diz Laís. “Queria casar, ter filho, construir uma família.”

Almeida é descrito como “brincalhão” e “palmeirense roxo”. A frase que sempre repetia para a irmã era que “Queria ser ruim que nem ela”. “Ele era muito bonzinho, deixava os outros passar a perna nele.”

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